segunda-feira, 25 de setembro de 2017
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
FILOSOFIA SOBRE O BELO
Filosofia do belo.
O que é o Belo? - Platão já reconhecia a existência de coisas que são belas por si mesmas e que fornecem um prazer puro que não aquele da cessação da dor ou aflição. Sócrates achava que o Belo era uma concordância observada pelos olhos e ouvidos. Kant achava belo sobretudo o natural, as aves, as plantas. E as definições do Belo e do que é Estética, sempre estiveram presentes e foram ampliadas nas discussões filosóficas e artísticas. A beleza feminina, também uma manifestação do Belo, às vezes é pouco compreendida por ser associada a um comportamento fútil. Grosseiro engano, trabalhar, praticar esportes, estudar, freqüentar as clínicas de estética não é tarefa para fúteis e pobres de espírito. Mulheres inteligentes, cultas, que trabalham em casa e tem a sua profissão e que são sobretudo fortes, são as que tem entusiasmo para cuidar da beleza e da saúde.
A beleza feminina pura ocupa um lugar no Cosmos, assim como as outras belezas naturais e não naturais. Um belo pássaro ou animal são bonitos, assim como um quadro, uma cidade, uma floresta, uma estrela, ou uma poesia. A beleza se manifesta em coisas livres do sentimento e pensamento humanos e deles não depende. Não há mal em se cultuar o Belo. Não há mal em se cultuar a Beleza Feminina. Admirar o Belo não significa desprezar o que não é belo. Também é belo a mulher idosa, saudável e feliz, assim como o homem ativo em todas as etapas de sua vida. É também belo a criança brincando, a obra de arte, a natureza, é belo a sabedoria. Claro, não há beleza na doença, na tristeza, na morte, na fome, na destruição. O harmônico, qualidade do Belo, está nítido e se manifesta na vida , na saúde, na alegria e no amor. A mulher, dos humanos a parte mais bela, só poderia ter sido a maior inspiradora da arte e dos artistas, desde os tempos antigos. A Vitória de Samothrace, a Vênus de Milo, as pinturas egípcias, a surrealista Gala de Dali, a beleza suave da mulher na Primavera de Botticcelli, a mulher na poesia de Vinícius de Moraes, de Drummond, obras maravilhosas inspiradas por elas.
E é claro, a beleza mudou através dos tempos. No passado a beleza feminina era só um rosto, privilégio de poucas que tinham a coincidência genética de ter um rosto com linhas harmônicas. Os costumes então não permitiam revelar o corpo. Nos tempos atuais todas as formas femininas são expostas, e essa agradável liberação de costumes deu às mulheres a possibilidade de outras manifestações de beleza, a beleza do corpo, que é muito mais "democrática", porque acessível à maioria das mulheres. A nutrição, os esportes, e também a medicina passaram a ajudar na promoção da beleza feminina.
Uma nova especialidade médica - a Medicina Estética, se propõe então à utilizar as técnicas, a pesquisa e os conhecimentos médicos para a promoção da beleza feminina da face e do corpo. A Medicina Estética é a Arte Médica do Belo, e como as outras artes, que produzem um prazer, uma felicidade subjetiva, não pode ser submetida à um juízo de valor. O seu valor é determinado pelo bem estar que causa à quem recebe os seus benefícios. O gosto, a capacidade de julgar o que é belo, é que faz a obra de arte ser maravilhosa para uns e horrível para outros, é influenciado pela cultura, pelas condições sócio econômicas, pela moda, pelos costumes de cada povo. Então, não é a Medicina Estética que como ciência cria esse aspectos básicos que são o gosto e a estética. Cabe à
ela apenas atender os anseios do inconsciente coletivo e como uma manifestação artística, criar , manter e melhorar a Beleza Humana.
O belo, porém, tem algo mais que todas as outras Formas inteligíveis: é a única que pode ser vista também pelos olhos físicos, além de o ser pelos olhos da alma.
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ENCICLOPÉDIA SIMPOZIO
(Versão em Português do original em Esperanto)
© Copyright 1997 Evaldo Pauli
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TRATADO DO BELO.
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INTRODUÇÃO AO TRATADO DO BELO.
6. "O belo desfila todos os dias diante de nós.
Ele nos seduz nas colinas quando coroadas pelo sol matutino.
Está nos trêfegos regatos a descer das encostas.
Habita nas flores.
Brilha nas pedras preciosas.
Ornamenta as porcelanas.
Aviva as vestes festivas.
O belo vive também na mocidade elegante que sai a passeio e ingressa nos salões.
Este desfilar das coisas belas nos diz que também a vida é bela."
7. O filósofo e o cientista experimental estendem e aprofundam sistematicamente a contemplação do belo. Não somente se limitam a observar e apreciar o belo, mas ainda se aplicam a esclarecer o que ele é. Dilata-se, então, o significado do belo para noções progressivamente mais amplas, até ao espaço imponderável da metafísica, onde muito se expande o saber, ainda que pouca seja a segurança de vôo nesses espaços imponderáveis aos quais nos aventuramos.
Que seria o belo em si mesmo? Uma tentativa metafísica (ou seja, uma das hipóteses), reza o seguinte: o belo é o ser enquanto se destaca como perfeição.
Equivale, em outras palavras a dizer: o belo é a perfeição em destaque.
Ou, com alguma nuance: o belo é o esplendor da forma.
Então a palavra forma equivale à essência, e já dizemos: o belo é o esplendor da essência da coisa.
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ART. 1-o. OBJETO OU TEMA DO TRATADO DO BELO.
9. Método. Mas, antes de estender e aprofundar tão extraordinariamente a contemplação sobre o belo, importa determinar como se fazem a extensão e o aprofundamento. Importa, antes de tratar da coisa em si mesma, cuidar de uma preliminar meramente formal, com uma introdução à ciência que há a fazer.
Esta consideração meramente formal, antes de passar à investigação em si mesma, se destina precisamente a informar sobre o próprio investigar.
Então se garante a sistematicidade da referida contemplação do belo. Este cuidado prévio com a lógica da investigação se denomina Introdução ao Tratado do belo, olhando-o como que primeiramente a partir de fora.
Na introdução se antecipam todas as questões, principalmente sobre o objeto estudado, para bem entendê-las, sem ainda decidir sobre elas.
Para cada ciência há uma introdução, e todas são feitas pela lógica, de que o método é uma parte importante.
A lógica é a ciência das ciências, porque as ordena internamente, definindo o objeto de que trata, orientando suas divisões e classificações, mostrando como se prova.
Paradoxalmente, pois, a introdução não pertence à ciência à que introduz; diz simplesmente o que à ciência, em que introduz, cabe fazer e como há de fazer este fazer. Trata, pois, de qualquer ciência, todavia só de maneira meramente formal.
10. A Introdução nos leva de pronto a uma terminologia sofisticada, que, por meio de abstrações sucessivas distingue entre objeto material (ou concreto) e objeto formal (ou ponto de vista abstrato, colhido para ser examinado como objeto específico de uma ciência).
Há, por exemplo, a coisa concreta bela, ou seja o belo concretizado e individualizado (aqui se trata do objeto material). Este objeto material ainda não está desvestido de nada, que a abstração lhe retire. É o belo como desfila todos os dias diante de nós: o belo das flores dos jardins, o belo das aves do céu, o belo da juventude que passeia.
Uma primeira abstração chamada total, separa o belo de suas individuações, passando do individual ao universal; temos então o belo enquanto tal (ou o belo em geral), porque a abstração total o separou da totalidade dos seus indivíduos. Podemos dizer que nesta primeira abstração, - a total, - o belo já deixou de ser concreto.
Contudo, depois desta primeira abstração (chamada total), continuamos ainda no plano do objeto material, embora já com o título de objeto geral; neste sentido se diz que a ciência cuida do universal, por exemplo, da planta em geral, e não desta ou daquela planta. Portanto, o Tratado do belo trata do belo universal.
Uma segunda modalidade de abstração, denominada formal (ou essencial), subdivide o objeto universal em perspectivas internas ao mesmo universal, podendo cada perspectiva ser objeto formal de distinta ciência.
Dividir internamente um objeto, pela abstração formal, significa redividir a forma universal (que já está sem sujeito). Separando umas formas de outras, resultam diferentes perspectivas. As mais gerais se denominam objetos de ciências específicas, e as menos gerais constituem partes destas ciências.
Nosso objetivo agora é determinar sob que perspectiva específica se pergunta pelo belo, como tema abordado pela metafísica, enquanto distinto das perspectivas que outras ciências buscam no mesmo belo. A pergunta da metafísica do belo não é, por exemplo, a mesma da psicologia do belo.
11. Ciências do belo. Observando as belezas concretas, as ciências ampliam, portanto, a visão, desvinculando-se primeiramente das individuações (pela abstração total) e a seguir, detalhando o seu exame (por meio da abstração formal), indagam separadamente todos os aspectos específicos que o objeto belo apresenta:
- metafísico (Tratado metafísico, ou gnosiologia e ontologia do belo);
- psicológico (Tratado psicológico do belo ou Estética psicológica do belo);
- moral (Tratado moral do belo);
- educacional (Tratado educacional do belo);
- cultural (Tratado cultural do belo);
- social (Tratado social do belo);
- sociológico (Tratado sociológico do belo);
- artístico (Tratado artístico do belo, ou o belo na arte);
- técnico (Tratado técnico do belo);
- industrial (Tratado industrial do belo)
E outros mais aspectos, como o belo no folclore, na moda, no arranjo pessoal, inclusive salão de beleza, com os respectivos Tratados. Como depois se insistirá, a metafísica do belo trata do belo como um aspecto entitativo do ser, e não apenas como algo cujo efeito é ser agradável.
Convertidas a filosofia, a ciência experimental e a técnica em instrumentos de clarificação do belo, nos seus mais variados aspectos, tornam-se belas a própria filosofia, ciência e técnica.
12. Uma disciplina de saber. O estudo do belo não é um tratado no sentido de ciência autônoma. Ele é parte integrante de uma ciência maior, ou de várias ciências maiores, da qual ou das quais é recortado, em virtude da importância do tema. Então se torna uma disciplina de saber, em vista de se dar um desenvolvimento maior, com uma organização didática particular. O mesmo acontece com outros temas da filosofia e ciência, os quais, pela sua importância se desenvolvem didaticamente como disciplina.
Estudado o belo do ponto de vista meramente metafísico, a respectiva disciplina se diz adequadamente Metafísica do belo. Dividida a metafísica em gnosiologia e ontologia, vale também dizer Gnosiologia e ontologia do belo.
13. Por ênfase, chamamos sobretudo à metafísica do belo, pela expressão Tratado do belo. A rigor, também as outras disciplinas sobre o belo são denomináveis Tratados do belo. Mas dentre todas assume particular destaque a Metafísica do belo, que por isso é enfaticamente O tratado do belo.
Eventualmente, no texto presente cuidamos, mas somente de trânsito, também da psicologia do belo, ou seja, do belo enquanto se apresenta como esteticidade. Mais amplamente a Estética psicológica trata de todo e qualquer sentimento estético, de que o do belo não é senão um detalhe.
A esteticidade do belo não é um elemento da essência do belo, todavia uma sua propriedade muito peculiar. A unidade ocorre apenas através do mesmo objeto material, - o belo, - e não do ponto de vista, que, num caso é metafísico, noutro é psicológico.
Pelo visto, da sistematizada contemplação do belo resulta um desdobramento abstrativo, que deixa à cada ciência específica o seu ponto de vista. Neste caso ocorre um único objeto material, todavia uma pluralidade de objetos formais, ou seja essencialmente específicos.
Há um único ponto de partida concreto, denominado o objeto material, - que não é senão aquele belo que desfila todos os dias diante de nós como realidade nas mais diversas coisas. Mas os objetos formais são muitos, de acordo com a perspectiva específica de cada ciência a se ocupar com o belo. O objeto do qual queremos particularmente nos ocupar neste Tratado do Belo, é metafísico (dito também ontológico).
14. O ser do belo. Em principio, a metafísica trata do aspecto de ser das coisas. Não há metafísica sem ser. Portanto, perguntamos, que é o belo como ser? Seria um elemento de essência do ser, ou seria apenas um propriedade, ainda que intrínseca?
A pergunta está na mesma direção de quem indaga, que é o bem? que é a verdade? que é ser uno? que é existir? Portanto, a Metafísica do belo tem como objeto a natureza do belo simplesmente como sendo aquela coisa que assim se apresenta e nos desperta a pergunta.
15. Acaso existe um ser das coisas, para que a metafísica pergunte por ele e por suas propriedades?
Eis o problema que divide racionalistas e empiristas.
O ser, ainda que seja alcançado pela experiência empírica, não o é diretamente como ser, - dizem uns. Outros, - Aristóteles, por exemplo, - asseveram que a própria experiência alcança o ser, ainda que seja apenas o ser do sensível, a partir do qual a inteligência toma o caminho para o ser em geral, ainda que a este apenas. Enfim, os racionalistas mais radicais, - Platão, Agostinho, Descartes, - querem ter alcançado diretamente o ser em geral. Como provar, esta ou aquela posição?
É a metafísica a única ciência que deve provar seu próprio objeto. Por isso a metafísica principia pela gnosiologia. Somente depois, de acordo com o que tiver provado na gnosiologia, poderá a metafísica continuar, fazendo uma ontologia.
Pelo visto, a tarefa do Tratado do belo passa por momentos dramáticos, nos quais importa muita capacidade dos filosofantes. A gnosiologia decide sobre a ontologia e ao mesmo tempo sobre a metafísica do belo.
16. O tema gnosiológico, em que apenas nos introduzimos, constitui o eixo central do primeiro capítulo do presente Tratado do belo. Para lá também transferimos vários elementos meramente introdutórios à gnosiologia do belo.
Atentos de imediato à redivisão da metafísica em gnosiologia e ontologia, primeiramente há a justificar as condições gnosiológicas do belo como objeto de conhecimento; depois de realizado este suporte gnosiológico do acesso ao ser, inclusive do ser do belo, poderemos seguir em frente, situando-nos no ponto de vista do ser em si mesmo, e portanto do belo em si mesmo. Portanto, como parte da metafísica (ou ontologia), o Tratado do Belo é cativo da metafísica em que o tratadista se situa.
Segundo Kant, mas que tudo não passe de apriorismos mentais, importa estudar a estes, para entender como se dá toda esta parafernália dos procedimentos mentais. Quer as coisas do belo existam na coisa real em si, quer seja apenas um apriorismo, em qualquer dos casos ele pertence à condição humana.
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ART 2-o UM POUCO DE HISTÓRIA DO TRATADO DO BELO.
18. Desde a antiguidade grega muito e sempre se escreveu sobre todos os aspectos do belo, mas principalmente sobre as propriedades do belo, como proporção e harmonia, bem como de sua ação estética.
O objetivo prático evidentemente prevalecia, no sentido do fazer belas as coisas, quer as simplesmente úteis, quer as de expressão artística, o que equivalia dar-lhes correta proporção e harmonia.
A metafísica do belo foi tema apreciado dos grandes filósofos clássicos, e assim também dos grandes nomes da filosofia moderna.
A bem da verdade, os tratados do belo poderiam ser mais breves, se não houvessem ocorrido tantos acidentes de percurso. Assim sendo, o tratado do belo ficou sendo uma espécie de tratado de exercício de coisas intrincadas. A história apresenta quais foram estes acidentes de percurso.
19. Platão (427-347 a.C.) ocupou-se com a arte e o belo nos diálogos menores Ion e Fedro; nos maiores, em algumas passagens de República e Leis.
Situou Platão o belo no ser metafísico, concebido por ele sobretudo como idéias reais arquétipas. O mais era sombra. Tornou-se famosa a sua invectiva contra a arte. Interpretando-a como expressão sensível, achava dever preteri-la em favor da contemplação das idéias reais transcendentes. Aliás por razões análogas, no futuro, Hegel fará da arte apenas um estágio da dialética do Espírito, a ser superado por um momento superior seguinte.
Quanto ao belo em si mesmo, a doutrina de Platão sobre os arquétipos contém em embrião a essência de todos os sistemas de metafísica do belo. Inclusive Kant, apesar do seu apriorismo sem objeto real, fez do belo uma noção que se diz das coisas em relativo, enquanto estas se dizem perfeitas em função a um tipo arquétipo ideal ao qual em seu ser se ajustam.
20. Aristóteles (384-322 a.C.), criou uma metafísica racionalista moderada favorável ao desenvolvimento de uma consistente filosofia do belo. Todavia não se ocupou muito com a questão. Havendo introduzido a distinção entre predicação unívoca (de estratos entre si isolados, como nas categorias do ser) e predicação analógica (observada em ser, uno, verdade, bom, belo), introduziu ordem sistemática na classificações dos conceitos.
Com este trabalho abriu caminho para caracterizar futuramente com mais detalhes o belo, uma das noções transcendentais derivada das transcendentais fundamentais.
Ainda que Aristóteles, contra Platão, negue o realismo dos arquétipos platônicos, conserva contudo um fundamento ontológico dos universais nas coisas individuais. Somente as coisas singulares são reais, todavia obedientes à universais nelas mesmas fundadas, como leis que lhes são imanentes. Para Aristóteles há, pois, essências, ou leis, sem que estejam fora das coisas.
Tais doutrinas as enunciou nos tratados conhecidos depois por Órganon e Metafísica.
Sobre a arte foi Aristóteles mais específico em Retórica e em Poética, onde discute noções sobre o belo e seus efeitos estéticos. Finalmente em Ética a Nicômaco estudou a felicidade que resulta do saber, o que constitui aproximação com a estética, a qual não é senão o prazer ocasionado pela expressão da arte.
21. No período helênico-romano desenvolveu-se o estudo da estética literária, juntamente com a gramática. São apreciáveis os escritos teóricos de Cícero (106-43 a. C.), Horácio (65- 8 a.C.), autor de uma Poética, ou Epistola aos pisões
Quintiliano (35-96) é um notável autor antigo de uma Instituição oratória, que entretanto passou a ter influência sobretudo a partir da redescoberta deste escrito em 1415.
Plotino (205-270), já adentrado no período helênico-romano, é um eminente metafísico neoplatônico, havendo escrito um Tratado do Belo (arrolado nas Enneadas I, 6). Em sua visão monista coloca no alto o Uno supremo, partir do qual emanam o logos, a alma do mundo, as almas individuais, finalmente a matéria, prevalecendo o exemplarismo do superior sobre o inferior.
Longino (213-273) escreveu um Tratado do sublime (traduzido ao francês por Boileau).
22.Os primeiros filósofos cristãos, até o final do século 12, se imbuem das idéias platônicas e neoplatônicas, consequentemente de alguns de seus conceitos sobre o belo.
Agostinho de Hipona (364-430), primeiramente um retórico, fez ponderações apreciáveis sobre o belo.
Dionisio (o Pseudo Dionisio Agreopagita) (sec. 6-o), autor consagrado de Sobre os nomes divinos (original em grego), contribuiu para o mesmo fim.
23. Na Idade Média o desenvolvimento da metafísica ensejou o clima próprio para o estudo do belo, ainda que não o tenha exaurido (Cf. Edgard de Bruyne, Études d'Esthétique médiévale, Bruge, 1946, ed. esp. Gedos, Madrid, 1958). Este clima se estabeleceu, porque então se deu particular importância à classificação e estudo das noções transcendentais, constituídas pelo ente e suas propriedades mais fundamentais.
Felipe o Chanceler (Philipus Chancelarius) (c. 1170-1236) arrolou a primeira vez uma lista de quatro transcendentais: ens, unum, verum, bonum. O que em Aristóteles já fora tratado dispersivamente, ganhou agora organicidade.
O belo como transcendental encontrou um dos seus principais pontos de partida em Guilherme de Auxerre. Este, por volta de 1220, escreveu: idem est in substantia eius bonitas et eius pulchritudo (Summa Aurea II,9,4).
De Alberto Magno (1206-1289) cita-se importante opúsculo: De pulchro et bono. Nele trata do belo em si mesmo e de seus "oito modos".
Tomás de Aquino (1225-1274), em seu De veritate (I,1) criou uma sistemática das noções transcendentais, as quais, segundo ele, seriam: ens, res, unum, aliquid, verum, bonum.
Oportunamente deveremos voltar a esta questão, porque nela se inserta a questão do belo. Embora Tomás de Aquino se refira em variadas ocasiões, ainda não insistiu em sua natureza, senão ligeiramente. Sua posição inteletualista e que, em última instância faz reduzir o belo ao verum se encontra na frase em que assevera que "o bem diz respeito apropriadamente ao apetite... O belo, porém, à potência cognoscitiva" (Suma Theologica I; q. 5, a. 4., ad 1).
24. No fim da Idade Média e Renascença aconteceu o desenvolvimento das artes e estudo das línguas clássicas, além das modernas, ao mesmo tempo que o surgimento do classicismo. Avolumou-se a literatura que trata do estético artístico e do belo em si mesmo. Continua, entretanto, o acento na direção do belo artístico e não do belo simplesmente.
O classicismo do final da Idade Média, da Renascença e dos primeiros séculos modernos (cartesianos) produziu uma estética, que teve por ideal o tipo da espécie e não o indivíduo, ainda que se trate de tipos humanos.
Tais são as Poéticas de Scalígero (1484-1558), Castelvetro (1505-1571), Patrizzi (1529-1597), que inspiraram o classicismo italiano.
Sobremaneira se destacou o poeta Nicolas Boileau (1636-1711), que ao mesmo tempo foi o teórico do classicismo francês, através de sua Arte poética (1674).
25. Os primeiros modernos a versarem de um modo novo os temas do belo são os moralistas ingleses.
Citam-se Shaftesbuy (1661-1713), autor dos Characteristics (5-a ed. 1732); Hutcheson (1694-1746); Hogart (1697-1764), autor de Philosophical inquiry into the origin of our ideas on the sublime and beautiful (1756), traduzido por Lessing ao alemão em 1773.
De uma parte, não cedendo embora às tendências empiristas, e de outra não aderindo aos excessos racionalistas, mantém-se numa linha de centro, de acordo com uma velha tradição platônica medieval, resistindo mesmo ao aristotelismo tomista. Abrem caminho pelo que denominam de bom senso (ou senso comum), quer para garantir e explicar a moral, quer para esclarecer sobre a natureza do belo.
Distinguem geralmente entre o belo e o sublime, colocando a este último acima do primeiro. Influirão sobre a estética alemã.
26. Com a expansão da filosofia alemã no século 18, surgem também inovações para a filosofia do belo e da arte, inspirando todo o período romântico.
Primeiramente se fez notar Alexandre Baumgarten (1614-1762), marcando uma nova orientação em filosofia, ao interpretar o belo como sensível. Aliás, foi neste contexto do sensível, que Baumgarten inventou o nome Estética. Publicou Meditationes philosophi de nonnullis ad poema pertinentibus (1735) e Aesthetica sive theoria iberalium artium (1750-58). Foi esta última republicada em fac-símile (1961, Hildesheim).
Emanuel Kant (1724-1804), depois de haver publicado a Crítica da razão pura (1781) e a Crítica da razão prática (1788), veio ainda com uma Crítica do juízo (1790), visando tratar dos juízos que enunciam algo sobre os objetos vistos como um todo, entre os quais situa os juízos estéticos. Mantido o caráter fundamentalmente sensível do belo (como em Baumgarten), discute o valor dos arquétipos, em função dos quais verdadeiramente algo se diz belo.
Hegel (1770-1831) mais uma vez introduz novidades no estudo do belo, com sua volumosa Estética (póstuma). Mas agora se ocupa especialmente da arte, quando em Kant o centro fora o belo.
27. Ora cá, ora lá, continuam as especulações metafísicas dos modernos sobre o belo, acrescidas ainda das experimentais e histórias da arte.
A tendência positivista do final do século 19 reteve-se nos aspectos empíricos do belo, como os efeitos de satisfação por ele criado. Então o belo já não é determinado como sendo tal, senão pelos seus efeitos. Os conteúdos metafísicos do belo são refutados como sem sentido. Com o afastamento da metafísica dos meios positivistas, ou neopositivistas, ficou lugar apenas para a estética psicológica do belo (compreendida a psicológica experimental) e a estética do artístico (de novo a experimental).
Em princípio, a psicologia experimental é por si mesma um saber válido, independentemente de se admitir ou não a psicologia especulativa e a metafísica.
28. Mas, enquanto o empirismo criou seu campo de praticantes, também se mantiveram firmes as demais correntes filosóficas, sejam as do tipo intuicionista, filosofia dos valores, filosofias fenomenológicas e existencialistas, sejam as do velho modelo ontológico aristotélico e platônico, ou escolástico renovado.
O contemporâneo é sempre muito movediço (veja-se Raymond Bayer, L'Ésthétique mondiale au XX-e siècle, PUF, Paris 1961).
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ART. 3-o. VALOR DO TRATADO DO BELO.
30. Conhecer e estudar sistematicamente o belo resulta em vantagens, e que se situam em vários planos.
Primeiramente, vale o princípio geral que todo o conhecimento é em si mesmo valioso, enquanto nos agrada o conhecer. Agrada-nos sobremodo conhecer os objetos mais significativos e valiosos. Neste caso se encontra o belo, por ser qualidade aperfeiçoativa. Como já advertiu Aristóteles, o belo é o preferido. Em decorrência direta destaca-se o valor do Tratado do Belo, pois atenta para o belo e alarga o conhecimento sobre o mesmo.
Ainda que o belo não fosse valioso em si mesmo, bastaria, para determinar sua importância, a atração que exerce. A curiosidade pelas coisas belas e a afetividade estética produzida induzem a fazer dele uma indagação.
Enfim, todo o saber vale por si mesmo. É bom saber. E por isso é bom saber algo sobre o belo. É mesmo bom conhecer o seu contrário, o feio, porquanto destaca, pelo contraste, ao belo.
31. O belo pré-artístico. Antes que surgisse a arte, o belo já existia. Muito antes de aparecer o homem sobre a face da terra para produzir a arte, já resplandecia o belo na luz dos astros, no colorido das auroras, no azul da abóbada celeste, nas noites estreladas, nas nuvens vagando no espaço, nas montanhas sinuosas, nas florestas verdejantes, nas flores coloridas, no zumbido dos insetos e canto dos pássaros, nos brutos das campinas, no rolar das ondas do mar. Imenso sempre foi o número das coisas belas, antes que a primeira obra de arte surgisse.
Mesmo na arte, o som já pode ser belo, harmonioso, agradável antes de se transformar em música expressiva. Por isso, há na música muito do belo pré-artístico, antes da expressão musical propriamente dita.
O mesmo pode acontecer com os materiais da arquitetura e da escultura, sempre capazes de serem belos em si mesmos, independentemente da expressão que passam a assumir. Sobretudo as cores são belas, mesmo quando nada expressam.
A arte literária, sobretudo a poesia, também explora o belo da cadência dos sons e das rimas.
Portanto, por toda a parte reina o belo nas coisas, mesmo antes que a arte as transforme em novas maravilhas.
32. O belo como tema preferido da arte. Cresceu o belo da natureza ao surgir a arte. É a arte um esforço de expressão, em que umas coisas se tornam a representação de outras. E esta representação busca ser perfeita, ao mesmo tempo que prefere os temas perfeitos, isto é belos. É por si mesmo evidente, que a expressão artística busque ser perfeita e que prefira expressar o temas perfeitos, ainda que as circunstâncias à obriguem à universalidade dos temas.
Sem ser ela mesma o belo, foi a arte sempre amiga do belo: tanto ela busca o belo na função do expressar com perfeição, como também o busca nos temas belos.
Por causa desta dupla possibilidade de beleza da arte, acontece que o mais degradante dos temas, ainda que como tema possa não ser o belo, passa contudo a ter uma expressão bela, porque ao menos perfeita como expressão.
33. Importa ainda conhecer o belo como um dos ideais de construção do homem, seja do homem como belo corpo, seja do homem como bela pessoa.
Neste contexto surge o belo como um dos objetivos gerais da educação. A filosofia da educação, ao tratar dos objetivos gerais da educação, advertirá sobre este aspecto.
Quando se toma alguma beleza em separado, esquecidas as outras, pode eventualmente acontecer que o belo, sobretudo na arte, por vezes conduz ao mau caminho. Então já não se trata da beleza artística por ser artística, e sim do tema que foi mau, e foi introduzido pela palavra, ou pela música, ou pelas artes visuais. Se entretanto abstrairmos do tema, aquela expressão poderá ter sido artisticamente perfeita. Se porém o próprio tema for bom, teremos a aliança do belo temático com o belo artístico. Se dentre os bons temas o próprio tema belo, a aliança havida será de beleza com beleza, isto é, do belo expressar e do tema belo.
A tendência do artista não é apenas o expressar belamente, mas expressar um bom tema. E este poderá ser um tema instrutivo, um tema capaz de divertir, um tema curioso pela sua originalidade, enfim poderá ser um tema belo. Acontecerá então uma seletividade temática, desde os mais úteis até os mais belos. Ainda que o artista se preocupe em funcionalmente expressar-se belamente, o que verdadeiramente lhe importa é o tema.
34. A arte pela arte é uma situação abstrata. Ninguém fala simplesmente para falar; fala-se para dizer algo de interesse temático. A arte pela arte, como simples virtuosismo funcional do bem expressar, é apenas um momento abstrato, tomado a um todo maior; cuida somente da arte pela arte o apreciador que faz a ciência da arte, a crítica da arte, a história da arte, porquanto cada ciência toma em conta um ponto de vista a parte.
Pode a arte pela arte ser uma preferência de quem a aprecia; mas nunca é toda a arte. Aparentemente o cientista da arte, o seu crítico e historiador parecem conduzidos à indiferença moral; todavia, o estado deles é apenas o da abstração, porque na verdade simplesmente por definição não lhes cabe diretamente cuidar do conteúdo simplesmente em si mesmo; este já pertence a um outro setor, o da filosofia moral da arte.
Conclui-se que, apesar da distinção entre o belo e a arte, é na arte, que,- ao mesmo tempo que busca ser bela, - muito se valoriza o belo.
35. Quando se trata do belo e da arte como valiosos à educação, importa primeiramente o conteúdo belo e o conteúdo expresso pela arte; surge então o belo como a perfeição em destaque e a expressão artística como mensagem direta do tema. Não obstante, a expressão enquanto bela expressão também educa, porquanto excita o sentimento estético, em si mesmo apreciável e elevado.
Schiller aborda a questão do belo como fator de educação, em sua 10-a carta Sobre a educação estética da humanidade (1795). Merece ser lido:
"É verdade que já ouvimos, até o cansaço, a afirmação de que o sentimento educado da beleza refina os costumes, de modo que parecem desnecessárias novas provas.
O apoio é dado pela experiência cotidiana, que mostra o bom gosto quase sempre acompanhado por clareza do entendimento, vivacidade no sentir, liberalismo, mesmo dignidade, enquanto o gosto inculto se apresenta de ordinário ligado a qualidades opostas.
O apelo é feito, com toda a segurança, à mais educada das noções da antiguidade, na qual o sentimento da beleza alcançava sua evolução mais alta, e é feito, por outro lado, ao exemplo oposto, dos povos selvagens ou bárbaros, que pagam sua insensibilidade para o belo com seu caráter rude ou austero.
Ainda assim, boas cabeças por vezes se lembram de negar o fato ou de questionar a justeza das conclusões tiradas. Não pensam tanto mal da selvageria de que se acusa os povos incultos, nem tanto bem do refinamento louvado nos cultos. Já na antiguidade havia homens que nada viam menos benéfico do que a bela cultura, inclinados, por isto, a vedar as artes imaginativas o acesso à República" (Schiller, Cartas, 10, p. 61, trad. R. Schwartz, ed. Herder 1963).
Não desconhece Schiller o problema que se levanta por causa distinção entre o gozo pela beleza da forma e o conteúdo expresso:
"Existem vozes dignas de atenção que se declaram contra os efeitos da beleza, armadas de atenção que se declaram contra os efeitos da beleza, armadas pela experiência terrível.
É inegável, dizem elas, que os encantos da beleza, em boas mãos podem servir a fins louváveis; não lhes contradiz a essência, entretanto, quando, em mãos danosas, fizeram justamente o inverso, utilizando sua fascinação sobre as almas em favor do engano e da injustiça.
O gosto atenta apenas na forma e nunca no conteúdo, e por isso conduz a ama ao perigoso pendor de negligenciar a realidade em geral e de sacrificar a verdade e a moralidade em favor de um vestimenta encantadora" (Ibidem, p. 62).
36. Nem ignora Schiller a objeção do fato de que o florescimento das mais belas artes ocorreu por vezes em períodos de decadência.
"Não temos um exemplo que seja de coexistência amistosa em um mesmo povo entre o alto grau de cultura estética generalizada e a liberdade política ou virtude cívica, entre os belos e bons costumes, entre a polidez do comportamento e sua sinceridade... O nosso olhar, onde quer que perscrute o mundo passado, verá sempre que gosto e liberdade se evitam e que a beleza funda seu domínio somente no crepúsculo das virtudes heróicas" (Ibidem, p. 63).
Mas conclui otimista: "E ainda assim, esta energia de caráter, com cujo empenho se obtém a cultura estética, é justamente a mola com cujo empenho se obtém a cultura estética, é justamente a mola maior de tudo, quanto é grande e excelente no homem, cuja falta nenhuma outra virtude, por grande que fosse, poderia suprir" (Ibidem, p. 63-64).
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ART. 4-o. OS NOMES DO BELO E DO TRATADO DO BELO.
40. Um nome antecipa noções. Se ele ao menos aponta para o objeto, dele será um nome próprio, diferenciando-o das coisas denominadas por outro nome.
O que ordinariamente leva a criar um nome para determinada coisa é uma característica ligada a ela e que a descreve.
Advertiu-o já Aristóteles: "na maior parte dos casos, e mesmo quase sempre, o nome das coisas qualificadas é derivado da qualidade" (Categorias 10a 30).
Por isso, conhecer um nome representa um início de informação. Tentemos, pois, acessar a noção do belo pela via de seus nomes.
§1-o. Nomes do belo.
41. O belo tem muitos nomes. Conhecer a todos abre um leque de sugestões sobre sua natureza.
Mas o fato mesmo de ter o belo muitos nomes nos adverte, que ele é um fenômeno de caráter bastante genérico. Efetivamente o belo participa de outras e outras noções. Tanto importa conhecer estas relações, quanto não confundi-lo com elas.
Além disto, importa não perder de vista a advertência de Aristóteles, de que os nomes costumam derivar de qualidades ou propriedades mais evidentes, e não do que é essencial ao objeto denominado; por isso, ao colhermos a informação vinda através do nome, não devemos logo identificá-la simplesmente com o essencial da coisa denominada.
O belo, não obstante à costumeira superficialidade dos nomes, costuma ter contudo bons nomes. Essencialmente o belo é perfeição em realce; ora este caráter é quase sempre sugerido em seus nomes.
42. Pulcher, -chra, -chrum é o adjetivo usual do latim para significar o que é belo. O substantivo é pulchritas, -atis, e também pulchritudo, -inis.
Apresenta uma origem visual, portanto fácil para a transformação semântica. Deriva de perk-, raiz indo-européia com o sentido genérico de salpicado.
No latim o vocábulo tomou a direção de belo, passando pelas formas perkros e perkr-, resultou em pulcher (= belo).
No grego a radical indo-européia per- rumou para perkos = salpicado de preto), no alemão para Farbe (= cor, tinta), no russo para (krasotá) (= belo, beleza).
De origem visual, portanto teorética, o termo latino pulcher se distancia bastante do de bellus (vd 43), derivado de um nome que significa relação estética de bem.
43. No latim também ocorre bellus. Em outros tempos pouco usado, este nome passou contudo a ser o preferido nos idiomas neolatinos. Similar é o nome bonito.
Belo e bonito, para significarem beleza, tiveram sua origem, na esteticidade afetiva e não na teoreticidade falante do belo. De dwenos saiu o latino bonus (= bom). Através de dwenollos chegou-se a bellus (= belo), menos usado que pulcher. Em português formou-se bonito, através de bom. O processo, em virtude do qual bonito saiu de bom, apresenta-se paralelo àquele em que bellus derivou de dwenollos e este de dwenos.
Termo latino de obscura origem, faz com que estas denominações belo e bonito, tão frequentes na área dos povos latinos, não representem contudo valor semântico no restante vasto mundo cultural indo-europeu. Sem equivalentes na mesma linha etimológica, belo e bonito não possibilitam tradução espiritual perfeita aos idiomas fora da área das línguas neolatinas.
O Esperanto aproveitou a raiz latina, para formar o adjetivo bela (= belo, bela) Dada a flexibilidade gramatical do Esperanto, o termo se tornou de uso eficiente para todos os fins da área em que deve oferecer significado, quer como adjetivo, quer como substantivo, quer como verbo e advérbio.
No latim vulgar, derivando da mesma raiz, se formou bellitia, nas neolatinas belleza (italiano), belleza (antigo provençal), beleza (português).
O curioso desta evolução semântica a partir de dwenos, dwenollos, bonus, belus, bellitia, é seu ponto de partida estético e mais do que isto, de um sentimento genérico, como é o de bom. Interpretamos o belo como um bem teorético da inteligência, enquanto a vontade assim o aprecia em favor daquela faculdade. Ora, sendo um bem, importava sob este pondo de vista denominá-lo a partir do mesmo vocábulo. Diante disto, a semântica nos está a sugerir que o belo, em virtude do mesmo nome, é um bem... E como se trata de um bem muito especial, passou a ter um nome distinto, - belo.
Diante disto ainda, o belo se traduz, aproximativamente, por estético; pois dizemos estético aquele específico sentimento que o apetite exerce diante de um objeto que a vontade aprecia como um bem da inteligência. Entretanto, estético se apresenta mais universal, porque se diz tanto do estético-artístico, como do estético-especulativo, segundo o qual todo o conhecimento agrada, sobretudo do belo. Na verdade, o belo, do qual agora cuidamos, é o perfeito em destaque, nesta condição mais agradando que os demais objetos.
44. São ainda nomes do belo, com nuances: decoro, decoração, ornamento, Ornato, enfeite. Todos indicam o belo de maneira peculiar e conhecida.
Os nomes até aqui citados , - belo e similares, - têm o sentido semântico definitivamente firmado; ainda que originariamente possam sugerir outras qualidades, significam hoje o que diretamente entendemos por beleza.
45. Outros vocábulos latinos indicam o belo apenas de modo genérico, cabendo ao contexto fixar a acepção exata. Referimo-nos às denominações como: elegância, brilho, esplendor, perfeição, fulgor, claridade, clareza, distinção, nitidez, evidência, integridade, perfeição, as vezes até inteligibilidade.
Algumas das qualificações mencionadas se dizem também do conhecimento, que pode ser claro, evidente, distinto, nítido, esplêndido, brilhante. Sobre a análise etimológica destes qualificativos veja-se um tratado de gnosiologia (nosso Que é pensar? n. 105 ss).
Há nomes que dizem belo só dentro de uma determinada área. Por exemplo, artístico para coisas bem feitas.
46. Perfeição por si só não indica o belo. Está, todavia, como que na posição de gênero para a sua espécie. O sentido etimológico de perfeito (do latim per-fectum), derivado de perfazer, encontra-se ainda evidente. Sugere o acabamento, cuja feitura foi conduzida até ao fim, até a integridade. Lembra portanto a verdade ontológica, a idéia exemplar, portanto ao modelo arquétipo em função ao qual uma realização completa se subordina.
A evolução semântica do termo, admite hoje que o perfeito não somente se diga da obra que se faz, ou se cria, mas também de um ser que se realiza dentro de um conceito absoluto. Neste sentido, o perfeito também se diz de Deus.
O belo não diz respeito diretamente à noção do fazer. Por isso, o que já existe, embora não tenha sido feito, pode ser belo independentemente da noção do fazer.
O belo é a perfeição enquanto se destaca do que é menos perfeito. Há, pois, uma distinção entre o perfeito e o belo.
47. Elegância é um termo que realça precisamente a elevação do perfeito por entre o que o é menos. Diz respeito particularmente ao modo de portar-se das pessoas, de sua maneira de andar, de fazer gestos e da índole peculiar de se exprimir.
O termo elegância toma origem na radical grega e latina leg-, com o sentido fundamental de colher, escolher, palavras estas que se formaram com a mesma raiz.
A partir do mencionado leg- se forma o importante verbo grego 8 X ( T , e que exerce dois sentidos, primeiramente o de juntar e escolher, depois o de dizer. Dali procede 8 ` ( @ l (= palavra), que progride em direção inteletual, como logiké (= lógica). Neste mesmo contexto de leg- (= escolher) se insere o latim legere (= ler). Evoluiu a velha raiz para o sentido de interpretar e selecionar, como na latim legio (= escolha, legião) e elegans (= elegante).
Dai resultou que elegância exerce o sentido fundamental de escolha, seleção, superioridade, perfeição. Combina-se, portanto, com muita propriedade com a noção de beleza. Elegância e beleza andam pois de mãos dadas.
A evolução semântica do termo elegância na direção da beleza se encontra muito mas avançada que a de perfeição; mais depressa identificamos o belo e a elegância como sendo um o outro, do que o belo e a perfeição. Há, entretanto, para a elegância uma certa linha de incidência restringida ao comportamento humano, ao passo que a perfeição se pode dizer de qualquer ser universalmente.
48. Íntegro, - enquanto indica a qualidade de um ser como estando de posse de quanto lhe pertence, com a negação expressa de haver sido tocado, - constitui termo bastante próximo do de beleza.
Quase como um gênero, como já sucedia com a perfeição, integridade assume o significado equivalente ao de beleza, quando um especificativo o faz exercer a intocabilidade precisamente como um realce de sua perfeição. A integridade diz posse efetiva das partes; o ser mutilado não é íntegro, e sob este ponto de vista não se realça como perfeito; mas o ser íntegro, frente ao mutilado, se exerce com realce, portanto com beleza.
No original latino, tag- significa tocar; a partir desta raiz se formam palavras como tato, tangível, contingente, acontecer. Na forma negativa formularam-se integer (= íntegro), através de -in-tagros, e intactus (= intacto).
A evolução semântica levou o sentido de integridade para o de completo em suas partes enquanto que o significado primigênio é o de intocável; este sentido originário se aproxima certamente muito mais do de beleza.
49. Indicam também a perfeição com realce, e por conseguinte o belo a seu modo, os termos fulgor e fulgurante, esplendor e claridade, nitidez e distinção, evidência e inteligibilidade.
Aliam os mencionados termos uma circunstância subjetiva, fazendo denominar o objeto em função ao seu revelar-se ao indivíduo.
O fulgurante é fúlgido em si mesmo, ao mesmo tempo que o é para a vista. É frequente a expressão "fugor da forma"; indica a forma perfeita em si mesma, e ao mesmo tempo fulgindo diante de quem a contempla.
O mesmo ocorre com esplendor; sugere a perfeição objetiva, simultaneamente
sua manifestação.
Nitidez, distinção, evidência e inteligibilidade resultam sempre da constituição perfeita da coisa; o belo, em virtude de sua ordem interna, se caracteriza pela inteligibilidade; aliás o belo tem como uma de suas propriedades eminentes a teoreticidade. Em assim sendo, qualquer expressão ligada ao conhecimento o poderá sugerir; tais são todos os vocábulos referidos antes: fugor e fulgurante, esplendor e claridade, nitidez e distinção, evidência e inteligibilidade.
50. Para os gregos, o belo se anuncia como J Î 6 " 8 ` < (tò kalón).
Em grego 6 " 8 ` < é o termo dominante para indicar o belo. O termo é usado em Homero para a indicação de belezas físicas (Ilíada, 3, 392; Odisséia 6, 237). Autores gregos mais recentes usam também o vocábulo para a beleza moral da virtude.
A raiz só existe no círculo helênico e significa fundamentalmente belo, nobre, vigoroso. Contudo, do grego o vocábulo passou à denominações eruditas e técnicas, como em kaleidoscópio, caligrafia, ou em nomes próprios, como em Calixto (= muito belo).
51. Para os alemães belo se diz Das Schoene. O termo deriva do indo-europeu kew-, com o sentido fundamental de prestar atenção e tomar cuidado, havendo evoluído para duas direções epistemológicas, - uma para o ouvido, outra para a vista. Dali as formas alemãs hoeren (= ouvir), schauen (= olhar), e finalmente schoen (= belo).
Fundamentalmente, portanto, o belo em Schoene significa o chamar a atenção, particularmente da vista.
No grego anotamos a modalidade • 6 @ b T (= ouvir), de onde, através já do latim, se formou acústica; trata-se de um prestar a atenção por meio do ouvido.
Diante do exposto, Schoene possui origem teorética, ao contrário de belo, de proveniência estética. Enquanto o termo germânico recorda a visão e a contemplação, o vocábulo latino sugere a afetividade do belo como um bem em que nos aquietamos. Isto nos pode sugerir o temperamento mais sentimental dos latinos, a tendência contemplativa dos germanos.
§2-o. Nomes do Tratado do belo.
52. Importaria também uma investigação sobre os nomes do tratado do belo? Nós o usamos aqui no sentido o mais amplo possível, como equivalente de metafísica do belo.
Multiplicam-se os nomes do tratado do belo, pelo uso do mesmo nome fundamental, pela própria multiplicação dos diferentes pontos de vista abordados. Então resultam as denominações: tratado metafísico do belo, tratado psicológico do belo, tratado sociológico do belo, tratado do belo na arte, tratado do embelezamento, e assim por diante.
53. Estética do belo, eis uma denominação com a qual nos devemos acautelar. Ela poderá significar esteticidade do belo, no sentido de que o belo agrada.
Quando Baumgarten introduziu o nome Estética não quis apenas o adjetivo. O termo devia também significar uma ciência.
Plotino tratou do belo sem dar um nome específico para seu pequeno tratado, o qual é denominado simplesmente Peri tou kalou (= Sobre o belo) (Eneadas I,6). Diderot se limitou ao título Tratado do belo, ao tempo em que Baumgarten usou o de Estética.
54. Filosofia da arte é nome que tem a vantagem de definir o campo ao qual se restringe, - a expressão em obra sensível. Não envolve filosofia da arte diretamente o belo. Ainda que o belo possa ser um dos objetivos da arte, ele ocorre também fora do campo da arte; por sua vez, a arte tem um objetivo essencial que não se confunde com o belo.
Comparando estética e filosofia da arte, importa dizer que o campo da estética é mais amplo por incluir mais vastamente o belo não artístico, por exemplo, o belo da natureza. Tão só por um arranjo semântico um nome poderá ser tomado pelo outro, conforme sucede em alguns autores. O mesmo acontece com o uso da palavra belo, que alguns, por exemplo Baumgarten e Hegel, definem de maneira muito particular.
55. Os nomes Estética de conteúdo e Estética psicológica apresentam a vantagem de distinguir nitidamente dois campos: a de conteúdo examina o objeto capaz de agradar (entre eles o belo e o artístico), a psicológica examina o sentimento estético em si mesmo. Com referência ao conteúdo que pode agradar, diferenciam-se muito nitidamente o conteúdo belo e o conteúdo artístico. Agrada o belo simplesmente por ser belo; agrada o conteúdo artístico, porque havendo na expressão artística uma informação, esta agrada, na acepção de que agrada saber algo.
Combinado com o nome de arte, sobretudo em suas espécies, o contexto da palavra estética sempre se torna mais ou menos claro, de que se trata de uma arte; por exemplo, estética literária, estética musical, estética das cores (ou da pintura), estética das formas (ou da escultura).
Mas se se tratar da estética conjunta de todas as artes, mais claras ficam as expressões: filosofia geral da arte, ciência geral da arte, inspiração artística, gêneros artísticos, estilos da arte.
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ART. 5-o. DIVISÃO DO TRATADO DO BELO.
58. O belo metafísico, sobre o qual estamos concluindo o ponto de vista meramente lógico, é abordável, no que se refere ao conteúdo, pela seguinte ordem, em capítulos:
1-o. Como se conhece o belo. Ou o belo como objeto que se dá a conhecer. Adequadamente a abordagem gnosiológica do belo se faz primeiramente pela sua mesma manifestação de ser ao nosso conhecimento.
Neste particular o presente primeiro capitulo é uma gnosiologia do belo; mais exatamente, uma gnosiologia fundamental do belo, porque nos retemos sobretudo no que é do início; outros detalhes gnosiológicos são possíveis de se determinar, como por exemplo se o belo é real ou apenas fenomênico (vd cap. 5-o).
Mas é ainda fundamental o detalhe,- anterior a questão do realismo e idealismo, - a pergunta se a manifestação do belo ao nosso conhecimento é teorético (lógica), ou se é alógica. Assim decidindo, a estética se institui como logicista e não como alogicista.
2-o. 0 belo essencialmente como esplendor da forma (ou, o que o belo fundamentalmente é. Ou ainda, o que o belo formalmente é).
Definir e provar o belo como esplendor da forma equivale a dizer, como depois se esclarecerá e se tratará de provar, que o belo é a verdade ontológica eminente das coisas.
Ou ainda: o belo como qualidade, perfeição e realce dos seres. Como qualidade, o belo é determinação de um objeto; como determinação, o belo se diz em função a um arquétipo; enfim, como esplendor, ou eminência, ou realce, esta qualidade se apresenta conduzida ao máximo, de sorte a superar as coisas que não são dotadas de beleza.
Anote-se que o belo passou a ser estudado como algo em si e já não em função a nós, como na teoreticidade. Em contraste com o primeiro capitulo (Gnosiologia do belo), o presente é uma Ontologia do Belo, mais exatamente, uma ontologia fundamental do belo, porque não tratamos logo de todos os detalhes. Todavia incluímos ainda no capitulo as generalidades sobre as propriedades do belo, como sen parágrafo final: 0 belo e seu contrário (o feio) e ainda seus graus e similares. Situado o belo como uma qualidade, apresenta, enquanto qualidade, um seu contrário (o feio), graus de intensidade e semelhantes.
3-o Como o belo está nas coisas (ou, o belo materialmente, para dizer que coisas são belas, quais são as categorias de ser e belo).
4-o A Esteticidade do belo. Este é um capitulo da Estética psicológica, e que acrescentamos ao Tratado metafísico do belo, em virtude de sua (intima ligação com alguns dos seus temas; a inteligência e a vontade, embora Faculdades distintas, são também complementares. 0 tema contudo é tratado apenas em termos de psicologia e não de metafísica; por sua vez mais no piano da psicologia racional, que da psicologia experimental.
5-o. 0 belo na ordem real. Aqui se retoma uma detalhe do aspecto gnosiológico do belo. Decide-se sobre o que o belo é e não é do ponto de vista da existência. Conduz-se ao fim a querela de idealistas e realistas, de positivistas e racionalistas.
6-o. 0 que o belo não é. Este capitulo, um tanto repetitiva, é um arrastão de vários pontos de vista, que achamos não constituírem o belo, mas que poderão ter sido a opinião de autores de renome. 0 ponto de vista é o da essência.
59. Uma fenomenologia. Na visão introdutória oferecida sobre o tratado do belo, todos os capítulos a serem desdobrados se mantém constantemente na visão explicita dos dados que se mostram. A investigação se mantém continuamente na área das evidências explicitas.
Não ha um caminhar do explicito para o implícito e virtual, como acontece na teoria.
Anda-se de abstração em abstração, sem nunca sair do piano meramente fenomenológico. É, pois, o Tratado do Belo um ensaio de fenomenologia do belo, e não uma teoria do belo.
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Belo
Definição
Não é possível dar uma definição absoluta de belo, embora se possa estudar suas várias acepções no curso da história. A dificuldade de conceituar o belo acompanha a história da filosofia, desde a Grécia Antiga. "Toda beleza é difícil", indica Sócrates (469-399 a.C). Sem pretender recuperar as discussões sobre o tema, pode-se desenhar duas ênfases que recortam as reflexões sobre o belo na tradição filosófica: uma que o define como idéia objetiva (Aristóteles, na Metafísica, afirma: "As principais formas de beleza são a ordem e a simetria e a definição clara") e outra para a qual a beleza é determinada pela experiência de prazer suscitada pelas coisas belas (nos termos de Platão, em O Banquete). Kant (1724 - 1804), na Crítica do Juízo (1790), propõe a superação da polaridade ao distinguir a beleza de qualquer juízo racional ou moral. Desse modo, defende o caráter não determinado do juízo estético. Segundo Kant, quando se afirma que algo é belo isso é feito sem ter por base um conceito que respeite essa afirmação, ainda que supostamente seja válida para todos. Se as formulações kantianas têm forte impacto sobre as teorias posteriores - sendo retomadas no século XX por críticos como o norte-americano Clement Greenberg (1909 - 1994) -, os dois enunciados sobre o belo (os que acentuam os aspectos objetivos e os que sublinham a apreensão subjetiva) permanecem vivos. O duplo modo de conceituação da beleza é utilizado ao longo da história da arte, desde a Grécia Antiga. Ele é reanimado na oposição entre o belo clássico - objetivo, universal e imutável - e o belo romântico - que se refere ao subjetivo, ao variável e ao relativo. Se a dicotomia belo clássico/belo romântico tem utilidade para definir contornos mais amplos, não deve levar ao estabelecimento de uma oposição radical entre os modelos, que se encontram combinados em diversos artistas e obras.
O belo clássico define-se na arte grega com base em um ideal de perfeição, harmonia, equilíbrio e graça que os artistas procuram representar pelo sentido de simetria e proporção (Praxíteles, Hermes com o Jovem Dionisio, 350 a.C.). As formas humanas apresentam-se como se fossem reais e, ao mesmo tempo, exemplares aperfeiçoados (Vênus de Milo, século I a.C.). A arte renascentista italiana retoma o projeto de representação do mundo com bases nesses ideais. Algumas obras de Michelangelo Buonarroti (1475 - 1564) exemplificam a realização do modelo clássico, seja nos estudos de anatomia para composições maiores (Estudo para uma das Sibilas no Teto da Capela Sistina), seja em esculturas, como o célebre Davi (1501-1504). As imagens de Rafael (1483 - 1520), por sua vez, dão plena expressão aos valores da arte renascentista, destacando-se pela beleza projetada segundo os padrões idealizados do universo clássico (A Ninfa Galatéia, ca.1514). Nova retomada da arte antiga, especialmente greco-romana, observa-se no interior do neoclassicismo dos séculos XVIII e XIX. À complexidade formal e aos caprichos do barroco e do rococó, o neoclassicismo opõe a retidão e a geometria, como mostram as telas de Jacques-Louis David (1748 - 1825) e as esculturas de Antonio Canova (1757 -1822), amparadas na idéia de um belo ideal.
A visão romântica anuncia a ruptura com a estética neoclássica e com a visão racionalista da Ilustração. Se o belo clássico remete à ordem, ao equilíbrio e à objetividade, o belo romântico apela às paixões, às desmedidas e ao subjetivismo. O belo romântico, longe de ser eterno, é social e historicamente condicionado. O cerne da visão romântica do mundo é o sujeito, suas paixões e traços de personalidade, que comandam a criação artística. A imaginação, o sonho e a evasão; os mitos do herói e da nação; o acento na religiosidade; a consciência histórica; o culto ao folclore e à cor local são traços que definem os contornos do ideal romântico do belo. As telas de Caspar David Friedrich (1774 - 1840) associam-se diretamente às formulações teóricas do romantismo (por exemplo, O Viajante sobre as Nuvens, ca.1818, e Paisagem nas Montanhas da Silésia, 1815-1820). Ao ideal do belo clássico, a matriz romântica opõe ainda a realidade do feio, que a obra de Francisco José de Goya y Lucientes (1746 - 1828) desvela precocemente, antecipando uma vocação realista do romantismo histórico (Os Fuzilamentos do 3 de Maio, 1808). A poética do feio será amplamente explorada pelo expressionismo de Edvard Munch (1863 - 1944) e Ernst Ludwig Kirchner (1880 - 1938), que reedita, e radicaliza, os ensinamentos românticos pela deformação das figuras e imagens (O Grito, 1893, de Munch, e Marcella, 1910, de Kirchner). O "feio" permanece também idealizado; "não é senão o belo decaído e degradado", como indica G.C. Argan.
A arte moderna do século XIX - romantismo, realismo e impressionismo - assume uma atitude crítica em relação às convenções artísticas e aos parâmetros do belo clássico, sancionados pelas academias de arte. A industrialização em curso e as novas tecnologias colocam desafios ao trabalho artístico, entre eles, as relações entre arte, técnica e ciência, exploradas por parte significativa das vanguardas construtivas do século XX. A disputa entre o belo, o útil e o funcional assume o primeiro plano com a Bauhaus e com o construtivismo russo, por exemplo, que almejam matizar as fronteiras entre arte, artesanato e produção industrial. Nos movimentos antiarte como o dadaísmo, por sua vez, as distâncias entre arte e vida cotidiana são abolidas, o que obriga a redefinição da arte e de suas interpretações. A ampla e variada produção do século XX impõe a reavaliação das medidas de aferição do trabalho artístico. Greenberg indica a impossibilidade de aplicar normas, padrões e preceitos para a emissão de juízos críticos. Os "juízos estéticos", diz ele, "são imediatos, intuitivos, não deliberados e involuntários (...)." Somente a experiência, e a reflexão sobre ela, permitiria distinguir a arte de boa qualidade das demais. Na segunda metade do século XX - com a arte pop e o minimalismo -, quando as categorias usuais para pensar a arte (pintura e escultura) perdem a razão de ser, a discussão sobre os juízos artísticos se torna ainda mais complexa.
O que é o Belo? - Platão já reconhecia a existência de coisas que são belas por si mesmas e que fornecem um prazer puro que não aquele da cessação da dor ou aflição. Sócrates achava que o Belo era uma concordância observada pelos olhos e ouvidos. Kant achava belo sobretudo o natural, as aves, as plantas. E as definições do Belo e do que é Estética, sempre estiveram presentes e foram ampliadas nas discussões filosóficas e artísticas. A beleza feminina, também uma manifestação do Belo, às vezes é pouco compreendida por ser associada a um comportamento fútil. Grosseiro engano, trabalhar, praticar esportes, estudar, freqüentar as clínicas de estética não é tarefa para fúteis e pobres de espírito. Mulheres inteligentes, cultas, que trabalham em casa e tem a sua profissão e que são sobretudo fortes, são as que tem entusiasmo para cuidar da beleza e da saúde.
A beleza feminina pura ocupa um lugar no Cosmos, assim como as outras belezas naturais e não naturais. Um belo pássaro ou animal são bonitos, assim como um quadro, uma cidade, uma floresta, uma estrela, ou uma poesia. A beleza se manifesta em coisas livres do sentimento e pensamento humanos e deles não depende. Não há mal em se cultuar o Belo. Não há mal em se cultuar a Beleza Feminina. Admirar o Belo não significa desprezar o que não é belo. Também é belo a mulher idosa, saudável e feliz, assim como o homem ativo em todas as etapas de sua vida. É também belo a criança brincando, a obra de arte, a natureza, é belo a sabedoria. Claro, não há beleza na doença, na tristeza, na morte, na fome, na destruição. O harmônico, qualidade do Belo, está nítido e se manifesta na vida , na saúde, na alegria e no amor. A mulher, dos humanos a parte mais bela, só poderia ter sido a maior inspiradora da arte e dos artistas, desde os tempos antigos. A Vitória de Samothrace, a Vênus de Milo, as pinturas egípcias, a surrealista Gala de Dali, a beleza suave da mulher na Primavera de Botticcelli, a mulher na poesia de Vinícius de Moraes, de Drummond, obras maravilhosas inspiradas por elas.
E é claro, a beleza mudou através dos tempos. No passado a beleza feminina era só um rosto, privilégio de poucas que tinham a coincidência genética de ter um rosto com linhas harmônicas. Os costumes então não permitiam revelar o corpo. Nos tempos atuais todas as formas femininas são expostas, e essa agradável liberação de costumes deu às mulheres a possibilidade de outras manifestações de beleza, a beleza do corpo, que é muito mais "democrática", porque acessível à maioria das mulheres. A nutrição, os esportes, e também a medicina passaram a ajudar na promoção da beleza feminina.
Uma nova especialidade médica - a Medicina Estética, se propõe então à utilizar as técnicas, a pesquisa e os conhecimentos médicos para a promoção da beleza feminina da face e do corpo. A Medicina Estética é a Arte Médica do Belo, e como as outras artes, que produzem um prazer, uma felicidade subjetiva, não pode ser submetida à um juízo de valor. O seu valor é determinado pelo bem estar que causa à quem recebe os seus benefícios. O gosto, a capacidade de julgar o que é belo, é que faz a obra de arte ser maravilhosa para uns e horrível para outros, é influenciado pela cultura, pelas condições sócio econômicas, pela moda, pelos costumes de cada povo. Então, não é a Medicina Estética que como ciência cria esse aspectos básicos que são o gosto e a estética. Cabe à
ela apenas atender os anseios do inconsciente coletivo e como uma manifestação artística, criar , manter e melhorar a Beleza Humana.
O belo, porém, tem algo mais que todas as outras Formas inteligíveis: é a única que pode ser vista também pelos olhos físicos, além de o ser pelos olhos da alma.
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ENCICLOPÉDIA SIMPOZIO
(Versão em Português do original em Esperanto)
© Copyright 1997 Evaldo Pauli
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TRATADO DO BELO.
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INTRODUÇÃO AO TRATADO DO BELO.
6. "O belo desfila todos os dias diante de nós.
Ele nos seduz nas colinas quando coroadas pelo sol matutino.
Está nos trêfegos regatos a descer das encostas.
Habita nas flores.
Brilha nas pedras preciosas.
Ornamenta as porcelanas.
Aviva as vestes festivas.
O belo vive também na mocidade elegante que sai a passeio e ingressa nos salões.
Este desfilar das coisas belas nos diz que também a vida é bela."
7. O filósofo e o cientista experimental estendem e aprofundam sistematicamente a contemplação do belo. Não somente se limitam a observar e apreciar o belo, mas ainda se aplicam a esclarecer o que ele é. Dilata-se, então, o significado do belo para noções progressivamente mais amplas, até ao espaço imponderável da metafísica, onde muito se expande o saber, ainda que pouca seja a segurança de vôo nesses espaços imponderáveis aos quais nos aventuramos.
Que seria o belo em si mesmo? Uma tentativa metafísica (ou seja, uma das hipóteses), reza o seguinte: o belo é o ser enquanto se destaca como perfeição.
Equivale, em outras palavras a dizer: o belo é a perfeição em destaque.
Ou, com alguma nuance: o belo é o esplendor da forma.
Então a palavra forma equivale à essência, e já dizemos: o belo é o esplendor da essência da coisa.
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ART. 1-o. OBJETO OU TEMA DO TRATADO DO BELO.
9. Método. Mas, antes de estender e aprofundar tão extraordinariamente a contemplação sobre o belo, importa determinar como se fazem a extensão e o aprofundamento. Importa, antes de tratar da coisa em si mesma, cuidar de uma preliminar meramente formal, com uma introdução à ciência que há a fazer.
Esta consideração meramente formal, antes de passar à investigação em si mesma, se destina precisamente a informar sobre o próprio investigar.
Então se garante a sistematicidade da referida contemplação do belo. Este cuidado prévio com a lógica da investigação se denomina Introdução ao Tratado do belo, olhando-o como que primeiramente a partir de fora.
Na introdução se antecipam todas as questões, principalmente sobre o objeto estudado, para bem entendê-las, sem ainda decidir sobre elas.
Para cada ciência há uma introdução, e todas são feitas pela lógica, de que o método é uma parte importante.
A lógica é a ciência das ciências, porque as ordena internamente, definindo o objeto de que trata, orientando suas divisões e classificações, mostrando como se prova.
Paradoxalmente, pois, a introdução não pertence à ciência à que introduz; diz simplesmente o que à ciência, em que introduz, cabe fazer e como há de fazer este fazer. Trata, pois, de qualquer ciência, todavia só de maneira meramente formal.
10. A Introdução nos leva de pronto a uma terminologia sofisticada, que, por meio de abstrações sucessivas distingue entre objeto material (ou concreto) e objeto formal (ou ponto de vista abstrato, colhido para ser examinado como objeto específico de uma ciência).
Há, por exemplo, a coisa concreta bela, ou seja o belo concretizado e individualizado (aqui se trata do objeto material). Este objeto material ainda não está desvestido de nada, que a abstração lhe retire. É o belo como desfila todos os dias diante de nós: o belo das flores dos jardins, o belo das aves do céu, o belo da juventude que passeia.
Uma primeira abstração chamada total, separa o belo de suas individuações, passando do individual ao universal; temos então o belo enquanto tal (ou o belo em geral), porque a abstração total o separou da totalidade dos seus indivíduos. Podemos dizer que nesta primeira abstração, - a total, - o belo já deixou de ser concreto.
Contudo, depois desta primeira abstração (chamada total), continuamos ainda no plano do objeto material, embora já com o título de objeto geral; neste sentido se diz que a ciência cuida do universal, por exemplo, da planta em geral, e não desta ou daquela planta. Portanto, o Tratado do belo trata do belo universal.
Uma segunda modalidade de abstração, denominada formal (ou essencial), subdivide o objeto universal em perspectivas internas ao mesmo universal, podendo cada perspectiva ser objeto formal de distinta ciência.
Dividir internamente um objeto, pela abstração formal, significa redividir a forma universal (que já está sem sujeito). Separando umas formas de outras, resultam diferentes perspectivas. As mais gerais se denominam objetos de ciências específicas, e as menos gerais constituem partes destas ciências.
Nosso objetivo agora é determinar sob que perspectiva específica se pergunta pelo belo, como tema abordado pela metafísica, enquanto distinto das perspectivas que outras ciências buscam no mesmo belo. A pergunta da metafísica do belo não é, por exemplo, a mesma da psicologia do belo.
11. Ciências do belo. Observando as belezas concretas, as ciências ampliam, portanto, a visão, desvinculando-se primeiramente das individuações (pela abstração total) e a seguir, detalhando o seu exame (por meio da abstração formal), indagam separadamente todos os aspectos específicos que o objeto belo apresenta:
- metafísico (Tratado metafísico, ou gnosiologia e ontologia do belo);
- psicológico (Tratado psicológico do belo ou Estética psicológica do belo);
- moral (Tratado moral do belo);
- educacional (Tratado educacional do belo);
- cultural (Tratado cultural do belo);
- social (Tratado social do belo);
- sociológico (Tratado sociológico do belo);
- artístico (Tratado artístico do belo, ou o belo na arte);
- técnico (Tratado técnico do belo);
- industrial (Tratado industrial do belo)
E outros mais aspectos, como o belo no folclore, na moda, no arranjo pessoal, inclusive salão de beleza, com os respectivos Tratados. Como depois se insistirá, a metafísica do belo trata do belo como um aspecto entitativo do ser, e não apenas como algo cujo efeito é ser agradável.
Convertidas a filosofia, a ciência experimental e a técnica em instrumentos de clarificação do belo, nos seus mais variados aspectos, tornam-se belas a própria filosofia, ciência e técnica.
12. Uma disciplina de saber. O estudo do belo não é um tratado no sentido de ciência autônoma. Ele é parte integrante de uma ciência maior, ou de várias ciências maiores, da qual ou das quais é recortado, em virtude da importância do tema. Então se torna uma disciplina de saber, em vista de se dar um desenvolvimento maior, com uma organização didática particular. O mesmo acontece com outros temas da filosofia e ciência, os quais, pela sua importância se desenvolvem didaticamente como disciplina.
Estudado o belo do ponto de vista meramente metafísico, a respectiva disciplina se diz adequadamente Metafísica do belo. Dividida a metafísica em gnosiologia e ontologia, vale também dizer Gnosiologia e ontologia do belo.
13. Por ênfase, chamamos sobretudo à metafísica do belo, pela expressão Tratado do belo. A rigor, também as outras disciplinas sobre o belo são denomináveis Tratados do belo. Mas dentre todas assume particular destaque a Metafísica do belo, que por isso é enfaticamente O tratado do belo.
Eventualmente, no texto presente cuidamos, mas somente de trânsito, também da psicologia do belo, ou seja, do belo enquanto se apresenta como esteticidade. Mais amplamente a Estética psicológica trata de todo e qualquer sentimento estético, de que o do belo não é senão um detalhe.
A esteticidade do belo não é um elemento da essência do belo, todavia uma sua propriedade muito peculiar. A unidade ocorre apenas através do mesmo objeto material, - o belo, - e não do ponto de vista, que, num caso é metafísico, noutro é psicológico.
Pelo visto, da sistematizada contemplação do belo resulta um desdobramento abstrativo, que deixa à cada ciência específica o seu ponto de vista. Neste caso ocorre um único objeto material, todavia uma pluralidade de objetos formais, ou seja essencialmente específicos.
Há um único ponto de partida concreto, denominado o objeto material, - que não é senão aquele belo que desfila todos os dias diante de nós como realidade nas mais diversas coisas. Mas os objetos formais são muitos, de acordo com a perspectiva específica de cada ciência a se ocupar com o belo. O objeto do qual queremos particularmente nos ocupar neste Tratado do Belo, é metafísico (dito também ontológico).
14. O ser do belo. Em principio, a metafísica trata do aspecto de ser das coisas. Não há metafísica sem ser. Portanto, perguntamos, que é o belo como ser? Seria um elemento de essência do ser, ou seria apenas um propriedade, ainda que intrínseca?
A pergunta está na mesma direção de quem indaga, que é o bem? que é a verdade? que é ser uno? que é existir? Portanto, a Metafísica do belo tem como objeto a natureza do belo simplesmente como sendo aquela coisa que assim se apresenta e nos desperta a pergunta.
15. Acaso existe um ser das coisas, para que a metafísica pergunte por ele e por suas propriedades?
Eis o problema que divide racionalistas e empiristas.
O ser, ainda que seja alcançado pela experiência empírica, não o é diretamente como ser, - dizem uns. Outros, - Aristóteles, por exemplo, - asseveram que a própria experiência alcança o ser, ainda que seja apenas o ser do sensível, a partir do qual a inteligência toma o caminho para o ser em geral, ainda que a este apenas. Enfim, os racionalistas mais radicais, - Platão, Agostinho, Descartes, - querem ter alcançado diretamente o ser em geral. Como provar, esta ou aquela posição?
É a metafísica a única ciência que deve provar seu próprio objeto. Por isso a metafísica principia pela gnosiologia. Somente depois, de acordo com o que tiver provado na gnosiologia, poderá a metafísica continuar, fazendo uma ontologia.
Pelo visto, a tarefa do Tratado do belo passa por momentos dramáticos, nos quais importa muita capacidade dos filosofantes. A gnosiologia decide sobre a ontologia e ao mesmo tempo sobre a metafísica do belo.
16. O tema gnosiológico, em que apenas nos introduzimos, constitui o eixo central do primeiro capítulo do presente Tratado do belo. Para lá também transferimos vários elementos meramente introdutórios à gnosiologia do belo.
Atentos de imediato à redivisão da metafísica em gnosiologia e ontologia, primeiramente há a justificar as condições gnosiológicas do belo como objeto de conhecimento; depois de realizado este suporte gnosiológico do acesso ao ser, inclusive do ser do belo, poderemos seguir em frente, situando-nos no ponto de vista do ser em si mesmo, e portanto do belo em si mesmo. Portanto, como parte da metafísica (ou ontologia), o Tratado do Belo é cativo da metafísica em que o tratadista se situa.
Segundo Kant, mas que tudo não passe de apriorismos mentais, importa estudar a estes, para entender como se dá toda esta parafernália dos procedimentos mentais. Quer as coisas do belo existam na coisa real em si, quer seja apenas um apriorismo, em qualquer dos casos ele pertence à condição humana.
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ART 2-o UM POUCO DE HISTÓRIA DO TRATADO DO BELO.
18. Desde a antiguidade grega muito e sempre se escreveu sobre todos os aspectos do belo, mas principalmente sobre as propriedades do belo, como proporção e harmonia, bem como de sua ação estética.
O objetivo prático evidentemente prevalecia, no sentido do fazer belas as coisas, quer as simplesmente úteis, quer as de expressão artística, o que equivalia dar-lhes correta proporção e harmonia.
A metafísica do belo foi tema apreciado dos grandes filósofos clássicos, e assim também dos grandes nomes da filosofia moderna.
A bem da verdade, os tratados do belo poderiam ser mais breves, se não houvessem ocorrido tantos acidentes de percurso. Assim sendo, o tratado do belo ficou sendo uma espécie de tratado de exercício de coisas intrincadas. A história apresenta quais foram estes acidentes de percurso.
19. Platão (427-347 a.C.) ocupou-se com a arte e o belo nos diálogos menores Ion e Fedro; nos maiores, em algumas passagens de República e Leis.
Situou Platão o belo no ser metafísico, concebido por ele sobretudo como idéias reais arquétipas. O mais era sombra. Tornou-se famosa a sua invectiva contra a arte. Interpretando-a como expressão sensível, achava dever preteri-la em favor da contemplação das idéias reais transcendentes. Aliás por razões análogas, no futuro, Hegel fará da arte apenas um estágio da dialética do Espírito, a ser superado por um momento superior seguinte.
Quanto ao belo em si mesmo, a doutrina de Platão sobre os arquétipos contém em embrião a essência de todos os sistemas de metafísica do belo. Inclusive Kant, apesar do seu apriorismo sem objeto real, fez do belo uma noção que se diz das coisas em relativo, enquanto estas se dizem perfeitas em função a um tipo arquétipo ideal ao qual em seu ser se ajustam.
20. Aristóteles (384-322 a.C.), criou uma metafísica racionalista moderada favorável ao desenvolvimento de uma consistente filosofia do belo. Todavia não se ocupou muito com a questão. Havendo introduzido a distinção entre predicação unívoca (de estratos entre si isolados, como nas categorias do ser) e predicação analógica (observada em ser, uno, verdade, bom, belo), introduziu ordem sistemática na classificações dos conceitos.
Com este trabalho abriu caminho para caracterizar futuramente com mais detalhes o belo, uma das noções transcendentais derivada das transcendentais fundamentais.
Ainda que Aristóteles, contra Platão, negue o realismo dos arquétipos platônicos, conserva contudo um fundamento ontológico dos universais nas coisas individuais. Somente as coisas singulares são reais, todavia obedientes à universais nelas mesmas fundadas, como leis que lhes são imanentes. Para Aristóteles há, pois, essências, ou leis, sem que estejam fora das coisas.
Tais doutrinas as enunciou nos tratados conhecidos depois por Órganon e Metafísica.
Sobre a arte foi Aristóteles mais específico em Retórica e em Poética, onde discute noções sobre o belo e seus efeitos estéticos. Finalmente em Ética a Nicômaco estudou a felicidade que resulta do saber, o que constitui aproximação com a estética, a qual não é senão o prazer ocasionado pela expressão da arte.
21. No período helênico-romano desenvolveu-se o estudo da estética literária, juntamente com a gramática. São apreciáveis os escritos teóricos de Cícero (106-43 a. C.), Horácio (65- 8 a.C.), autor de uma Poética, ou Epistola aos pisões
Quintiliano (35-96) é um notável autor antigo de uma Instituição oratória, que entretanto passou a ter influência sobretudo a partir da redescoberta deste escrito em 1415.
Plotino (205-270), já adentrado no período helênico-romano, é um eminente metafísico neoplatônico, havendo escrito um Tratado do Belo (arrolado nas Enneadas I, 6). Em sua visão monista coloca no alto o Uno supremo, partir do qual emanam o logos, a alma do mundo, as almas individuais, finalmente a matéria, prevalecendo o exemplarismo do superior sobre o inferior.
Longino (213-273) escreveu um Tratado do sublime (traduzido ao francês por Boileau).
22.Os primeiros filósofos cristãos, até o final do século 12, se imbuem das idéias platônicas e neoplatônicas, consequentemente de alguns de seus conceitos sobre o belo.
Agostinho de Hipona (364-430), primeiramente um retórico, fez ponderações apreciáveis sobre o belo.
Dionisio (o Pseudo Dionisio Agreopagita) (sec. 6-o), autor consagrado de Sobre os nomes divinos (original em grego), contribuiu para o mesmo fim.
23. Na Idade Média o desenvolvimento da metafísica ensejou o clima próprio para o estudo do belo, ainda que não o tenha exaurido (Cf. Edgard de Bruyne, Études d'Esthétique médiévale, Bruge, 1946, ed. esp. Gedos, Madrid, 1958). Este clima se estabeleceu, porque então se deu particular importância à classificação e estudo das noções transcendentais, constituídas pelo ente e suas propriedades mais fundamentais.
Felipe o Chanceler (Philipus Chancelarius) (c. 1170-1236) arrolou a primeira vez uma lista de quatro transcendentais: ens, unum, verum, bonum. O que em Aristóteles já fora tratado dispersivamente, ganhou agora organicidade.
O belo como transcendental encontrou um dos seus principais pontos de partida em Guilherme de Auxerre. Este, por volta de 1220, escreveu: idem est in substantia eius bonitas et eius pulchritudo (Summa Aurea II,9,4).
De Alberto Magno (1206-1289) cita-se importante opúsculo: De pulchro et bono. Nele trata do belo em si mesmo e de seus "oito modos".
Tomás de Aquino (1225-1274), em seu De veritate (I,1) criou uma sistemática das noções transcendentais, as quais, segundo ele, seriam: ens, res, unum, aliquid, verum, bonum.
Oportunamente deveremos voltar a esta questão, porque nela se inserta a questão do belo. Embora Tomás de Aquino se refira em variadas ocasiões, ainda não insistiu em sua natureza, senão ligeiramente. Sua posição inteletualista e que, em última instância faz reduzir o belo ao verum se encontra na frase em que assevera que "o bem diz respeito apropriadamente ao apetite... O belo, porém, à potência cognoscitiva" (Suma Theologica I; q. 5, a. 4., ad 1).
24. No fim da Idade Média e Renascença aconteceu o desenvolvimento das artes e estudo das línguas clássicas, além das modernas, ao mesmo tempo que o surgimento do classicismo. Avolumou-se a literatura que trata do estético artístico e do belo em si mesmo. Continua, entretanto, o acento na direção do belo artístico e não do belo simplesmente.
O classicismo do final da Idade Média, da Renascença e dos primeiros séculos modernos (cartesianos) produziu uma estética, que teve por ideal o tipo da espécie e não o indivíduo, ainda que se trate de tipos humanos.
Tais são as Poéticas de Scalígero (1484-1558), Castelvetro (1505-1571), Patrizzi (1529-1597), que inspiraram o classicismo italiano.
Sobremaneira se destacou o poeta Nicolas Boileau (1636-1711), que ao mesmo tempo foi o teórico do classicismo francês, através de sua Arte poética (1674).
25. Os primeiros modernos a versarem de um modo novo os temas do belo são os moralistas ingleses.
Citam-se Shaftesbuy (1661-1713), autor dos Characteristics (5-a ed. 1732); Hutcheson (1694-1746); Hogart (1697-1764), autor de Philosophical inquiry into the origin of our ideas on the sublime and beautiful (1756), traduzido por Lessing ao alemão em 1773.
De uma parte, não cedendo embora às tendências empiristas, e de outra não aderindo aos excessos racionalistas, mantém-se numa linha de centro, de acordo com uma velha tradição platônica medieval, resistindo mesmo ao aristotelismo tomista. Abrem caminho pelo que denominam de bom senso (ou senso comum), quer para garantir e explicar a moral, quer para esclarecer sobre a natureza do belo.
Distinguem geralmente entre o belo e o sublime, colocando a este último acima do primeiro. Influirão sobre a estética alemã.
26. Com a expansão da filosofia alemã no século 18, surgem também inovações para a filosofia do belo e da arte, inspirando todo o período romântico.
Primeiramente se fez notar Alexandre Baumgarten (1614-1762), marcando uma nova orientação em filosofia, ao interpretar o belo como sensível. Aliás, foi neste contexto do sensível, que Baumgarten inventou o nome Estética. Publicou Meditationes philosophi de nonnullis ad poema pertinentibus (1735) e Aesthetica sive theoria iberalium artium (1750-58). Foi esta última republicada em fac-símile (1961, Hildesheim).
Emanuel Kant (1724-1804), depois de haver publicado a Crítica da razão pura (1781) e a Crítica da razão prática (1788), veio ainda com uma Crítica do juízo (1790), visando tratar dos juízos que enunciam algo sobre os objetos vistos como um todo, entre os quais situa os juízos estéticos. Mantido o caráter fundamentalmente sensível do belo (como em Baumgarten), discute o valor dos arquétipos, em função dos quais verdadeiramente algo se diz belo.
Hegel (1770-1831) mais uma vez introduz novidades no estudo do belo, com sua volumosa Estética (póstuma). Mas agora se ocupa especialmente da arte, quando em Kant o centro fora o belo.
27. Ora cá, ora lá, continuam as especulações metafísicas dos modernos sobre o belo, acrescidas ainda das experimentais e histórias da arte.
A tendência positivista do final do século 19 reteve-se nos aspectos empíricos do belo, como os efeitos de satisfação por ele criado. Então o belo já não é determinado como sendo tal, senão pelos seus efeitos. Os conteúdos metafísicos do belo são refutados como sem sentido. Com o afastamento da metafísica dos meios positivistas, ou neopositivistas, ficou lugar apenas para a estética psicológica do belo (compreendida a psicológica experimental) e a estética do artístico (de novo a experimental).
Em princípio, a psicologia experimental é por si mesma um saber válido, independentemente de se admitir ou não a psicologia especulativa e a metafísica.
28. Mas, enquanto o empirismo criou seu campo de praticantes, também se mantiveram firmes as demais correntes filosóficas, sejam as do tipo intuicionista, filosofia dos valores, filosofias fenomenológicas e existencialistas, sejam as do velho modelo ontológico aristotélico e platônico, ou escolástico renovado.
O contemporâneo é sempre muito movediço (veja-se Raymond Bayer, L'Ésthétique mondiale au XX-e siècle, PUF, Paris 1961).
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ART. 3-o. VALOR DO TRATADO DO BELO.
30. Conhecer e estudar sistematicamente o belo resulta em vantagens, e que se situam em vários planos.
Primeiramente, vale o princípio geral que todo o conhecimento é em si mesmo valioso, enquanto nos agrada o conhecer. Agrada-nos sobremodo conhecer os objetos mais significativos e valiosos. Neste caso se encontra o belo, por ser qualidade aperfeiçoativa. Como já advertiu Aristóteles, o belo é o preferido. Em decorrência direta destaca-se o valor do Tratado do Belo, pois atenta para o belo e alarga o conhecimento sobre o mesmo.
Ainda que o belo não fosse valioso em si mesmo, bastaria, para determinar sua importância, a atração que exerce. A curiosidade pelas coisas belas e a afetividade estética produzida induzem a fazer dele uma indagação.
Enfim, todo o saber vale por si mesmo. É bom saber. E por isso é bom saber algo sobre o belo. É mesmo bom conhecer o seu contrário, o feio, porquanto destaca, pelo contraste, ao belo.
31. O belo pré-artístico. Antes que surgisse a arte, o belo já existia. Muito antes de aparecer o homem sobre a face da terra para produzir a arte, já resplandecia o belo na luz dos astros, no colorido das auroras, no azul da abóbada celeste, nas noites estreladas, nas nuvens vagando no espaço, nas montanhas sinuosas, nas florestas verdejantes, nas flores coloridas, no zumbido dos insetos e canto dos pássaros, nos brutos das campinas, no rolar das ondas do mar. Imenso sempre foi o número das coisas belas, antes que a primeira obra de arte surgisse.
Mesmo na arte, o som já pode ser belo, harmonioso, agradável antes de se transformar em música expressiva. Por isso, há na música muito do belo pré-artístico, antes da expressão musical propriamente dita.
O mesmo pode acontecer com os materiais da arquitetura e da escultura, sempre capazes de serem belos em si mesmos, independentemente da expressão que passam a assumir. Sobretudo as cores são belas, mesmo quando nada expressam.
A arte literária, sobretudo a poesia, também explora o belo da cadência dos sons e das rimas.
Portanto, por toda a parte reina o belo nas coisas, mesmo antes que a arte as transforme em novas maravilhas.
32. O belo como tema preferido da arte. Cresceu o belo da natureza ao surgir a arte. É a arte um esforço de expressão, em que umas coisas se tornam a representação de outras. E esta representação busca ser perfeita, ao mesmo tempo que prefere os temas perfeitos, isto é belos. É por si mesmo evidente, que a expressão artística busque ser perfeita e que prefira expressar o temas perfeitos, ainda que as circunstâncias à obriguem à universalidade dos temas.
Sem ser ela mesma o belo, foi a arte sempre amiga do belo: tanto ela busca o belo na função do expressar com perfeição, como também o busca nos temas belos.
Por causa desta dupla possibilidade de beleza da arte, acontece que o mais degradante dos temas, ainda que como tema possa não ser o belo, passa contudo a ter uma expressão bela, porque ao menos perfeita como expressão.
33. Importa ainda conhecer o belo como um dos ideais de construção do homem, seja do homem como belo corpo, seja do homem como bela pessoa.
Neste contexto surge o belo como um dos objetivos gerais da educação. A filosofia da educação, ao tratar dos objetivos gerais da educação, advertirá sobre este aspecto.
Quando se toma alguma beleza em separado, esquecidas as outras, pode eventualmente acontecer que o belo, sobretudo na arte, por vezes conduz ao mau caminho. Então já não se trata da beleza artística por ser artística, e sim do tema que foi mau, e foi introduzido pela palavra, ou pela música, ou pelas artes visuais. Se entretanto abstrairmos do tema, aquela expressão poderá ter sido artisticamente perfeita. Se porém o próprio tema for bom, teremos a aliança do belo temático com o belo artístico. Se dentre os bons temas o próprio tema belo, a aliança havida será de beleza com beleza, isto é, do belo expressar e do tema belo.
A tendência do artista não é apenas o expressar belamente, mas expressar um bom tema. E este poderá ser um tema instrutivo, um tema capaz de divertir, um tema curioso pela sua originalidade, enfim poderá ser um tema belo. Acontecerá então uma seletividade temática, desde os mais úteis até os mais belos. Ainda que o artista se preocupe em funcionalmente expressar-se belamente, o que verdadeiramente lhe importa é o tema.
34. A arte pela arte é uma situação abstrata. Ninguém fala simplesmente para falar; fala-se para dizer algo de interesse temático. A arte pela arte, como simples virtuosismo funcional do bem expressar, é apenas um momento abstrato, tomado a um todo maior; cuida somente da arte pela arte o apreciador que faz a ciência da arte, a crítica da arte, a história da arte, porquanto cada ciência toma em conta um ponto de vista a parte.
Pode a arte pela arte ser uma preferência de quem a aprecia; mas nunca é toda a arte. Aparentemente o cientista da arte, o seu crítico e historiador parecem conduzidos à indiferença moral; todavia, o estado deles é apenas o da abstração, porque na verdade simplesmente por definição não lhes cabe diretamente cuidar do conteúdo simplesmente em si mesmo; este já pertence a um outro setor, o da filosofia moral da arte.
Conclui-se que, apesar da distinção entre o belo e a arte, é na arte, que,- ao mesmo tempo que busca ser bela, - muito se valoriza o belo.
35. Quando se trata do belo e da arte como valiosos à educação, importa primeiramente o conteúdo belo e o conteúdo expresso pela arte; surge então o belo como a perfeição em destaque e a expressão artística como mensagem direta do tema. Não obstante, a expressão enquanto bela expressão também educa, porquanto excita o sentimento estético, em si mesmo apreciável e elevado.
Schiller aborda a questão do belo como fator de educação, em sua 10-a carta Sobre a educação estética da humanidade (1795). Merece ser lido:
"É verdade que já ouvimos, até o cansaço, a afirmação de que o sentimento educado da beleza refina os costumes, de modo que parecem desnecessárias novas provas.
O apoio é dado pela experiência cotidiana, que mostra o bom gosto quase sempre acompanhado por clareza do entendimento, vivacidade no sentir, liberalismo, mesmo dignidade, enquanto o gosto inculto se apresenta de ordinário ligado a qualidades opostas.
O apelo é feito, com toda a segurança, à mais educada das noções da antiguidade, na qual o sentimento da beleza alcançava sua evolução mais alta, e é feito, por outro lado, ao exemplo oposto, dos povos selvagens ou bárbaros, que pagam sua insensibilidade para o belo com seu caráter rude ou austero.
Ainda assim, boas cabeças por vezes se lembram de negar o fato ou de questionar a justeza das conclusões tiradas. Não pensam tanto mal da selvageria de que se acusa os povos incultos, nem tanto bem do refinamento louvado nos cultos. Já na antiguidade havia homens que nada viam menos benéfico do que a bela cultura, inclinados, por isto, a vedar as artes imaginativas o acesso à República" (Schiller, Cartas, 10, p. 61, trad. R. Schwartz, ed. Herder 1963).
Não desconhece Schiller o problema que se levanta por causa distinção entre o gozo pela beleza da forma e o conteúdo expresso:
"Existem vozes dignas de atenção que se declaram contra os efeitos da beleza, armadas de atenção que se declaram contra os efeitos da beleza, armadas pela experiência terrível.
É inegável, dizem elas, que os encantos da beleza, em boas mãos podem servir a fins louváveis; não lhes contradiz a essência, entretanto, quando, em mãos danosas, fizeram justamente o inverso, utilizando sua fascinação sobre as almas em favor do engano e da injustiça.
O gosto atenta apenas na forma e nunca no conteúdo, e por isso conduz a ama ao perigoso pendor de negligenciar a realidade em geral e de sacrificar a verdade e a moralidade em favor de um vestimenta encantadora" (Ibidem, p. 62).
36. Nem ignora Schiller a objeção do fato de que o florescimento das mais belas artes ocorreu por vezes em períodos de decadência.
"Não temos um exemplo que seja de coexistência amistosa em um mesmo povo entre o alto grau de cultura estética generalizada e a liberdade política ou virtude cívica, entre os belos e bons costumes, entre a polidez do comportamento e sua sinceridade... O nosso olhar, onde quer que perscrute o mundo passado, verá sempre que gosto e liberdade se evitam e que a beleza funda seu domínio somente no crepúsculo das virtudes heróicas" (Ibidem, p. 63).
Mas conclui otimista: "E ainda assim, esta energia de caráter, com cujo empenho se obtém a cultura estética, é justamente a mola com cujo empenho se obtém a cultura estética, é justamente a mola maior de tudo, quanto é grande e excelente no homem, cuja falta nenhuma outra virtude, por grande que fosse, poderia suprir" (Ibidem, p. 63-64).
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ART. 4-o. OS NOMES DO BELO E DO TRATADO DO BELO.
40. Um nome antecipa noções. Se ele ao menos aponta para o objeto, dele será um nome próprio, diferenciando-o das coisas denominadas por outro nome.
O que ordinariamente leva a criar um nome para determinada coisa é uma característica ligada a ela e que a descreve.
Advertiu-o já Aristóteles: "na maior parte dos casos, e mesmo quase sempre, o nome das coisas qualificadas é derivado da qualidade" (Categorias 10a 30).
Por isso, conhecer um nome representa um início de informação. Tentemos, pois, acessar a noção do belo pela via de seus nomes.
§1-o. Nomes do belo.
41. O belo tem muitos nomes. Conhecer a todos abre um leque de sugestões sobre sua natureza.
Mas o fato mesmo de ter o belo muitos nomes nos adverte, que ele é um fenômeno de caráter bastante genérico. Efetivamente o belo participa de outras e outras noções. Tanto importa conhecer estas relações, quanto não confundi-lo com elas.
Além disto, importa não perder de vista a advertência de Aristóteles, de que os nomes costumam derivar de qualidades ou propriedades mais evidentes, e não do que é essencial ao objeto denominado; por isso, ao colhermos a informação vinda através do nome, não devemos logo identificá-la simplesmente com o essencial da coisa denominada.
O belo, não obstante à costumeira superficialidade dos nomes, costuma ter contudo bons nomes. Essencialmente o belo é perfeição em realce; ora este caráter é quase sempre sugerido em seus nomes.
42. Pulcher, -chra, -chrum é o adjetivo usual do latim para significar o que é belo. O substantivo é pulchritas, -atis, e também pulchritudo, -inis.
Apresenta uma origem visual, portanto fácil para a transformação semântica. Deriva de perk-, raiz indo-européia com o sentido genérico de salpicado.
No latim o vocábulo tomou a direção de belo, passando pelas formas perkros e perkr-, resultou em pulcher (= belo).
No grego a radical indo-européia per- rumou para perkos = salpicado de preto), no alemão para Farbe (= cor, tinta), no russo para (krasotá) (= belo, beleza).
De origem visual, portanto teorética, o termo latino pulcher se distancia bastante do de bellus (vd 43), derivado de um nome que significa relação estética de bem.
43. No latim também ocorre bellus. Em outros tempos pouco usado, este nome passou contudo a ser o preferido nos idiomas neolatinos. Similar é o nome bonito.
Belo e bonito, para significarem beleza, tiveram sua origem, na esteticidade afetiva e não na teoreticidade falante do belo. De dwenos saiu o latino bonus (= bom). Através de dwenollos chegou-se a bellus (= belo), menos usado que pulcher. Em português formou-se bonito, através de bom. O processo, em virtude do qual bonito saiu de bom, apresenta-se paralelo àquele em que bellus derivou de dwenollos e este de dwenos.
Termo latino de obscura origem, faz com que estas denominações belo e bonito, tão frequentes na área dos povos latinos, não representem contudo valor semântico no restante vasto mundo cultural indo-europeu. Sem equivalentes na mesma linha etimológica, belo e bonito não possibilitam tradução espiritual perfeita aos idiomas fora da área das línguas neolatinas.
O Esperanto aproveitou a raiz latina, para formar o adjetivo bela (= belo, bela) Dada a flexibilidade gramatical do Esperanto, o termo se tornou de uso eficiente para todos os fins da área em que deve oferecer significado, quer como adjetivo, quer como substantivo, quer como verbo e advérbio.
No latim vulgar, derivando da mesma raiz, se formou bellitia, nas neolatinas belleza (italiano), belleza (antigo provençal), beleza (português).
O curioso desta evolução semântica a partir de dwenos, dwenollos, bonus, belus, bellitia, é seu ponto de partida estético e mais do que isto, de um sentimento genérico, como é o de bom. Interpretamos o belo como um bem teorético da inteligência, enquanto a vontade assim o aprecia em favor daquela faculdade. Ora, sendo um bem, importava sob este pondo de vista denominá-lo a partir do mesmo vocábulo. Diante disto, a semântica nos está a sugerir que o belo, em virtude do mesmo nome, é um bem... E como se trata de um bem muito especial, passou a ter um nome distinto, - belo.
Diante disto ainda, o belo se traduz, aproximativamente, por estético; pois dizemos estético aquele específico sentimento que o apetite exerce diante de um objeto que a vontade aprecia como um bem da inteligência. Entretanto, estético se apresenta mais universal, porque se diz tanto do estético-artístico, como do estético-especulativo, segundo o qual todo o conhecimento agrada, sobretudo do belo. Na verdade, o belo, do qual agora cuidamos, é o perfeito em destaque, nesta condição mais agradando que os demais objetos.
44. São ainda nomes do belo, com nuances: decoro, decoração, ornamento, Ornato, enfeite. Todos indicam o belo de maneira peculiar e conhecida.
Os nomes até aqui citados , - belo e similares, - têm o sentido semântico definitivamente firmado; ainda que originariamente possam sugerir outras qualidades, significam hoje o que diretamente entendemos por beleza.
45. Outros vocábulos latinos indicam o belo apenas de modo genérico, cabendo ao contexto fixar a acepção exata. Referimo-nos às denominações como: elegância, brilho, esplendor, perfeição, fulgor, claridade, clareza, distinção, nitidez, evidência, integridade, perfeição, as vezes até inteligibilidade.
Algumas das qualificações mencionadas se dizem também do conhecimento, que pode ser claro, evidente, distinto, nítido, esplêndido, brilhante. Sobre a análise etimológica destes qualificativos veja-se um tratado de gnosiologia (nosso Que é pensar? n. 105 ss).
Há nomes que dizem belo só dentro de uma determinada área. Por exemplo, artístico para coisas bem feitas.
46. Perfeição por si só não indica o belo. Está, todavia, como que na posição de gênero para a sua espécie. O sentido etimológico de perfeito (do latim per-fectum), derivado de perfazer, encontra-se ainda evidente. Sugere o acabamento, cuja feitura foi conduzida até ao fim, até a integridade. Lembra portanto a verdade ontológica, a idéia exemplar, portanto ao modelo arquétipo em função ao qual uma realização completa se subordina.
A evolução semântica do termo, admite hoje que o perfeito não somente se diga da obra que se faz, ou se cria, mas também de um ser que se realiza dentro de um conceito absoluto. Neste sentido, o perfeito também se diz de Deus.
O belo não diz respeito diretamente à noção do fazer. Por isso, o que já existe, embora não tenha sido feito, pode ser belo independentemente da noção do fazer.
O belo é a perfeição enquanto se destaca do que é menos perfeito. Há, pois, uma distinção entre o perfeito e o belo.
47. Elegância é um termo que realça precisamente a elevação do perfeito por entre o que o é menos. Diz respeito particularmente ao modo de portar-se das pessoas, de sua maneira de andar, de fazer gestos e da índole peculiar de se exprimir.
O termo elegância toma origem na radical grega e latina leg-, com o sentido fundamental de colher, escolher, palavras estas que se formaram com a mesma raiz.
A partir do mencionado leg- se forma o importante verbo grego 8 X ( T , e que exerce dois sentidos, primeiramente o de juntar e escolher, depois o de dizer. Dali procede 8 ` ( @ l (= palavra), que progride em direção inteletual, como logiké (= lógica). Neste mesmo contexto de leg- (= escolher) se insere o latim legere (= ler). Evoluiu a velha raiz para o sentido de interpretar e selecionar, como na latim legio (= escolha, legião) e elegans (= elegante).
Dai resultou que elegância exerce o sentido fundamental de escolha, seleção, superioridade, perfeição. Combina-se, portanto, com muita propriedade com a noção de beleza. Elegância e beleza andam pois de mãos dadas.
A evolução semântica do termo elegância na direção da beleza se encontra muito mas avançada que a de perfeição; mais depressa identificamos o belo e a elegância como sendo um o outro, do que o belo e a perfeição. Há, entretanto, para a elegância uma certa linha de incidência restringida ao comportamento humano, ao passo que a perfeição se pode dizer de qualquer ser universalmente.
48. Íntegro, - enquanto indica a qualidade de um ser como estando de posse de quanto lhe pertence, com a negação expressa de haver sido tocado, - constitui termo bastante próximo do de beleza.
Quase como um gênero, como já sucedia com a perfeição, integridade assume o significado equivalente ao de beleza, quando um especificativo o faz exercer a intocabilidade precisamente como um realce de sua perfeição. A integridade diz posse efetiva das partes; o ser mutilado não é íntegro, e sob este ponto de vista não se realça como perfeito; mas o ser íntegro, frente ao mutilado, se exerce com realce, portanto com beleza.
No original latino, tag- significa tocar; a partir desta raiz se formam palavras como tato, tangível, contingente, acontecer. Na forma negativa formularam-se integer (= íntegro), através de -in-tagros, e intactus (= intacto).
A evolução semântica levou o sentido de integridade para o de completo em suas partes enquanto que o significado primigênio é o de intocável; este sentido originário se aproxima certamente muito mais do de beleza.
49. Indicam também a perfeição com realce, e por conseguinte o belo a seu modo, os termos fulgor e fulgurante, esplendor e claridade, nitidez e distinção, evidência e inteligibilidade.
Aliam os mencionados termos uma circunstância subjetiva, fazendo denominar o objeto em função ao seu revelar-se ao indivíduo.
O fulgurante é fúlgido em si mesmo, ao mesmo tempo que o é para a vista. É frequente a expressão "fugor da forma"; indica a forma perfeita em si mesma, e ao mesmo tempo fulgindo diante de quem a contempla.
O mesmo ocorre com esplendor; sugere a perfeição objetiva, simultaneamente
sua manifestação.
Nitidez, distinção, evidência e inteligibilidade resultam sempre da constituição perfeita da coisa; o belo, em virtude de sua ordem interna, se caracteriza pela inteligibilidade; aliás o belo tem como uma de suas propriedades eminentes a teoreticidade. Em assim sendo, qualquer expressão ligada ao conhecimento o poderá sugerir; tais são todos os vocábulos referidos antes: fugor e fulgurante, esplendor e claridade, nitidez e distinção, evidência e inteligibilidade.
50. Para os gregos, o belo se anuncia como J Î 6 " 8 ` < (tò kalón).
Em grego 6 " 8 ` < é o termo dominante para indicar o belo. O termo é usado em Homero para a indicação de belezas físicas (Ilíada, 3, 392; Odisséia 6, 237). Autores gregos mais recentes usam também o vocábulo para a beleza moral da virtude.
A raiz só existe no círculo helênico e significa fundamentalmente belo, nobre, vigoroso. Contudo, do grego o vocábulo passou à denominações eruditas e técnicas, como em kaleidoscópio, caligrafia, ou em nomes próprios, como em Calixto (= muito belo).
51. Para os alemães belo se diz Das Schoene. O termo deriva do indo-europeu kew-, com o sentido fundamental de prestar atenção e tomar cuidado, havendo evoluído para duas direções epistemológicas, - uma para o ouvido, outra para a vista. Dali as formas alemãs hoeren (= ouvir), schauen (= olhar), e finalmente schoen (= belo).
Fundamentalmente, portanto, o belo em Schoene significa o chamar a atenção, particularmente da vista.
No grego anotamos a modalidade • 6 @ b T (= ouvir), de onde, através já do latim, se formou acústica; trata-se de um prestar a atenção por meio do ouvido.
Diante do exposto, Schoene possui origem teorética, ao contrário de belo, de proveniência estética. Enquanto o termo germânico recorda a visão e a contemplação, o vocábulo latino sugere a afetividade do belo como um bem em que nos aquietamos. Isto nos pode sugerir o temperamento mais sentimental dos latinos, a tendência contemplativa dos germanos.
§2-o. Nomes do Tratado do belo.
52. Importaria também uma investigação sobre os nomes do tratado do belo? Nós o usamos aqui no sentido o mais amplo possível, como equivalente de metafísica do belo.
Multiplicam-se os nomes do tratado do belo, pelo uso do mesmo nome fundamental, pela própria multiplicação dos diferentes pontos de vista abordados. Então resultam as denominações: tratado metafísico do belo, tratado psicológico do belo, tratado sociológico do belo, tratado do belo na arte, tratado do embelezamento, e assim por diante.
53. Estética do belo, eis uma denominação com a qual nos devemos acautelar. Ela poderá significar esteticidade do belo, no sentido de que o belo agrada.
Quando Baumgarten introduziu o nome Estética não quis apenas o adjetivo. O termo devia também significar uma ciência.
Plotino tratou do belo sem dar um nome específico para seu pequeno tratado, o qual é denominado simplesmente Peri tou kalou (= Sobre o belo) (Eneadas I,6). Diderot se limitou ao título Tratado do belo, ao tempo em que Baumgarten usou o de Estética.
54. Filosofia da arte é nome que tem a vantagem de definir o campo ao qual se restringe, - a expressão em obra sensível. Não envolve filosofia da arte diretamente o belo. Ainda que o belo possa ser um dos objetivos da arte, ele ocorre também fora do campo da arte; por sua vez, a arte tem um objetivo essencial que não se confunde com o belo.
Comparando estética e filosofia da arte, importa dizer que o campo da estética é mais amplo por incluir mais vastamente o belo não artístico, por exemplo, o belo da natureza. Tão só por um arranjo semântico um nome poderá ser tomado pelo outro, conforme sucede em alguns autores. O mesmo acontece com o uso da palavra belo, que alguns, por exemplo Baumgarten e Hegel, definem de maneira muito particular.
55. Os nomes Estética de conteúdo e Estética psicológica apresentam a vantagem de distinguir nitidamente dois campos: a de conteúdo examina o objeto capaz de agradar (entre eles o belo e o artístico), a psicológica examina o sentimento estético em si mesmo. Com referência ao conteúdo que pode agradar, diferenciam-se muito nitidamente o conteúdo belo e o conteúdo artístico. Agrada o belo simplesmente por ser belo; agrada o conteúdo artístico, porque havendo na expressão artística uma informação, esta agrada, na acepção de que agrada saber algo.
Combinado com o nome de arte, sobretudo em suas espécies, o contexto da palavra estética sempre se torna mais ou menos claro, de que se trata de uma arte; por exemplo, estética literária, estética musical, estética das cores (ou da pintura), estética das formas (ou da escultura).
Mas se se tratar da estética conjunta de todas as artes, mais claras ficam as expressões: filosofia geral da arte, ciência geral da arte, inspiração artística, gêneros artísticos, estilos da arte.
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ART. 5-o. DIVISÃO DO TRATADO DO BELO.
58. O belo metafísico, sobre o qual estamos concluindo o ponto de vista meramente lógico, é abordável, no que se refere ao conteúdo, pela seguinte ordem, em capítulos:
1-o. Como se conhece o belo. Ou o belo como objeto que se dá a conhecer. Adequadamente a abordagem gnosiológica do belo se faz primeiramente pela sua mesma manifestação de ser ao nosso conhecimento.
Neste particular o presente primeiro capitulo é uma gnosiologia do belo; mais exatamente, uma gnosiologia fundamental do belo, porque nos retemos sobretudo no que é do início; outros detalhes gnosiológicos são possíveis de se determinar, como por exemplo se o belo é real ou apenas fenomênico (vd cap. 5-o).
Mas é ainda fundamental o detalhe,- anterior a questão do realismo e idealismo, - a pergunta se a manifestação do belo ao nosso conhecimento é teorético (lógica), ou se é alógica. Assim decidindo, a estética se institui como logicista e não como alogicista.
2-o. 0 belo essencialmente como esplendor da forma (ou, o que o belo fundamentalmente é. Ou ainda, o que o belo formalmente é).
Definir e provar o belo como esplendor da forma equivale a dizer, como depois se esclarecerá e se tratará de provar, que o belo é a verdade ontológica eminente das coisas.
Ou ainda: o belo como qualidade, perfeição e realce dos seres. Como qualidade, o belo é determinação de um objeto; como determinação, o belo se diz em função a um arquétipo; enfim, como esplendor, ou eminência, ou realce, esta qualidade se apresenta conduzida ao máximo, de sorte a superar as coisas que não são dotadas de beleza.
Anote-se que o belo passou a ser estudado como algo em si e já não em função a nós, como na teoreticidade. Em contraste com o primeiro capitulo (Gnosiologia do belo), o presente é uma Ontologia do Belo, mais exatamente, uma ontologia fundamental do belo, porque não tratamos logo de todos os detalhes. Todavia incluímos ainda no capitulo as generalidades sobre as propriedades do belo, como sen parágrafo final: 0 belo e seu contrário (o feio) e ainda seus graus e similares. Situado o belo como uma qualidade, apresenta, enquanto qualidade, um seu contrário (o feio), graus de intensidade e semelhantes.
3-o Como o belo está nas coisas (ou, o belo materialmente, para dizer que coisas são belas, quais são as categorias de ser e belo).
4-o A Esteticidade do belo. Este é um capitulo da Estética psicológica, e que acrescentamos ao Tratado metafísico do belo, em virtude de sua (intima ligação com alguns dos seus temas; a inteligência e a vontade, embora Faculdades distintas, são também complementares. 0 tema contudo é tratado apenas em termos de psicologia e não de metafísica; por sua vez mais no piano da psicologia racional, que da psicologia experimental.
5-o. 0 belo na ordem real. Aqui se retoma uma detalhe do aspecto gnosiológico do belo. Decide-se sobre o que o belo é e não é do ponto de vista da existência. Conduz-se ao fim a querela de idealistas e realistas, de positivistas e racionalistas.
6-o. 0 que o belo não é. Este capitulo, um tanto repetitiva, é um arrastão de vários pontos de vista, que achamos não constituírem o belo, mas que poderão ter sido a opinião de autores de renome. 0 ponto de vista é o da essência.
59. Uma fenomenologia. Na visão introdutória oferecida sobre o tratado do belo, todos os capítulos a serem desdobrados se mantém constantemente na visão explicita dos dados que se mostram. A investigação se mantém continuamente na área das evidências explicitas.
Não ha um caminhar do explicito para o implícito e virtual, como acontece na teoria.
Anda-se de abstração em abstração, sem nunca sair do piano meramente fenomenológico. É, pois, o Tratado do Belo um ensaio de fenomenologia do belo, e não uma teoria do belo.
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Belo
Definição
Não é possível dar uma definição absoluta de belo, embora se possa estudar suas várias acepções no curso da história. A dificuldade de conceituar o belo acompanha a história da filosofia, desde a Grécia Antiga. "Toda beleza é difícil", indica Sócrates (469-399 a.C). Sem pretender recuperar as discussões sobre o tema, pode-se desenhar duas ênfases que recortam as reflexões sobre o belo na tradição filosófica: uma que o define como idéia objetiva (Aristóteles, na Metafísica, afirma: "As principais formas de beleza são a ordem e a simetria e a definição clara") e outra para a qual a beleza é determinada pela experiência de prazer suscitada pelas coisas belas (nos termos de Platão, em O Banquete). Kant (1724 - 1804), na Crítica do Juízo (1790), propõe a superação da polaridade ao distinguir a beleza de qualquer juízo racional ou moral. Desse modo, defende o caráter não determinado do juízo estético. Segundo Kant, quando se afirma que algo é belo isso é feito sem ter por base um conceito que respeite essa afirmação, ainda que supostamente seja válida para todos. Se as formulações kantianas têm forte impacto sobre as teorias posteriores - sendo retomadas no século XX por críticos como o norte-americano Clement Greenberg (1909 - 1994) -, os dois enunciados sobre o belo (os que acentuam os aspectos objetivos e os que sublinham a apreensão subjetiva) permanecem vivos. O duplo modo de conceituação da beleza é utilizado ao longo da história da arte, desde a Grécia Antiga. Ele é reanimado na oposição entre o belo clássico - objetivo, universal e imutável - e o belo romântico - que se refere ao subjetivo, ao variável e ao relativo. Se a dicotomia belo clássico/belo romântico tem utilidade para definir contornos mais amplos, não deve levar ao estabelecimento de uma oposição radical entre os modelos, que se encontram combinados em diversos artistas e obras.
O belo clássico define-se na arte grega com base em um ideal de perfeição, harmonia, equilíbrio e graça que os artistas procuram representar pelo sentido de simetria e proporção (Praxíteles, Hermes com o Jovem Dionisio, 350 a.C.). As formas humanas apresentam-se como se fossem reais e, ao mesmo tempo, exemplares aperfeiçoados (Vênus de Milo, século I a.C.). A arte renascentista italiana retoma o projeto de representação do mundo com bases nesses ideais. Algumas obras de Michelangelo Buonarroti (1475 - 1564) exemplificam a realização do modelo clássico, seja nos estudos de anatomia para composições maiores (Estudo para uma das Sibilas no Teto da Capela Sistina), seja em esculturas, como o célebre Davi (1501-1504). As imagens de Rafael (1483 - 1520), por sua vez, dão plena expressão aos valores da arte renascentista, destacando-se pela beleza projetada segundo os padrões idealizados do universo clássico (A Ninfa Galatéia, ca.1514). Nova retomada da arte antiga, especialmente greco-romana, observa-se no interior do neoclassicismo dos séculos XVIII e XIX. À complexidade formal e aos caprichos do barroco e do rococó, o neoclassicismo opõe a retidão e a geometria, como mostram as telas de Jacques-Louis David (1748 - 1825) e as esculturas de Antonio Canova (1757 -1822), amparadas na idéia de um belo ideal.
A visão romântica anuncia a ruptura com a estética neoclássica e com a visão racionalista da Ilustração. Se o belo clássico remete à ordem, ao equilíbrio e à objetividade, o belo romântico apela às paixões, às desmedidas e ao subjetivismo. O belo romântico, longe de ser eterno, é social e historicamente condicionado. O cerne da visão romântica do mundo é o sujeito, suas paixões e traços de personalidade, que comandam a criação artística. A imaginação, o sonho e a evasão; os mitos do herói e da nação; o acento na religiosidade; a consciência histórica; o culto ao folclore e à cor local são traços que definem os contornos do ideal romântico do belo. As telas de Caspar David Friedrich (1774 - 1840) associam-se diretamente às formulações teóricas do romantismo (por exemplo, O Viajante sobre as Nuvens, ca.1818, e Paisagem nas Montanhas da Silésia, 1815-1820). Ao ideal do belo clássico, a matriz romântica opõe ainda a realidade do feio, que a obra de Francisco José de Goya y Lucientes (1746 - 1828) desvela precocemente, antecipando uma vocação realista do romantismo histórico (Os Fuzilamentos do 3 de Maio, 1808). A poética do feio será amplamente explorada pelo expressionismo de Edvard Munch (1863 - 1944) e Ernst Ludwig Kirchner (1880 - 1938), que reedita, e radicaliza, os ensinamentos românticos pela deformação das figuras e imagens (O Grito, 1893, de Munch, e Marcella, 1910, de Kirchner). O "feio" permanece também idealizado; "não é senão o belo decaído e degradado", como indica G.C. Argan.
A arte moderna do século XIX - romantismo, realismo e impressionismo - assume uma atitude crítica em relação às convenções artísticas e aos parâmetros do belo clássico, sancionados pelas academias de arte. A industrialização em curso e as novas tecnologias colocam desafios ao trabalho artístico, entre eles, as relações entre arte, técnica e ciência, exploradas por parte significativa das vanguardas construtivas do século XX. A disputa entre o belo, o útil e o funcional assume o primeiro plano com a Bauhaus e com o construtivismo russo, por exemplo, que almejam matizar as fronteiras entre arte, artesanato e produção industrial. Nos movimentos antiarte como o dadaísmo, por sua vez, as distâncias entre arte e vida cotidiana são abolidas, o que obriga a redefinição da arte e de suas interpretações. A ampla e variada produção do século XX impõe a reavaliação das medidas de aferição do trabalho artístico. Greenberg indica a impossibilidade de aplicar normas, padrões e preceitos para a emissão de juízos críticos. Os "juízos estéticos", diz ele, "são imediatos, intuitivos, não deliberados e involuntários (...)." Somente a experiência, e a reflexão sobre ela, permitiria distinguir a arte de boa qualidade das demais. Na segunda metade do século XX - com a arte pop e o minimalismo -, quando as categorias usuais para pensar a arte (pintura e escultura) perdem a razão de ser, a discussão sobre os juízos artísticos se torna ainda mais complexa.
LENDA ANTIGA DAS ARGOLIDAS "BELO"
ANTIGAS LENDAS DAS ARGOLIDAS. “ BELO”.
As lendas ligadas à cidade de Argos, que significa "terra brilhante", estão entre as mais antigas e mais importantes da mitologia grega. Essas lendas ligam, através de Ínaco e dos outros ancestrais míticos dos reis de Argos, a Argólida com o Egito, com o Oriente Médio e com importantes personagens lendários de outras regiões da Grécia.
Ínaco Nilo
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+--------+--------+ |
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Foroneu Zeus --+-- Ió |
| |
Épafo ----+-----+-----+--- Mênfis
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Posídon ---+--- Líbia Tebe |
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+-----------------+-------+ Lisianassa
| | |
Agenor Belo Busíris
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| +------------------------+
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Cadmo Dânao Egito
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+-------+-------+ |
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Amímone Hipermnestra --+--- Linceu
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+-----+ Abas
| | |
| Posídon +-----+----+
| Ares Acrísio Preto -+- Estenebéia
Náuplio | | |
+------+ +----+-----+ prétides
| | |
Enômao --+-- Euareté Dânae --+-- Zeus
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Pélops -+- Hipodâmia Perseu
| |
Atreu Héracles Ínaco (gr. Ἴνακος) é o mais antigo rei de Argos, que teria vivido antes da criação do homem. Sua genealogia é um pouco confusa, mas em geral ele é considerado pai de Ió e de Foroneu, um dos homens primevos. Épafo, seu neto, uniu-se a Mênfis[1], filha de Nilo[2], e gerou Líbia[3], que se uniu a Posídon e teve dois filhos, Agenor e Belo[4].
Com exceção de Ió e Foroneu, que têm lenda própria, temos até aqui, basicamente, ancestrais míticos de rios, cidades e regiões: Ínaco é um deus-rio da Argólida e Nilo, do Egito; ambos são filhos de Oceano e Tétis. Mênfis e Tebe personificam cidades do Egito (Mênfis e Tebas[5]), e Líbia personifica a região de mesmo nome. Agenor e Belo são, respectivamente, antigos reis da Fenícia e do Egito. Busíris[6] e Egito[7] também eram, para os gregos, antigos reis do Egito.
Agenor é pai de Cadmo, fundador de Tebas, e ancestral de Édipo; Dânao, seu sobrinho, antigo rei de Argos, é pai das danaides e ancestral de Acrísio, Preto, Dânae, Perseu e Héracles, de um lado, e de Náuplio, personificação de uma cidade da Argólida, e de Atreu, rei de Micenas, pai de Agamêmnon e Menelau, de outro. Preto, irmão de Acrísio, é pai das prétides e participa da lenda do herói Belerofonte e da do médico-adivinho Melampo.
NOTAS:
Mênfis, filha de Nilo, casou-se com Épafo, filho de Ió e de Zeus, e foi mãe de Líbia, Tebe e Lisianassa. Heroína epônima da cidade egípcia de Mênfis, fundada em -3100 e conhecida pelos egípcios antigos, inicialmente, por inb-hd ("muros brancos"), e mais tarde, por mn-nfr ("o bom lugar").
O nome egípcio do deus-rio Nilo (gr. Νεῖλος) e do próprio rio Nilo era Hap(i) e data provavelmente do pré-dinástico, período da cronologia egípcia que se refere aos séculos anteriores a -3100.
Líbia (gr. Λιβύη), filha de Épafo e Mênfis, uniu-se a Posídon e foi mãe de Agenor e Belo. Ela é a personificação da região de mesmo nome, correspondente a todo o norte da África, a oeste do Egito; os antigos egípcios chamavam essa região de Tmhw.
"Belo" é, provavelmente, a versão grega da palavra semítica Ba´al (hebraico בעל, "senhor", "mestre"), era usada no Oriente Médio antigo para deuses, reis ou homens muito poderosos. Em certa medida, equivale ao título micênico 𐀷 𐀩 𐀏 (wa-na-ka), ἄναξ no grego clássico.
Tebe (gr. Θήβη) é a heroína epônima da cidade egípcia de Tebas, cujo nome original era Waset, igual ao de uma deusa local. Embora já existisse antes de -3100, tornou-se importante no Egito faraônico somente depois de -2000.
Busíris (gr. Βούσιρις), tirânico rei do Egito, era filho de Posídon e Lisianassa, filha de Épafo e Mênfis. O nome é, possivelmente, simples alteração de "Osíris", um dos mais importantes deuses egípcios. Ele participa do 11º trabalho de Héracles.
Egito, filho de Belo e irmão gêmeo de Dânao, é o herói grego epônimo do Egito. A palavra "Egito", que utilizamos correntemente, vem do grego Αἴγυπτος; os egípcios chamavam sua própria terra de Kmt (lia-se "κe-mi-t", possivelmente), que na antiga língua egípcia significa "terra negra".
As lendas ligadas à cidade de Argos, que significa "terra brilhante", estão entre as mais antigas e mais importantes da mitologia grega. Essas lendas ligam, através de Ínaco e dos outros ancestrais míticos dos reis de Argos, a Argólida com o Egito, com o Oriente Médio e com importantes personagens lendários de outras regiões da Grécia.
Ínaco Nilo
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Foroneu Zeus --+-- Ió |
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Épafo ----+-----+-----+--- Mênfis
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Posídon ---+--- Líbia Tebe |
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+-----------------+-------+ Lisianassa
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Agenor Belo Busíris
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Cadmo Dânao Egito
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Amímone Hipermnestra --+--- Linceu
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+-----+ Abas
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| Posídon +-----+----+
| Ares Acrísio Preto -+- Estenebéia
Náuplio | | |
+------+ +----+-----+ prétides
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Enômao --+-- Euareté Dânae --+-- Zeus
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Pélops -+- Hipodâmia Perseu
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Atreu Héracles Ínaco (gr. Ἴνακος) é o mais antigo rei de Argos, que teria vivido antes da criação do homem. Sua genealogia é um pouco confusa, mas em geral ele é considerado pai de Ió e de Foroneu, um dos homens primevos. Épafo, seu neto, uniu-se a Mênfis[1], filha de Nilo[2], e gerou Líbia[3], que se uniu a Posídon e teve dois filhos, Agenor e Belo[4].
Com exceção de Ió e Foroneu, que têm lenda própria, temos até aqui, basicamente, ancestrais míticos de rios, cidades e regiões: Ínaco é um deus-rio da Argólida e Nilo, do Egito; ambos são filhos de Oceano e Tétis. Mênfis e Tebe personificam cidades do Egito (Mênfis e Tebas[5]), e Líbia personifica a região de mesmo nome. Agenor e Belo são, respectivamente, antigos reis da Fenícia e do Egito. Busíris[6] e Egito[7] também eram, para os gregos, antigos reis do Egito.
Agenor é pai de Cadmo, fundador de Tebas, e ancestral de Édipo; Dânao, seu sobrinho, antigo rei de Argos, é pai das danaides e ancestral de Acrísio, Preto, Dânae, Perseu e Héracles, de um lado, e de Náuplio, personificação de uma cidade da Argólida, e de Atreu, rei de Micenas, pai de Agamêmnon e Menelau, de outro. Preto, irmão de Acrísio, é pai das prétides e participa da lenda do herói Belerofonte e da do médico-adivinho Melampo.
NOTAS:
Mênfis, filha de Nilo, casou-se com Épafo, filho de Ió e de Zeus, e foi mãe de Líbia, Tebe e Lisianassa. Heroína epônima da cidade egípcia de Mênfis, fundada em -3100 e conhecida pelos egípcios antigos, inicialmente, por inb-hd ("muros brancos"), e mais tarde, por mn-nfr ("o bom lugar").
O nome egípcio do deus-rio Nilo (gr. Νεῖλος) e do próprio rio Nilo era Hap(i) e data provavelmente do pré-dinástico, período da cronologia egípcia que se refere aos séculos anteriores a -3100.
Líbia (gr. Λιβύη), filha de Épafo e Mênfis, uniu-se a Posídon e foi mãe de Agenor e Belo. Ela é a personificação da região de mesmo nome, correspondente a todo o norte da África, a oeste do Egito; os antigos egípcios chamavam essa região de Tmhw.
"Belo" é, provavelmente, a versão grega da palavra semítica Ba´al (hebraico בעל, "senhor", "mestre"), era usada no Oriente Médio antigo para deuses, reis ou homens muito poderosos. Em certa medida, equivale ao título micênico 𐀷 𐀩 𐀏 (wa-na-ka), ἄναξ no grego clássico.
Tebe (gr. Θήβη) é a heroína epônima da cidade egípcia de Tebas, cujo nome original era Waset, igual ao de uma deusa local. Embora já existisse antes de -3100, tornou-se importante no Egito faraônico somente depois de -2000.
Busíris (gr. Βούσιρις), tirânico rei do Egito, era filho de Posídon e Lisianassa, filha de Épafo e Mênfis. O nome é, possivelmente, simples alteração de "Osíris", um dos mais importantes deuses egípcios. Ele participa do 11º trabalho de Héracles.
Egito, filho de Belo e irmão gêmeo de Dânao, é o herói grego epônimo do Egito. A palavra "Egito", que utilizamos correntemente, vem do grego Αἴγυπτος; os egípcios chamavam sua própria terra de Kmt (lia-se "κe-mi-t", possivelmente), que na antiga língua egípcia significa "terra negra".
BELO - O REI DO EGITO
Lenda ligada à cidade de Argos. (BELO REI DO EGITO).
Danaides
Épafo casou-se com Mênfis, filha do deus-rio Nilos, e teve numerosos descendentes. Os mais importantes foram Agenor, rei de Tiro (Fenícia), pai de Cadmo e de Europa, e Belo, rei do Egito e pai de dois filhos gêmeos, Egito e Dânao. Egito teve cinqüenta filhos, os egiptíades, e Dânao, cinqüenta filhas, as danaides (nos dois casos, é claro, de diferentes mulheres).
Dânao reinou sobre a Líbia, e Egito sobre o Egito, mas um dia se desentenderam e entraram em guerra. Dânao, derrotado pelos aguerridos egiptíades, teve de fugir sozinho com as filhas para Argos, terra de seus ancestrais. Dânao e suas filhas foram bem recebidos pelo povo argivo, e Dânao acabou se tornando rei de Argos.
Naquela época, a região estava privada de água por causa de Posídon, ainda enraivecido por ter perdido o patronato de Argos para a deusa Hera. Tudo se resolveu, no entanto, quando o deus se enamorou de uma das danaides, Amímone, com quem teve um filho, Náuplion, o fundador da cidade de mesmo nome.
Mas, um belo dia, os egiptíades apareceram em Argos, propuseram ao tio uma reconciliação e pediram, ainda, as cinqüenta danaides em casamento.
Dânao aparentou concordar, mas presenteou cada uma das danaides com uma adaga e ordenou-lhes que matassem os maridos na noite de núpcias.
Quarenta e nove danaides obedeceram, e quarenta e nove egiptíades foram assassinados. Somente Hipermnestra, a filha mais velha, poupou o marido, Linceu, por quem acabara se apaixonando. O velho Dânao quase matou a filha e o sobrinho-genro mas, por fim, acabou se entendendo com eles.
Quanto às quarenta e nove danaides, sua punição foi terrível: os deuses condenaram-nas, no Hades, a encher de água um vaso cheio de furos durante toda a eternidade.
Danaides
Épafo casou-se com Mênfis, filha do deus-rio Nilos, e teve numerosos descendentes. Os mais importantes foram Agenor, rei de Tiro (Fenícia), pai de Cadmo e de Europa, e Belo, rei do Egito e pai de dois filhos gêmeos, Egito e Dânao. Egito teve cinqüenta filhos, os egiptíades, e Dânao, cinqüenta filhas, as danaides (nos dois casos, é claro, de diferentes mulheres).
Dânao reinou sobre a Líbia, e Egito sobre o Egito, mas um dia se desentenderam e entraram em guerra. Dânao, derrotado pelos aguerridos egiptíades, teve de fugir sozinho com as filhas para Argos, terra de seus ancestrais. Dânao e suas filhas foram bem recebidos pelo povo argivo, e Dânao acabou se tornando rei de Argos.
Naquela época, a região estava privada de água por causa de Posídon, ainda enraivecido por ter perdido o patronato de Argos para a deusa Hera. Tudo se resolveu, no entanto, quando o deus se enamorou de uma das danaides, Amímone, com quem teve um filho, Náuplion, o fundador da cidade de mesmo nome.
Mas, um belo dia, os egiptíades apareceram em Argos, propuseram ao tio uma reconciliação e pediram, ainda, as cinqüenta danaides em casamento.
Dânao aparentou concordar, mas presenteou cada uma das danaides com uma adaga e ordenou-lhes que matassem os maridos na noite de núpcias.
Quarenta e nove danaides obedeceram, e quarenta e nove egiptíades foram assassinados. Somente Hipermnestra, a filha mais velha, poupou o marido, Linceu, por quem acabara se apaixonando. O velho Dânao quase matou a filha e o sobrinho-genro mas, por fim, acabou se entendendo com eles.
Quanto às quarenta e nove danaides, sua punição foi terrível: os deuses condenaram-nas, no Hades, a encher de água um vaso cheio de furos durante toda a eternidade.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
terça-feira, 16 de setembro de 2008
o blog da familia BELLO E BELO
http://familiabelloebelo.blogspot.com/
ESTE BLOG NAO ESTA CORROMPIDO E CONTEM MAIORES DOCUMENTARIOS E, É DO MESMO AUTOR....
ESTE BLOG NAO ESTA CORROMPIDO E CONTEM MAIORES DOCUMENTARIOS E, É DO MESMO AUTOR....
segunda-feira, 28 de julho de 2008
quinta-feira, 8 de maio de 2008
PARA QUE POSSAMOS ENTENDER SOBRE A FAMILIA BELLO TEMOS QUE ESTUDAR SOBRE AS CRUZADAS
Começa no século XI, no período conhecido como baixa Idade Média. O aumento da população, o desenvolvimento do comércio e das cidades e a ausência dos senhores feudais em virtude das Cruzadas provocam o enfraquecimento dos feudos e o crescimento do poder dos reis. Surgem às monarquias feudais de caráter nacional, multiplicam-se as guerras e ocorrem epidemias e surtos de fome.
Renascimento do comércio
Ganha impulso com a evolução dos transportes, o incremento das manufaturas, o aumento da produção de metais e a criação de uma economia monetária. A partir do século XI, aumenta o número de mercadores que realizam o comércio a longa distância entre os territórios da Europa Central, a Escandinávia e o Oriente. O transporte naval ganha impulso com a construção de caravelas, permitindo a navegação em alto-mar. Para proteger as caravanas, são construídas praças fortificadas, ou burgos. Eles se multiplicam nas rotas de comércio e próximo aos castelos feudais.
Feiras – Espécie de mercados periódicos, que se estabelecem em determinadas localidades, onde os mercadores realizam um comércio internacional. Organizadas geralmente uma vez por ano, constituem um grande acontecimento social, com festas e competições. Muitas delas dão origem a cidades.
Corporações de ofício – Associações obrigatórias, que controlam e regulamentam o processo produtivo artesanal, determinando qualidade, preço, quantidade produzida, margem de lucro e o aprendizado e hierarquia dos ofícios. Os mestres de cada ofício são os que detêm as ferramentas e fornecem a matéria-prima.
Guildas – Associações formadas entre as corporações artesanais para apoio mútuo e controle da regulamentação dos ofícios.
Hansa – Mercadores germânicos do litoral do mar Báltico agrupam-se em cooperativas mercantis a partir do século XI e desenvolvem um intenso comércio marítimo. O reflorescimento do comércio aumenta a circulação de dinheiro. Em 1259 Lübeck se une com as cidades de Hamburgo, Wismar e Rostock. Em 1358, para assegurar maiores vantagens comerciais, formam a Liga Hanseática, reunindo mais de 200 cidades.
Ressurgimento das cidades
Tem por base os burgos, o crescimento destes como centros comerciais e o incremento da economia monetária, que propiciam a ascensão da burguesia e o início das relações de produção capitalistas. O ressurgimento das cidades é facilitado pelos senhores feudais, que lhes outorgam privilégios e liberdades, mas impõem o governador ou alcaide como seu representante.
Aliança rei e burguesia – A monarquia encontra na burguesia e no comércio crescente entre as cidades uma fonte poderosa de recursos e incentiva as reivindicações dos burgueses contra os senhores feudais. Em troca, conta com o apoio da burguesia, que facilita a luta da monarquia para submeter os senhores feudais. Estabelece-se, assim, uma aliança entre o rei e a burguesia, que é decisiva para a constituição das monarquias nacionais européias a partir do século XIII.
Monarquias nacionais européias
A formação e consolidação de monarquias nacionais, subjugando os reinos ou principados feudais, decorre da necessidade de atender ao crescimento econômico, proteger o comércio, unificar taxas e leis, normatizar pesos e medidas e controlar a moeda. As monarquias nacionais começam com as tentativas de consolidação das monarquias feudais e resultam em numerosas guerras e conflitos.
Formação do Sacro Império Romano-Germânico – Os reinos germânicos derivam do Império Franco dos carolíngios. Terminada a dinastia carolíngia, os duques da Fracônia, Saxônia, Suábia e Baviera fundam o Reino Germânico. Em 936 Oton I assume o trono e depois de derrotar os húngaros é sagrado imperador pelo papa João XII em 962. Começa então o Sacro Império Romano-Germânico (o I Reich), que duraria quase mil anos até 1806. Em 1273 é criada a Ordem dos Príncipes Eleitores, que passa a escolher o imperador. Um Habsburgo é o primeiro imperador eleito e volta-se para a expansão territorial. Em 1308 é substituído por um imperador da Casa de Luxemburgo. A partir de 1438 o comando do império passa a ser definido por meio da expansão militar e de acordos matrimoniais e hereditários. Com freqüência a Coroa do império é ocupada pelos Habsburgo.
Monarquia francesa – A dinastia dos Capeto se firma com Luís VI, o Gordo, em 1108. Os Capeto colocam o rei como chefe supremo de todos os feudos. Os vassalos dos senhores feudais passam a dever obediência a ele. A partir de 1285, Felipe, o Belo, consolida a monarquia. Sem filhos homens, Felipe morre sem deixar herdeiros e termina a dinastia dos Capeto em 1328. A Coroa passa à Casa de Valois (Felipe VI), mas é disputada também por Eduardo III, da Inglaterra, o que dá início à Guerra dos Cem Anos.
Felipe, o Belo (1268-1314), rei da França, filho de Felipe III, o Ousado, e Isabel de Aragão. Político realista e cuidadoso, cerca-se de legistas que extraem do direito romano a idéia da onipotência real. Chamado de "moedeiro falso", lança impostos sobre os bens eclesiásticos e impede a saída de recursos destinados à Santa Sé para fora da França. É excomungado pelo papa Bonifácio VIII.
Monarquia inglesa – Após a conquista do rei normando Guilherme, todos os vassalos passam a dever fidelidade ao rei. A sucessão desencadeia disputas que resultam em guerra civil. Em 1153, Henrique de Anjou, bisneto de Guilherme, o Conquistador, é reconhecido sucessor e ocupa o trono como Henrique II, dando início à dinastia dos Plantageneta. Henrique II reforça a monarquia e, em 1171, começa a conquista da Irlanda. É sucedido por seu filho Ricardo I, apelidado de Coração de Leão.
Ricardo Coração de Leão (1157-1199), terceiro filho de Henrique II, alia-se ao rei da França, Felipe II, contra seu pai. Ao tornar-se rei, renuncia à aliança francesa. Dos dez anos de seu reinado passa nove fora da Inglaterra, participando da 3ªCruzada. Em 1191 conquista Chipre. As intrigas entre o rei da França e seu irmão, João Sem-Terra, levam-no a deixar a Palestina. Ao retornar, é tido como prisioneiro pelo duque da Áustria, que o entrega ao imperador Henrique VI.
Magna Carta – É assinada em 1215 pelo rei João Sem-Terra, irmão de Ricardo Coração de Leão, por imposição dos senhores e bispos ingleses, descontentes com os abusos do soberano. Resulta da rebelião da nobreza, que obriga o rei a obedecer as leis antigas e garantir, por escrito, os privilégios dos barões.
Peste negra
A epidemia altamente infecciosa atinge a Europa por volta de 1347, quando chega a Gênova um navio italiano vindo do mar Negro com toda a tripulação morta pela doença. A peste, transmitida ao homem por pulgas de ratos, espalha-se rapidamente pela Europa Central e Ocidental e dizima a população da maioria dos países europeus. Apenas regiões muito frias, como o norte da Escandinávia, escapam da epidemia, porque ali os ratos não sobrevivem.
Guerra dos Cem Anos
Desencadeada por Eduardo III, da Inglaterra, a partir de 1337, contra a França, pela sucessão dinástica de Carlos VI. Com um exército eficiente, Eduardo estabelece alianças com as cidades flamengas e toma Calais em 1347. O Príncipe Negro, de Gales, filho de Eduardo III, captura o rei francês, em 1356, na batalha de Malpertuis. Em 1360, na Paz de Bretigny, Eduardo III renuncia à Coroa francesa em troca do reconhecimento de sua soberania sobre o sudoeste francês. Mas em 1369 Carlos V reinicia a guerra. A Inglaterra é forçada a abandonar o território francês, embora mantenha Bordeaux, Calais e Bayonne. Em 1415 reacende-se a guerra. Os franceses são derrotados por Henrique V e os ingleses ocupam a Normandia e Paris em aliança com a Borgonha. Em 1437 o rei francês Carlos VII reconquista Paris e, por meio de reformas administrativas e militares, recupera a Normandia em 1449 e toma Bordeaux em 1453 (mesmo ano da queda de Constantinopla), dando fim à guerra.
Joana d'Arc (1412-1431), filha de um casal de lavradores, nasce em Domrémy. Chamada de "a donzela de Orléans", aos 13 anos diz ouvir vozes divinas ordenando que salve a cidade, sitiada pelos ingleses. À frente de um pequeno exército, derrota os invasores, reacende o nacionalismo francês e conduz o rei Carlos VII a Reims, onde é coroado. Presa pelos borgonheses, aliados dos ingleses, é considerada feiticeira e denunciada a um tribunal religioso. Declarada herética, é queimada viva em Rouen, aos 19 anos. A Igreja Católica reconhece sua santidade e a beatifica em 1909. É canonizada em 1920.
Guerra das Duas Rosas
De 1455 a 1485 as casas reais inglesas de Lancaster (rosa vermelha) e de York (rosa branca) travam a Guerra das Duas Rosas. Ricardo de York, o maior senhor feudal inglês, aspira ao trono e aprisiona o rei Henrique VI, mas é derrotado na batalha de Wakefiel, em 1460. Eduardo IV, de York, vence a batalha de Towton, em 1461, e ascende ao trono, sob a tutela do conde de Warwick. Mas este se alia aos Lancaster e devolve a Coroa a Henrique VI. Na batalha de Barnet, em 1471, Warwick, Henrique VI e outros membros da Casa de Lancaster são mortos. Em 1483 morre Eduardo IV e o trono é usurpado por seu irmão Ricardo III, após mandar estrangular os sobrinhos e herdeiros da Coroa. Mas o herdeiro conjunto das Casas de Lancaster e York, Henrique VII, desembarca em Gales em 1485, derrota Ricardo na batalha de Bosworth e funda a dinastia Tudor.
Fortalecimento do poder real – Nos períodos de guerra surge a necessidade de centralização do poder, até então disperso entre vários senhores feudais. No final da Idade Média, o poder real se encontra fortalecido e a nobreza feudal entra em declínio. Essa situação favorece a ascensão da burguesia.
Renascimento do comércio
Ganha impulso com a evolução dos transportes, o incremento das manufaturas, o aumento da produção de metais e a criação de uma economia monetária. A partir do século XI, aumenta o número de mercadores que realizam o comércio a longa distância entre os territórios da Europa Central, a Escandinávia e o Oriente. O transporte naval ganha impulso com a construção de caravelas, permitindo a navegação em alto-mar. Para proteger as caravanas, são construídas praças fortificadas, ou burgos. Eles se multiplicam nas rotas de comércio e próximo aos castelos feudais.
Feiras – Espécie de mercados periódicos, que se estabelecem em determinadas localidades, onde os mercadores realizam um comércio internacional. Organizadas geralmente uma vez por ano, constituem um grande acontecimento social, com festas e competições. Muitas delas dão origem a cidades.
Corporações de ofício – Associações obrigatórias, que controlam e regulamentam o processo produtivo artesanal, determinando qualidade, preço, quantidade produzida, margem de lucro e o aprendizado e hierarquia dos ofícios. Os mestres de cada ofício são os que detêm as ferramentas e fornecem a matéria-prima.
Guildas – Associações formadas entre as corporações artesanais para apoio mútuo e controle da regulamentação dos ofícios.
Hansa – Mercadores germânicos do litoral do mar Báltico agrupam-se em cooperativas mercantis a partir do século XI e desenvolvem um intenso comércio marítimo. O reflorescimento do comércio aumenta a circulação de dinheiro. Em 1259 Lübeck se une com as cidades de Hamburgo, Wismar e Rostock. Em 1358, para assegurar maiores vantagens comerciais, formam a Liga Hanseática, reunindo mais de 200 cidades.
Ressurgimento das cidades
Tem por base os burgos, o crescimento destes como centros comerciais e o incremento da economia monetária, que propiciam a ascensão da burguesia e o início das relações de produção capitalistas. O ressurgimento das cidades é facilitado pelos senhores feudais, que lhes outorgam privilégios e liberdades, mas impõem o governador ou alcaide como seu representante.
Aliança rei e burguesia – A monarquia encontra na burguesia e no comércio crescente entre as cidades uma fonte poderosa de recursos e incentiva as reivindicações dos burgueses contra os senhores feudais. Em troca, conta com o apoio da burguesia, que facilita a luta da monarquia para submeter os senhores feudais. Estabelece-se, assim, uma aliança entre o rei e a burguesia, que é decisiva para a constituição das monarquias nacionais européias a partir do século XIII.
Monarquias nacionais européias
A formação e consolidação de monarquias nacionais, subjugando os reinos ou principados feudais, decorre da necessidade de atender ao crescimento econômico, proteger o comércio, unificar taxas e leis, normatizar pesos e medidas e controlar a moeda. As monarquias nacionais começam com as tentativas de consolidação das monarquias feudais e resultam em numerosas guerras e conflitos.
Formação do Sacro Império Romano-Germânico – Os reinos germânicos derivam do Império Franco dos carolíngios. Terminada a dinastia carolíngia, os duques da Fracônia, Saxônia, Suábia e Baviera fundam o Reino Germânico. Em 936 Oton I assume o trono e depois de derrotar os húngaros é sagrado imperador pelo papa João XII em 962. Começa então o Sacro Império Romano-Germânico (o I Reich), que duraria quase mil anos até 1806. Em 1273 é criada a Ordem dos Príncipes Eleitores, que passa a escolher o imperador. Um Habsburgo é o primeiro imperador eleito e volta-se para a expansão territorial. Em 1308 é substituído por um imperador da Casa de Luxemburgo. A partir de 1438 o comando do império passa a ser definido por meio da expansão militar e de acordos matrimoniais e hereditários. Com freqüência a Coroa do império é ocupada pelos Habsburgo.
Monarquia francesa – A dinastia dos Capeto se firma com Luís VI, o Gordo, em 1108. Os Capeto colocam o rei como chefe supremo de todos os feudos. Os vassalos dos senhores feudais passam a dever obediência a ele. A partir de 1285, Felipe, o Belo, consolida a monarquia. Sem filhos homens, Felipe morre sem deixar herdeiros e termina a dinastia dos Capeto em 1328. A Coroa passa à Casa de Valois (Felipe VI), mas é disputada também por Eduardo III, da Inglaterra, o que dá início à Guerra dos Cem Anos.
Felipe, o Belo (1268-1314), rei da França, filho de Felipe III, o Ousado, e Isabel de Aragão. Político realista e cuidadoso, cerca-se de legistas que extraem do direito romano a idéia da onipotência real. Chamado de "moedeiro falso", lança impostos sobre os bens eclesiásticos e impede a saída de recursos destinados à Santa Sé para fora da França. É excomungado pelo papa Bonifácio VIII.
Monarquia inglesa – Após a conquista do rei normando Guilherme, todos os vassalos passam a dever fidelidade ao rei. A sucessão desencadeia disputas que resultam em guerra civil. Em 1153, Henrique de Anjou, bisneto de Guilherme, o Conquistador, é reconhecido sucessor e ocupa o trono como Henrique II, dando início à dinastia dos Plantageneta. Henrique II reforça a monarquia e, em 1171, começa a conquista da Irlanda. É sucedido por seu filho Ricardo I, apelidado de Coração de Leão.
Ricardo Coração de Leão (1157-1199), terceiro filho de Henrique II, alia-se ao rei da França, Felipe II, contra seu pai. Ao tornar-se rei, renuncia à aliança francesa. Dos dez anos de seu reinado passa nove fora da Inglaterra, participando da 3ªCruzada. Em 1191 conquista Chipre. As intrigas entre o rei da França e seu irmão, João Sem-Terra, levam-no a deixar a Palestina. Ao retornar, é tido como prisioneiro pelo duque da Áustria, que o entrega ao imperador Henrique VI.
Magna Carta – É assinada em 1215 pelo rei João Sem-Terra, irmão de Ricardo Coração de Leão, por imposição dos senhores e bispos ingleses, descontentes com os abusos do soberano. Resulta da rebelião da nobreza, que obriga o rei a obedecer as leis antigas e garantir, por escrito, os privilégios dos barões.
Peste negra
A epidemia altamente infecciosa atinge a Europa por volta de 1347, quando chega a Gênova um navio italiano vindo do mar Negro com toda a tripulação morta pela doença. A peste, transmitida ao homem por pulgas de ratos, espalha-se rapidamente pela Europa Central e Ocidental e dizima a população da maioria dos países europeus. Apenas regiões muito frias, como o norte da Escandinávia, escapam da epidemia, porque ali os ratos não sobrevivem.
Guerra dos Cem Anos
Desencadeada por Eduardo III, da Inglaterra, a partir de 1337, contra a França, pela sucessão dinástica de Carlos VI. Com um exército eficiente, Eduardo estabelece alianças com as cidades flamengas e toma Calais em 1347. O Príncipe Negro, de Gales, filho de Eduardo III, captura o rei francês, em 1356, na batalha de Malpertuis. Em 1360, na Paz de Bretigny, Eduardo III renuncia à Coroa francesa em troca do reconhecimento de sua soberania sobre o sudoeste francês. Mas em 1369 Carlos V reinicia a guerra. A Inglaterra é forçada a abandonar o território francês, embora mantenha Bordeaux, Calais e Bayonne. Em 1415 reacende-se a guerra. Os franceses são derrotados por Henrique V e os ingleses ocupam a Normandia e Paris em aliança com a Borgonha. Em 1437 o rei francês Carlos VII reconquista Paris e, por meio de reformas administrativas e militares, recupera a Normandia em 1449 e toma Bordeaux em 1453 (mesmo ano da queda de Constantinopla), dando fim à guerra.
Joana d'Arc (1412-1431), filha de um casal de lavradores, nasce em Domrémy. Chamada de "a donzela de Orléans", aos 13 anos diz ouvir vozes divinas ordenando que salve a cidade, sitiada pelos ingleses. À frente de um pequeno exército, derrota os invasores, reacende o nacionalismo francês e conduz o rei Carlos VII a Reims, onde é coroado. Presa pelos borgonheses, aliados dos ingleses, é considerada feiticeira e denunciada a um tribunal religioso. Declarada herética, é queimada viva em Rouen, aos 19 anos. A Igreja Católica reconhece sua santidade e a beatifica em 1909. É canonizada em 1920.
Guerra das Duas Rosas
De 1455 a 1485 as casas reais inglesas de Lancaster (rosa vermelha) e de York (rosa branca) travam a Guerra das Duas Rosas. Ricardo de York, o maior senhor feudal inglês, aspira ao trono e aprisiona o rei Henrique VI, mas é derrotado na batalha de Wakefiel, em 1460. Eduardo IV, de York, vence a batalha de Towton, em 1461, e ascende ao trono, sob a tutela do conde de Warwick. Mas este se alia aos Lancaster e devolve a Coroa a Henrique VI. Na batalha de Barnet, em 1471, Warwick, Henrique VI e outros membros da Casa de Lancaster são mortos. Em 1483 morre Eduardo IV e o trono é usurpado por seu irmão Ricardo III, após mandar estrangular os sobrinhos e herdeiros da Coroa. Mas o herdeiro conjunto das Casas de Lancaster e York, Henrique VII, desembarca em Gales em 1485, derrota Ricardo na batalha de Bosworth e funda a dinastia Tudor.
Fortalecimento do poder real – Nos períodos de guerra surge a necessidade de centralização do poder, até então disperso entre vários senhores feudais. No final da Idade Média, o poder real se encontra fortalecido e a nobreza feudal entra em declínio. Essa situação favorece a ascensão da burguesia.
PARA QUE POSSAMOS ENTENDER SOBRE A FAMILIA BELLO TEMOS QUE ESTUDAR SOBRE AS CRUZADAS
Começa no século XI, no período conhecido como baixa Idade Média. O aumento da população, o desenvolvimento do comércio e das cidades e a ausência dos senhores feudais em virtude das Cruzadas provocam o enfraquecimento dos feudos e o crescimento do poder dos reis. Surgem às monarquias feudais de caráter nacional, multiplicam-se as guerras e ocorrem epidemias e surtos de fome.
Renascimento do comércio
Ganha impulso com a evolução dos transportes, o incremento das manufaturas, o aumento da produção de metais e a criação de uma economia monetária. A partir do século XI, aumenta o número de mercadores que realizam o comércio a longa distância entre os territórios da Europa Central, a Escandinávia e o Oriente. O transporte naval ganha impulso com a construção de caravelas, permitindo a navegação em alto-mar. Para proteger as caravanas, são construídas praças fortificadas, ou burgos. Eles se multiplicam nas rotas de comércio e próximo aos castelos feudais.
Feiras – Espécie de mercados periódicos, que se estabelecem em determinadas localidades, onde os mercadores realizam um comércio internacional. Organizadas geralmente uma vez por ano, constituem um grande acontecimento social, com festas e competições. Muitas delas dão origem a cidades.
Corporações de ofício – Associações obrigatórias, que controlam e regulamentam o processo produtivo artesanal, determinando qualidade, preço, quantidade produzida, margem de lucro e o aprendizado e hierarquia dos ofícios. Os mestres de cada ofício são os que detêm as ferramentas e fornecem a matéria-prima.
Guildas – Associações formadas entre as corporações artesanais para apoio mútuo e controle da regulamentação dos ofícios.
Hansa – Mercadores germânicos do litoral do mar Báltico agrupam-se em cooperativas mercantis a partir do século XI e desenvolvem um intenso comércio marítimo. O reflorescimento do comércio aumenta a circulação de dinheiro. Em 1259 Lübeck se une com as cidades de Hamburgo, Wismar e Rostock. Em 1358, para assegurar maiores vantagens comerciais, formam a Liga Hanseática, reunindo mais de 200 cidades.
Ressurgimento das cidades
Tem por base os burgos, o crescimento destes como centros comerciais e o incremento da economia monetária, que propiciam a ascensão da burguesia e o início das relações de produção capitalistas. O ressurgimento das cidades é facilitado pelos senhores feudais, que lhes outorgam privilégios e liberdades, mas impõem o governador ou alcaide como seu representante.
Aliança rei e burguesia – A monarquia encontra na burguesia e no comércio crescente entre as cidades uma fonte poderosa de recursos e incentiva as reivindicações dos burgueses contra os senhores feudais. Em troca, conta com o apoio da burguesia, que facilita a luta da monarquia para submeter os senhores feudais. Estabelece-se, assim, uma aliança entre o rei e a burguesia, que é decisiva para a constituição das monarquias nacionais européias a partir do século XIII.
Monarquias nacionais européias
A formação e consolidação de monarquias nacionais, subjugando os reinos ou principados feudais, decorre da necessidade de atender ao crescimento econômico, proteger o comércio, unificar taxas e leis, normatizar pesos e medidas e controlar a moeda. As monarquias nacionais começam com as tentativas de consolidação das monarquias feudais e resultam em numerosas guerras e conflitos.
Formação do Sacro Império Romano-Germânico – Os reinos germânicos derivam do Império Franco dos carolíngios. Terminada a dinastia carolíngia, os duques da Fracônia, Saxônia, Suábia e Baviera fundam o Reino Germânico. Em 936 Oton I assume o trono e depois de derrotar os húngaros é sagrado imperador pelo papa João XII em 962. Começa então o Sacro Império Romano-Germânico (o I Reich), que duraria quase mil anos até 1806. Em 1273 é criada a Ordem dos Príncipes Eleitores, que passa a escolher o imperador. Um Habsburgo é o primeiro imperador eleito e volta-se para a expansão territorial. Em 1308 é substituído por um imperador da Casa de Luxemburgo. A partir de 1438 o comando do império passa a ser definido por meio da expansão militar e de acordos matrimoniais e hereditários. Com freqüência a Coroa do império é ocupada pelos Habsburgo.
Monarquia francesa – A dinastia dos Capeto se firma com Luís VI, o Gordo, em 1108. Os Capeto colocam o rei como chefe supremo de todos os feudos. Os vassalos dos senhores feudais passam a dever obediência a ele. A partir de 1285, Felipe, o Belo, consolida a monarquia. Sem filhos homens, Felipe morre sem deixar herdeiros e termina a dinastia dos Capeto em 1328. A Coroa passa à Casa de Valois (Felipe VI), mas é disputada também por Eduardo III, da Inglaterra, o que dá início à Guerra dos Cem Anos.
Felipe, o Belo (1268-1314), rei da França, filho de Felipe III, o Ousado, e Isabel de Aragão. Político realista e cuidadoso, cerca-se de legistas que extraem do direito romano a idéia da onipotência real. Chamado de "moedeiro falso", lança impostos sobre os bens eclesiásticos e impede a saída de recursos destinados à Santa Sé para fora da França. É excomungado pelo papa Bonifácio VIII.
Monarquia inglesa – Após a conquista do rei normando Guilherme, todos os vassalos passam a dever fidelidade ao rei. A sucessão desencadeia disputas que resultam em guerra civil. Em 1153, Henrique de Anjou, bisneto de Guilherme, o Conquistador, é reconhecido sucessor e ocupa o trono como Henrique II, dando início à dinastia dos Plantageneta. Henrique II reforça a monarquia e, em 1171, começa a conquista da Irlanda. É sucedido por seu filho Ricardo I, apelidado de Coração de Leão.
Ricardo Coração de Leão (1157-1199), terceiro filho de Henrique II, alia-se ao rei da França, Felipe II, contra seu pai. Ao tornar-se rei, renuncia à aliança francesa. Dos dez anos de seu reinado passa nove fora da Inglaterra, participando da 3ªCruzada. Em 1191 conquista Chipre. As intrigas entre o rei da França e seu irmão, João Sem-Terra, levam-no a deixar a Palestina. Ao retornar, é tido como prisioneiro pelo duque da Áustria, que o entrega ao imperador Henrique VI.
Magna Carta – É assinada em 1215 pelo rei João Sem-Terra, irmão de Ricardo Coração de Leão, por imposição dos senhores e bispos ingleses, descontentes com os abusos do soberano. Resulta da rebelião da nobreza, que obriga o rei a obedecer as leis antigas e garantir, por escrito, os privilégios dos barões.
Peste negra
A epidemia altamente infecciosa atinge a Europa por volta de 1347, quando chega a Gênova um navio italiano vindo do mar Negro com toda a tripulação morta pela doença. A peste, transmitida ao homem por pulgas de ratos, espalha-se rapidamente pela Europa Central e Ocidental e dizima a população da maioria dos países europeus. Apenas regiões muito frias, como o norte da Escandinávia, escapam da epidemia, porque ali os ratos não sobrevivem.
Guerra dos Cem Anos
Desencadeada por Eduardo III, da Inglaterra, a partir de 1337, contra a França, pela sucessão dinástica de Carlos VI. Com um exército eficiente, Eduardo estabelece alianças com as cidades flamengas e toma Calais em 1347. O Príncipe Negro, de Gales, filho de Eduardo III, captura o rei francês, em 1356, na batalha de Malpertuis. Em 1360, na Paz de Bretigny, Eduardo III renuncia à Coroa francesa em troca do reconhecimento de sua soberania sobre o sudoeste francês. Mas em 1369 Carlos V reinicia a guerra. A Inglaterra é forçada a abandonar o território francês, embora mantenha Bordeaux, Calais e Bayonne. Em 1415 reacende-se a guerra. Os franceses são derrotados por Henrique V e os ingleses ocupam a Normandia e Paris em aliança com a Borgonha. Em 1437 o rei francês Carlos VII reconquista Paris e, por meio de reformas administrativas e militares, recupera a Normandia em 1449 e toma Bordeaux em 1453 (mesmo ano da queda de Constantinopla), dando fim à guerra.
Joana d'Arc (1412-1431), filha de um casal de lavradores, nasce em Domrémy. Chamada de "a donzela de Orléans", aos 13 anos diz ouvir vozes divinas ordenando que salve a cidade, sitiada pelos ingleses. À frente de um pequeno exército, derrota os invasores, reacende o nacionalismo francês e conduz o rei Carlos VII a Reims, onde é coroado. Presa pelos borgonheses, aliados dos ingleses, é considerada feiticeira e denunciada a um tribunal religioso. Declarada herética, é queimada viva em Rouen, aos 19 anos. A Igreja Católica reconhece sua santidade e a beatifica em 1909. É canonizada em 1920.
Guerra das Duas Rosas
De 1455 a 1485 as casas reais inglesas de Lancaster (rosa vermelha) e de York (rosa branca) travam a Guerra das Duas Rosas. Ricardo de York, o maior senhor feudal inglês, aspira ao trono e aprisiona o rei Henrique VI, mas é derrotado na batalha de Wakefiel, em 1460. Eduardo IV, de York, vence a batalha de Towton, em 1461, e ascende ao trono, sob a tutela do conde de Warwick. Mas este se alia aos Lancaster e devolve a Coroa a Henrique VI. Na batalha de Barnet, em 1471, Warwick, Henrique VI e outros membros da Casa de Lancaster são mortos. Em 1483 morre Eduardo IV e o trono é usurpado por seu irmão Ricardo III, após mandar estrangular os sobrinhos e herdeiros da Coroa. Mas o herdeiro conjunto das Casas de Lancaster e York, Henrique VII, desembarca em Gales em 1485, derrota Ricardo na batalha de Bosworth e funda a dinastia Tudor.
Fortalecimento do poder real – Nos períodos de guerra surge a necessidade de centralização do poder, até então disperso entre vários senhores feudais. No final da Idade Média, o poder real se encontra fortalecido e a nobreza feudal entra em declínio. Essa situação favorece a ascensão da burguesia.
Renascimento do comércio
Ganha impulso com a evolução dos transportes, o incremento das manufaturas, o aumento da produção de metais e a criação de uma economia monetária. A partir do século XI, aumenta o número de mercadores que realizam o comércio a longa distância entre os territórios da Europa Central, a Escandinávia e o Oriente. O transporte naval ganha impulso com a construção de caravelas, permitindo a navegação em alto-mar. Para proteger as caravanas, são construídas praças fortificadas, ou burgos. Eles se multiplicam nas rotas de comércio e próximo aos castelos feudais.
Feiras – Espécie de mercados periódicos, que se estabelecem em determinadas localidades, onde os mercadores realizam um comércio internacional. Organizadas geralmente uma vez por ano, constituem um grande acontecimento social, com festas e competições. Muitas delas dão origem a cidades.
Corporações de ofício – Associações obrigatórias, que controlam e regulamentam o processo produtivo artesanal, determinando qualidade, preço, quantidade produzida, margem de lucro e o aprendizado e hierarquia dos ofícios. Os mestres de cada ofício são os que detêm as ferramentas e fornecem a matéria-prima.
Guildas – Associações formadas entre as corporações artesanais para apoio mútuo e controle da regulamentação dos ofícios.
Hansa – Mercadores germânicos do litoral do mar Báltico agrupam-se em cooperativas mercantis a partir do século XI e desenvolvem um intenso comércio marítimo. O reflorescimento do comércio aumenta a circulação de dinheiro. Em 1259 Lübeck se une com as cidades de Hamburgo, Wismar e Rostock. Em 1358, para assegurar maiores vantagens comerciais, formam a Liga Hanseática, reunindo mais de 200 cidades.
Ressurgimento das cidades
Tem por base os burgos, o crescimento destes como centros comerciais e o incremento da economia monetária, que propiciam a ascensão da burguesia e o início das relações de produção capitalistas. O ressurgimento das cidades é facilitado pelos senhores feudais, que lhes outorgam privilégios e liberdades, mas impõem o governador ou alcaide como seu representante.
Aliança rei e burguesia – A monarquia encontra na burguesia e no comércio crescente entre as cidades uma fonte poderosa de recursos e incentiva as reivindicações dos burgueses contra os senhores feudais. Em troca, conta com o apoio da burguesia, que facilita a luta da monarquia para submeter os senhores feudais. Estabelece-se, assim, uma aliança entre o rei e a burguesia, que é decisiva para a constituição das monarquias nacionais européias a partir do século XIII.
Monarquias nacionais européias
A formação e consolidação de monarquias nacionais, subjugando os reinos ou principados feudais, decorre da necessidade de atender ao crescimento econômico, proteger o comércio, unificar taxas e leis, normatizar pesos e medidas e controlar a moeda. As monarquias nacionais começam com as tentativas de consolidação das monarquias feudais e resultam em numerosas guerras e conflitos.
Formação do Sacro Império Romano-Germânico – Os reinos germânicos derivam do Império Franco dos carolíngios. Terminada a dinastia carolíngia, os duques da Fracônia, Saxônia, Suábia e Baviera fundam o Reino Germânico. Em 936 Oton I assume o trono e depois de derrotar os húngaros é sagrado imperador pelo papa João XII em 962. Começa então o Sacro Império Romano-Germânico (o I Reich), que duraria quase mil anos até 1806. Em 1273 é criada a Ordem dos Príncipes Eleitores, que passa a escolher o imperador. Um Habsburgo é o primeiro imperador eleito e volta-se para a expansão territorial. Em 1308 é substituído por um imperador da Casa de Luxemburgo. A partir de 1438 o comando do império passa a ser definido por meio da expansão militar e de acordos matrimoniais e hereditários. Com freqüência a Coroa do império é ocupada pelos Habsburgo.
Monarquia francesa – A dinastia dos Capeto se firma com Luís VI, o Gordo, em 1108. Os Capeto colocam o rei como chefe supremo de todos os feudos. Os vassalos dos senhores feudais passam a dever obediência a ele. A partir de 1285, Felipe, o Belo, consolida a monarquia. Sem filhos homens, Felipe morre sem deixar herdeiros e termina a dinastia dos Capeto em 1328. A Coroa passa à Casa de Valois (Felipe VI), mas é disputada também por Eduardo III, da Inglaterra, o que dá início à Guerra dos Cem Anos.
Felipe, o Belo (1268-1314), rei da França, filho de Felipe III, o Ousado, e Isabel de Aragão. Político realista e cuidadoso, cerca-se de legistas que extraem do direito romano a idéia da onipotência real. Chamado de "moedeiro falso", lança impostos sobre os bens eclesiásticos e impede a saída de recursos destinados à Santa Sé para fora da França. É excomungado pelo papa Bonifácio VIII.
Monarquia inglesa – Após a conquista do rei normando Guilherme, todos os vassalos passam a dever fidelidade ao rei. A sucessão desencadeia disputas que resultam em guerra civil. Em 1153, Henrique de Anjou, bisneto de Guilherme, o Conquistador, é reconhecido sucessor e ocupa o trono como Henrique II, dando início à dinastia dos Plantageneta. Henrique II reforça a monarquia e, em 1171, começa a conquista da Irlanda. É sucedido por seu filho Ricardo I, apelidado de Coração de Leão.
Ricardo Coração de Leão (1157-1199), terceiro filho de Henrique II, alia-se ao rei da França, Felipe II, contra seu pai. Ao tornar-se rei, renuncia à aliança francesa. Dos dez anos de seu reinado passa nove fora da Inglaterra, participando da 3ªCruzada. Em 1191 conquista Chipre. As intrigas entre o rei da França e seu irmão, João Sem-Terra, levam-no a deixar a Palestina. Ao retornar, é tido como prisioneiro pelo duque da Áustria, que o entrega ao imperador Henrique VI.
Magna Carta – É assinada em 1215 pelo rei João Sem-Terra, irmão de Ricardo Coração de Leão, por imposição dos senhores e bispos ingleses, descontentes com os abusos do soberano. Resulta da rebelião da nobreza, que obriga o rei a obedecer as leis antigas e garantir, por escrito, os privilégios dos barões.
Peste negra
A epidemia altamente infecciosa atinge a Europa por volta de 1347, quando chega a Gênova um navio italiano vindo do mar Negro com toda a tripulação morta pela doença. A peste, transmitida ao homem por pulgas de ratos, espalha-se rapidamente pela Europa Central e Ocidental e dizima a população da maioria dos países europeus. Apenas regiões muito frias, como o norte da Escandinávia, escapam da epidemia, porque ali os ratos não sobrevivem.
Guerra dos Cem Anos
Desencadeada por Eduardo III, da Inglaterra, a partir de 1337, contra a França, pela sucessão dinástica de Carlos VI. Com um exército eficiente, Eduardo estabelece alianças com as cidades flamengas e toma Calais em 1347. O Príncipe Negro, de Gales, filho de Eduardo III, captura o rei francês, em 1356, na batalha de Malpertuis. Em 1360, na Paz de Bretigny, Eduardo III renuncia à Coroa francesa em troca do reconhecimento de sua soberania sobre o sudoeste francês. Mas em 1369 Carlos V reinicia a guerra. A Inglaterra é forçada a abandonar o território francês, embora mantenha Bordeaux, Calais e Bayonne. Em 1415 reacende-se a guerra. Os franceses são derrotados por Henrique V e os ingleses ocupam a Normandia e Paris em aliança com a Borgonha. Em 1437 o rei francês Carlos VII reconquista Paris e, por meio de reformas administrativas e militares, recupera a Normandia em 1449 e toma Bordeaux em 1453 (mesmo ano da queda de Constantinopla), dando fim à guerra.
Joana d'Arc (1412-1431), filha de um casal de lavradores, nasce em Domrémy. Chamada de "a donzela de Orléans", aos 13 anos diz ouvir vozes divinas ordenando que salve a cidade, sitiada pelos ingleses. À frente de um pequeno exército, derrota os invasores, reacende o nacionalismo francês e conduz o rei Carlos VII a Reims, onde é coroado. Presa pelos borgonheses, aliados dos ingleses, é considerada feiticeira e denunciada a um tribunal religioso. Declarada herética, é queimada viva em Rouen, aos 19 anos. A Igreja Católica reconhece sua santidade e a beatifica em 1909. É canonizada em 1920.
Guerra das Duas Rosas
De 1455 a 1485 as casas reais inglesas de Lancaster (rosa vermelha) e de York (rosa branca) travam a Guerra das Duas Rosas. Ricardo de York, o maior senhor feudal inglês, aspira ao trono e aprisiona o rei Henrique VI, mas é derrotado na batalha de Wakefiel, em 1460. Eduardo IV, de York, vence a batalha de Towton, em 1461, e ascende ao trono, sob a tutela do conde de Warwick. Mas este se alia aos Lancaster e devolve a Coroa a Henrique VI. Na batalha de Barnet, em 1471, Warwick, Henrique VI e outros membros da Casa de Lancaster são mortos. Em 1483 morre Eduardo IV e o trono é usurpado por seu irmão Ricardo III, após mandar estrangular os sobrinhos e herdeiros da Coroa. Mas o herdeiro conjunto das Casas de Lancaster e York, Henrique VII, desembarca em Gales em 1485, derrota Ricardo na batalha de Bosworth e funda a dinastia Tudor.
Fortalecimento do poder real – Nos períodos de guerra surge a necessidade de centralização do poder, até então disperso entre vários senhores feudais. No final da Idade Média, o poder real se encontra fortalecido e a nobreza feudal entra em declínio. Essa situação favorece a ascensão da burguesia.
A FAMILIA BELLO TEVE GRANDE ATUAÇÃO JUNTO AO DUQUE WILLIAM NA INGLATERRA NO PERIODO DE 1066 A 1154
Dinastia da Normandia
(1066 - 1154)
Eduardo o Confessor, com o apoio dos dinamarqueses e escoceses restabeleceu a monarquia anglo-saxônica, porém, sem filhos, não deixou herdeiros diretos e, ao morrer (1066), tornou violenta a disputa da coroa entre seu cunhado Harald ou Haroldo II e o duque da Normandia, William ou Guilherme I o Conquistador. Este invadiu a Inglaterra e tomou o poder depois de uma das batalhas mais famosas da história inglesa: a Batalha de Hastings (1066), onde derrotou as tropas de seu rival. William se proclamou rei, fundando a dinastia normanda, a qual ficou no poder por quase 90 anos consecutivos (1066-1154), com o país passando sob quatro reis normandos. No período normando foi criado o Domesday Book, um grande livro de registros de terra como propriedades dos ingleses, o Exchequer foi fundado e a teve início a construção da Torre de Londres. Na religião, o movimento de reforma gregoriano juntou-se às concessões forçadas, enquanto a máquina governamental desenvolveu-se para apoiar o país. A paisagem social foi alterada, como a aristocracia normanda tornando-se proeminente. A nobreza lutou para manter um elo entre a Normandia e a Inglaterra, que como regra quando dividida significava ameaça de conflito. As sucessões no período normando sempre foram agitadas. Este era o caso quando William o Conquistador morreu. O filho primogênito dele, Roberto, se tornou o Duque de Normandia, enquanto o próximo mais jovem, William, se tornou o rei de Inglaterra como William II. O irmão mais jovem deles, Henrique, seria o herdeiro em caso de morte do rei William II. Insatisfeito, Henrque capturou e prendeu o irmão mais velho e a sucessão continuou confusa pelo resto do período. O filho de Henry morreu, e ele nomeou como herdeira Matilda, o que não foi aceito pelo sobrinho de Henry, Estêvão, seguido um período de guerra civil. Matilda se casou com Geoffrey Plantageneta de Anjou o que trouxe o controle da Normandia. Porém o ducado estava então uma vez mais separado da Inglaterra e um acordo foi firmado para que o filho de Matilda e Geoffrey fosse o herdeiro da coroa inglesa, enquanto o filho de Estêvão herdaria as terras baroniais. Foi neste contexto que Henry II ascenderia ao trono como o primeiro rei de consenso (1154), pondo fim a tempestuosa dinastia normanda.
(1066 - 1154)
Eduardo o Confessor, com o apoio dos dinamarqueses e escoceses restabeleceu a monarquia anglo-saxônica, porém, sem filhos, não deixou herdeiros diretos e, ao morrer (1066), tornou violenta a disputa da coroa entre seu cunhado Harald ou Haroldo II e o duque da Normandia, William ou Guilherme I o Conquistador. Este invadiu a Inglaterra e tomou o poder depois de uma das batalhas mais famosas da história inglesa: a Batalha de Hastings (1066), onde derrotou as tropas de seu rival. William se proclamou rei, fundando a dinastia normanda, a qual ficou no poder por quase 90 anos consecutivos (1066-1154), com o país passando sob quatro reis normandos. No período normando foi criado o Domesday Book, um grande livro de registros de terra como propriedades dos ingleses, o Exchequer foi fundado e a teve início a construção da Torre de Londres. Na religião, o movimento de reforma gregoriano juntou-se às concessões forçadas, enquanto a máquina governamental desenvolveu-se para apoiar o país. A paisagem social foi alterada, como a aristocracia normanda tornando-se proeminente. A nobreza lutou para manter um elo entre a Normandia e a Inglaterra, que como regra quando dividida significava ameaça de conflito. As sucessões no período normando sempre foram agitadas. Este era o caso quando William o Conquistador morreu. O filho primogênito dele, Roberto, se tornou o Duque de Normandia, enquanto o próximo mais jovem, William, se tornou o rei de Inglaterra como William II. O irmão mais jovem deles, Henrique, seria o herdeiro em caso de morte do rei William II. Insatisfeito, Henrque capturou e prendeu o irmão mais velho e a sucessão continuou confusa pelo resto do período. O filho de Henry morreu, e ele nomeou como herdeira Matilda, o que não foi aceito pelo sobrinho de Henry, Estêvão, seguido um período de guerra civil. Matilda se casou com Geoffrey Plantageneta de Anjou o que trouxe o controle da Normandia. Porém o ducado estava então uma vez mais separado da Inglaterra e um acordo foi firmado para que o filho de Matilda e Geoffrey fosse o herdeiro da coroa inglesa, enquanto o filho de Estêvão herdaria as terras baroniais. Foi neste contexto que Henry II ascenderia ao trono como o primeiro rei de consenso (1154), pondo fim a tempestuosa dinastia normanda.
DESCRIÇÃO SOBRE O BRASAO BELLO ARAGONES.
BELLO
Aragonés. Linaje de Aragón. Originarios de la localidad de Bello, con ramas en Teruel, Zaragoza y Huesca. De azur, dos bordones de plata; bordura de oro con cinco veneras de gules. [V. de Cadenas] [A.A. G. Garrafa*] [Dic. de Heráldica Aragonesa, Bizén d’O Río] [J. de Atienza].
***Veja o brasão no topo do painel deste blog***
Veja o significado deste brasão no painel a direita, significado heraldica espanhola.
Aragonés. Linaje de Aragón. Originarios de la localidad de Bello, con ramas en Teruel, Zaragoza y Huesca. De azur, dos bordones de plata; bordura de oro con cinco veneras de gules. [V. de Cadenas] [A.A. G. Garrafa*] [Dic. de Heráldica Aragonesa, Bizén d’O Río] [J. de Atienza].
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Veja o significado deste brasão no painel a direita, significado heraldica espanhola.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
ARQUIVO FAMILIA BELO EM PORTUGAL DESDE 1555
Belo
Listagem Alfabética de Nomes nesta Família
[ A B C D E F G H I J L M N P R S T U V ]
365 Pessoas
A
•
Alda Bello
•
Alexandre Alfredo Santos Bello * 1947
•
Alfredo Artur de Oliveira Bello * 1884
•
Alfredo Pereira de Oliveira Bello * 1900
•
Ana Belo * c. 1555
•
Ana Belo * c. 1555
•
Ana de Jesus de Castro Belo
•
Ana Mafalda Guimarães Bello
•
Ana Mafalda Guimarães Bello * 1965
•
Ana Maria de Andrade Bello * 1936
•
Ana Maria Horta e Costa Ravara Bello * 1982
•
Ana Maria Ravara Bello * 1934
•
Ana Patricia Guimarães Bello
•
Ana Patricia Guimarães Bello * 1967
•
Ana Paula Pires Rodrigues * 1963
•
Ana Raquel Rodrigues Belo * 1987
•
Ana Rita Amado de Mendonça Bello * 1960
•
Angélica Margarida de Oliveira Belo
•
António Augusto de Sena Belo
•
António Bustorff Bello * 1954
•
António Dias Belo
•
António Dias Belo
•
António Dias Belo * b. 1673
•
António Ferreira Beirão Belo
•
António Franco de Sousa Belo
•
António Joaquim Tavares Bello * 1812
•
António José Belo
•
António José Ravara de Oliveira Bello * 1931
•
António Maria Allen Burnay Bello * 1947
•
António Maria Beirão de Almeida Bello * 1979
•
António Maria Burnay de Almeida Bello * 1916
•
António Maria Horta e Costa Bello * 1991
•
António Maria de Oliveira Bello * 1847
•
António Maria de Oliveira Bello * 1872
•
António Maria Tamagnini de Bellegarde Bello * 1938
•
António Mendes de Almeida Bello
•
António Mendes Belo
•
D. António Mendes Belo, 13º cardeal-patriarca de Lisboa * 1842
•
António Miguel Lupi Ravara Bello * 1958
•
António Monteiro Belo
•
António de Oliveira Bello
•
António de Oliveira Bello
•
Antonio Pedro de Bellegarde Bello
•
António Pedro de Bellegarde Bello * 1913
•
António Pereira de Oliveira Bello * 1915
•
António Santos de Oliveira Bello * 1902
•
António da Silva Belo * 1907
•
António Valente Belo * 1957
•
Artur Corte Bello
•
Avelino Manuel Pires Fernandes Belo
B
•
Barnabé Mendes Belo * b. 1731
•
Bernarda Veladas Belo * b. 1877
•
Bernardina Quitéria de Oliveira Belo * c. 1775
•
Bernardo Maria Ruggeroni de Almeida Bello * 1971
•
Bernardo de Oliveira Bello * c. 1750
•
Boaventura Mendes de Almeida Bello * 1892
•
Brites Belo
•
Brites Belo
•
Bruno Miguel Basílio Silveira Belo * 1977
C
•
Caetano Maria de Oliveira Bello
•
Cândido de Lemos Belo * c. 1860
•
Carlos Alberto Neves Bello * 1928
•
D. Carlos Filipe Ximenes Belo, bispo de Díli * 1948
•
Carlos Manuel de Mendonça Bello * 1927
•
Carlos de Oliveira Bello * 1888
•
Carlos Sacadura Sena Belo * c. 1900
•
Carlota Champalimaud de Almeida Bello * 1975
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Rodrigues Belo
•
Catarina Rodrigues Belo
•
Cézar Augusto Bello
•
Constança Maria Ravara Belo * 1929
D
•
Delfina de Campos Bello * 1824
•
Diogo Álvares Belo
•
Diogo Belo
•
Diogo Gonçalves Belo
•
Diogo Maria Champalimaud Barahona Fernandes Belo * 1982
•
Diogo Rodrigues Belo
•
Domingos Augusto d' Oliveira Belo
•
Duarte Bustorff Silva Bello * 1950
•
Duarte Manuel Mendes de Almeida Bello * 1921
•
Duarte Maria Allen Burnay Bello * 1953
•
Duarte Maria de Faria e Melo de Almeida Bello * 1989
•
Duarte Melo de Castro Bello * 1979
•
Duarte Mendes de Almeida Bello * 1891
•
Duarte Paulo Lizardo de Mendonça Bello * 1938
E
•
Eduardo João Lupi Bello * 1964
•
Eduardo de Mendonça Bello * 1889
•
Emília Margarida de Oliveira Bello * 1881
F
•
F. Sena Belo
•
Fernanda Palhares de Almeida Bello * 1914
•
Fernando de Andrade Bello * 1933
•
Fernando Bustorff Silva Bello
•
Fernando Ferreira Lima Bello * 1932
•
Fernando Maria Burnay de Almeida Bello * 1945
•
Fernando Mendes de Almeida Bello * 1887
•
Fernando de Mendonça Bello * 1910
•
Fernando de Oliveira Bello * 1818
•
Fernando de Oliveira Bello * 1856
•
Fernando de Oliveira Bello * 1870
•
Fernando Pinto Coelho de Almeida Bello * 1924
•
Fernando da Silva Bello * 1895
•
Fernão Vaz Belo
•
Filomena de Andrade de Sena Belo * 1863
•
Florencia Teresa Belo
•
Francisca Rebelo de Andrade Belo
•
Francisco Afonso Belard da Fonseca Bello
•
Francisco Belo
•
Francisco Carneirinho
•
Francisco Dâmaso Tavares Bello Jr. * c. 1870
•
Francisco Dâmaso Tavares Bello * 1840
•
Francisco Fiuza da Silva Beirão Belo * 1977
•
Francisco Luís Lupi Ravara Bello * 1965
•
Francisco Maria Horta e Costa Bello * 1986
•
Francisco Melo de Castro Bello * 1980
•
Francisco de Oliveira Bello
•
Francisco de Oliveira Bello * c. 1730
•
Francisco de Oliveira Bello * c. 1820
•
Francisco de Oliveira Bello * 1854
•
Francisco Rodrigues Belo
•
Francisco Vaz Belo
•
Frederico Castel-Branco Morgado Belo * 1977
G
•
Gaspar Gonçalves Belo
•
Genoveva Pisco da Silveira Belo
•
Georgina de Oliveira Bello
•
Gonçalo Vaz Belo
H
•
Helena de Almeida Belo * 1999
I
•
Ilda Bello
•
Ilda Carvalho Belo * c. 1910
•
Inácio da Costa Belo
•
Inês Belo
•
Inês Belo
•
Inês de Castro Belo
•
Ines Neto Lizardo de Mendonça Bello
•
Isabel Belo
•
Isabel Belo
•
Isabel Cristina de Oliveira Bello
•
Isabel Maria de Oliveira Bello
•
Ivone Irene Garcia Belo
J
•
Jácome Belo
•
Joana Maria Beirão de Almeida Bello * 1984
•
Joana de Mello Bello * 1963
•
João António de Andrade Bello
•
João Bello
•
João Belo
•
João Belo
•
João Curado Belo
•
João Domingos Belo * 1827
•
João Esteves Belo * 1743
•
Joâo Filipe Castel-Branco Morgado Belo * 1972
•
João Guimarães Bello * 1961
•
João Maria Neves Bello * 1931
•
João Maria de Oliveira Bello
•
João Morgado Belo * 1942
•
João de Moser Belo * 1962
•
João de Oliveira Bello * c. 1750
•
João de Oliveira Bello * c. 1780
•
João de Oliveira Bello * c. 1790
•
João de Oliveira Bello * c. 1810
•
João Pedro de Bellegarde da Silva Bello * 1910
•
João Pinheiro de Almeida Belo * 1995
•
João Pires Belo
•
João Rodrigues Belo
•
João da Silva Bello * 1904
•
João Tamagnini Bellegarde Bello * 1937
•
Joaquim da Cunha Pignatelli de Sena Belo
•
Joaquim Domingos Belo
•
Joaquina Augusta de Sousa Bello
•
Joaquina Pisco da Silveira Belo
•
Jorge Palhares de Almeida Bello * 1922
•
Jorge Silva Bello * 1929
•
José António Tatá Silveira Belo * 1966
•
José Augusto de Oliveira Bello * 1879
•
José Bernardo de Sena Belo
•
José Domingos Belo
•
José Domingos Belo
•
José Duarte Corrêa de Sampaio Bello * 1961
•
José Esteves Belo * 1668
•
José Esteves Belo * 1709
•
José Fernandes Neves Bello * 1922
•
José Filipe Lupi Ravara Belo * 1963
•
José Inacio Teixeira Belo * 1844
•
José Leonel Pita Silveira Belo * 1954
•
José Luis Palhares de Almeida Bello * 1915
•
José Manuel Corrêa de Mendonça Bello
•
José Manuel Moreira Bello * 1915
•
José Manuel Pereira Silveira Belo * 1931
•
José Maria Morais Bello * 1990
•
José Maria de Oliveira Bello * 1860
•
José Mendes de Almeida Bello * 1886
•
José Mendes de Almeida Bello * 1889
•
José de Oliveira Bello * 1850
•
José Rainho Silveira Belo * 1922
•
José Vau de Matos Belo
•
José Veladas Silveira Belo * b. 1872
•
Júlia da Glória de Oliveira Bello
L
•
Leonor de Almeida Belo * 2004
•
Leonor Belo
•
Leonor Maria Lupi Ravara Bello * 1960
•
Leonor Neves Bello * 1923
•
Luis Alexandre Amado de Mendonça Bello * 1970
•
Luís Alves Oliveira Belo
•
Luis Caetano de Mendonça Bello * 1890
•
Luis Eduardo de Mendonça Bello * 1944
•
Luis Eduardo Rodrigues de Mendonça Bello
•
Luis Filipe de Mendonça Bello * 1941
•
Luis Maria de Oliveira Bello * 1865
•
Luís Miguel Gonçalves de Mendonça Bello * 1960
•
Luiz Alves de Freitas Belo * c. 1750
M
•
Mafalda Maria Beirão de Almeida Bello * 1981
•
Manuel Afonso Belo
•
Manuel de Bellegarde da Silva Bello * 1911
•
Manuel Belo
•
Manuel Belo
•
Manuel da Cruz Belo
•
Manuel Ferreira Lima Bello * 1925
•
Manuel Frederico Lupi Ravara Bello * 1961
•
Manuel Inácio Belo * b. 1843
•
Manuel Inácio Silveira Belo * 1927
•
Manuel José de Andrade Bello * 1932
•
Manuel Maria Burnay de Almeida Bello * 1913
•
Manuel Maria Burnay de Almeida Bello * 1944
•
Manuel Maria de Oliveira Bello * 1858
•
Manuel Mendes de Almeida Bello * 1886
•
Manuel Mouro Belo
•
Manuel Rodrigues Lobo
•
Manuel da Silva Belo * 1897
•
Manuel Tomé Belo
•
Manuel Vaz Belo
•
Manuel Vicente Belo
•
Manuela Portales Bello
•
Margarida Belo
•
Margarida Maria de Oliveira Bello * 1886
•
Margarida de Oliveira Bello * 1852
•
Margarida dos Santos Belo * c. 1900
•
Maria Adelaide Guedes Ferrao e Bello
•
Maria Adelaide de Oliveira Bello
•
Maria Adelina de Oliveira Bello * 1863
•
Maria Adelina de Oliveira Bello * 1877
•
Maria Agostinha Domingos Belo
•
Maria Alexandra Rodrigues de Mendonça Bello
•
Maria Álvares Belo
•
Maria do Amparo Mendes de Almeida Bello * 1895
•
Maria Belo
•
Maria Belo
•
Maria Belo
•
Maria Belo
•
Maria Belo * c. 1615
•
Maria Benedita Belo
•
Maria Bernarda Silveira Belo * 1922
•
Maria do Carmo Allen Burnay Bello * 1957
•
Maria do Carmo Burnay de Almeida Bello * 1914
•
Maria do Carmo Champalimaud de Almeida Bello * 1973
•
Maria do Carmo Morais Bello * 2000
•
Maria do Carmo Silva Bello * 1933
•
Maria do Carmos Santos Bello * 1937
•
Maria Carolina da Silva Bello * 1893
•
Maria da Conceição Allen Burnay Bello * 1950
•
Maria da Conceição de Andrade Bello * 1930
•
Maria da Conceição Carreira da Cunha Belo * 1957
•
Maria da Conceição Guimarães Bello * 1960
•
Maria Domingos Belo
•
Maria das Dores Guedes Ferrao e Bello
•
Maria Emília Mendes de Almeida Bello * 1890
•
Maria Emiliana de Oliveira Bello * 1849
•
Maria Ezequiel de Andrade Bello * 1939
•
Maria de Fátima de Andrade Belo * 1946
•
Maria Filomena Carreira da Cunha Bello * 1950
•
Maria Francisca de Calheiros e Menezes Bello * 1992
•
Maria Helena Burnay de Almeida Bello * 1920
•
Maria Inês Gonçalves de Mendonça Bello * 1956
•
Maria Inês Tamagnini de Bellegarde Bello * 1941
•
Maria Isabel Burnay de Almeida Bello * 1926
•
Maria Isabel Ferreira de Lima de Almeida Bello * 1924
•
Maria Isabel Gonçalves de Mendonça Bello * 1963
•
Maria Isabel Gonçalves de Mendonça Bello * 1963
•
Maria Isabel Tavares Bello * 1900
•
Maria de Jesus de Andrade Bello * 1938
•
Maria de Jesus da Silva Belo * 1903
•
Maria José
•
Maria Leonor de Mendonça Bello * 1956
•
Maria de Lourdes de Bellegarde da Silva Bello * 1915
•
Maria da Luz da Cunha Pignateli Sena Belo
•
Maria Madalena Champalimaud de Almeida Bello * 1980
•
Maria Madalena Faria e Melo de Almeida Bello * 1997
•
Maria Manuela Pita Silveira Belo * 1951
•
Maria Margarida Mendes de Almeida Bello * 1896
•
Maria Margarida Silva Bello * 1944
•
Maria de Mello Bello * 1959
•
Maria da Natividade da Silva Belo * 1905
•
Maria Nazaré Veladas Belo * b. 1875
•
Maria de Oliveira Bello
•
Maria de Oliveira Bello * 1871
•
Maria da Piedade Belo
•
Maria do Pilar Bustorff de Almeida Bello * 1948
•
Maria do Pilar Corrêa de Sampaio Bello * 1957
•
Maria Ravara Bello * 1933
•
Maria Rita Sena Belo * c. 1850
•
Maria do Rosário
•
Maria do Rosário Bustorff Silva Bello
•
Maria do Rosário Carreira da Cunha Belo * 1953
•
Maria Silveira Lopes Belo
•
Maria Teresa Allen Burnay Bello * 1951
•
Maria Teresa de Andrade Bello * 1935
•
Maria Teresa de Andrade Belo
•
Maria Teresa Guimarães Bello
•
Maria Teresa Mendes de Almeida Bello * 1888
•
Maria Teresa Ortigão Burnay de Almeida Bello * 1922
•
Maria Teresa Roma Belo * b. 1862
•
Maria Teresa Tamagnini Bellegarde Bello * 1940
•
Maria Tomé Belo
•
Mariana Cândida de Oliveira Belo * 1783
•
Mário Carvalho Bello * 1910
•
Mário Miguel Pita Silveira Belo * 1974
•
Marta Maria Horta e Costa Bello * 1990
•
Marta Maria Morais Bello * 1992
•
Marta Maria de Moser Bello * 1960
•
Miguel de Moser Bello * 1958
•
Miguel Neto Lizardo de Mendonça Bello
•
Mónica Fiuza Bello
N
•
N Belo
•
Nair Bello * 1931
•
Nuno Luis Amado de Mendonça Bello * 1957
•
Nuno Manuel de Mendonça Bello
•
Nuno Manuel de Mendonça Bello * 1957
•
Nuno de Mello Bello * 1961
P
•
Paula Maria Chaves y Bello * 1781
•
Paulo Carvalho Belo
•
Paulo Guilherme de Mendonça Bello * 1962
•
Paulo Vicente Belo
•
Pedro Bello
•
Pedro Belo
•
Pedro Fernandes Belo
•
Pedro Manuel Silva Bello * 1948
•
Pedro Maria Gonçalves de Mendonça Bello * 1964
•
Pedro Miguel Rodrigues Belo * 1985
•
Pedro Monteiro de Macedo
R
•
Raquel Vaz Vieira de Mendonça Bello * 1971
•
Rosa Carolina de Oliveira Bello
•
Rosa de Castro Belo
•
Rosa Domingos Belo
•
Rosa Inácia de Medeiros Bello
•
Rufina de Castro Belo * 1820
•
Rui Maria de Mendonça Bello * 1924
S
•
Sebastiana Belo
•
Sebastião de Calheiros e Menezes Bello * 2005
•
Sebastião Rodrigues Belo
•
Simão Pedro de Sena Belo * 1819
•
Simoa Belo
•
Susana Margarida Castel-Branco Morgado Belo * 1973
T
•
Teresa de Jesus Belo
•
Teresa Rebelo de Andrade Belo
•
Tiago Guimarães Bello
•
Tomás Maria Morais Bello * 1994
•
Tomé Vaz Belo
U
•
Umbelina de Oliveira Bello
V
•
Vasco Martins Belo
•
Ventura Rodrigues Belo
•
Victor Manuel da Silva Bello
Listagem Alfabética de Nomes nesta Família
[ A B C D E F G H I J L M N P R S T U V ]
365 Pessoas
A
•
Alda Bello
•
Alexandre Alfredo Santos Bello * 1947
•
Alfredo Artur de Oliveira Bello * 1884
•
Alfredo Pereira de Oliveira Bello * 1900
•
Ana Belo * c. 1555
•
Ana Belo * c. 1555
•
Ana de Jesus de Castro Belo
•
Ana Mafalda Guimarães Bello
•
Ana Mafalda Guimarães Bello * 1965
•
Ana Maria de Andrade Bello * 1936
•
Ana Maria Horta e Costa Ravara Bello * 1982
•
Ana Maria Ravara Bello * 1934
•
Ana Patricia Guimarães Bello
•
Ana Patricia Guimarães Bello * 1967
•
Ana Paula Pires Rodrigues * 1963
•
Ana Raquel Rodrigues Belo * 1987
•
Ana Rita Amado de Mendonça Bello * 1960
•
Angélica Margarida de Oliveira Belo
•
António Augusto de Sena Belo
•
António Bustorff Bello * 1954
•
António Dias Belo
•
António Dias Belo
•
António Dias Belo * b. 1673
•
António Ferreira Beirão Belo
•
António Franco de Sousa Belo
•
António Joaquim Tavares Bello * 1812
•
António José Belo
•
António José Ravara de Oliveira Bello * 1931
•
António Maria Allen Burnay Bello * 1947
•
António Maria Beirão de Almeida Bello * 1979
•
António Maria Burnay de Almeida Bello * 1916
•
António Maria Horta e Costa Bello * 1991
•
António Maria de Oliveira Bello * 1847
•
António Maria de Oliveira Bello * 1872
•
António Maria Tamagnini de Bellegarde Bello * 1938
•
António Mendes de Almeida Bello
•
António Mendes Belo
•
D. António Mendes Belo, 13º cardeal-patriarca de Lisboa * 1842
•
António Miguel Lupi Ravara Bello * 1958
•
António Monteiro Belo
•
António de Oliveira Bello
•
António de Oliveira Bello
•
Antonio Pedro de Bellegarde Bello
•
António Pedro de Bellegarde Bello * 1913
•
António Pereira de Oliveira Bello * 1915
•
António Santos de Oliveira Bello * 1902
•
António da Silva Belo * 1907
•
António Valente Belo * 1957
•
Artur Corte Bello
•
Avelino Manuel Pires Fernandes Belo
B
•
Barnabé Mendes Belo * b. 1731
•
Bernarda Veladas Belo * b. 1877
•
Bernardina Quitéria de Oliveira Belo * c. 1775
•
Bernardo Maria Ruggeroni de Almeida Bello * 1971
•
Bernardo de Oliveira Bello * c. 1750
•
Boaventura Mendes de Almeida Bello * 1892
•
Brites Belo
•
Brites Belo
•
Bruno Miguel Basílio Silveira Belo * 1977
C
•
Caetano Maria de Oliveira Bello
•
Cândido de Lemos Belo * c. 1860
•
Carlos Alberto Neves Bello * 1928
•
D. Carlos Filipe Ximenes Belo, bispo de Díli * 1948
•
Carlos Manuel de Mendonça Bello * 1927
•
Carlos de Oliveira Bello * 1888
•
Carlos Sacadura Sena Belo * c. 1900
•
Carlota Champalimaud de Almeida Bello * 1975
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Belo
•
Catarina Rodrigues Belo
•
Catarina Rodrigues Belo
•
Cézar Augusto Bello
•
Constança Maria Ravara Belo * 1929
D
•
Delfina de Campos Bello * 1824
•
Diogo Álvares Belo
•
Diogo Belo
•
Diogo Gonçalves Belo
•
Diogo Maria Champalimaud Barahona Fernandes Belo * 1982
•
Diogo Rodrigues Belo
•
Domingos Augusto d' Oliveira Belo
•
Duarte Bustorff Silva Bello * 1950
•
Duarte Manuel Mendes de Almeida Bello * 1921
•
Duarte Maria Allen Burnay Bello * 1953
•
Duarte Maria de Faria e Melo de Almeida Bello * 1989
•
Duarte Melo de Castro Bello * 1979
•
Duarte Mendes de Almeida Bello * 1891
•
Duarte Paulo Lizardo de Mendonça Bello * 1938
E
•
Eduardo João Lupi Bello * 1964
•
Eduardo de Mendonça Bello * 1889
•
Emília Margarida de Oliveira Bello * 1881
F
•
F. Sena Belo
•
Fernanda Palhares de Almeida Bello * 1914
•
Fernando de Andrade Bello * 1933
•
Fernando Bustorff Silva Bello
•
Fernando Ferreira Lima Bello * 1932
•
Fernando Maria Burnay de Almeida Bello * 1945
•
Fernando Mendes de Almeida Bello * 1887
•
Fernando de Mendonça Bello * 1910
•
Fernando de Oliveira Bello * 1818
•
Fernando de Oliveira Bello * 1856
•
Fernando de Oliveira Bello * 1870
•
Fernando Pinto Coelho de Almeida Bello * 1924
•
Fernando da Silva Bello * 1895
•
Fernão Vaz Belo
•
Filomena de Andrade de Sena Belo * 1863
•
Florencia Teresa Belo
•
Francisca Rebelo de Andrade Belo
•
Francisco Afonso Belard da Fonseca Bello
•
Francisco Belo
•
Francisco Carneirinho
•
Francisco Dâmaso Tavares Bello Jr. * c. 1870
•
Francisco Dâmaso Tavares Bello * 1840
•
Francisco Fiuza da Silva Beirão Belo * 1977
•
Francisco Luís Lupi Ravara Bello * 1965
•
Francisco Maria Horta e Costa Bello * 1986
•
Francisco Melo de Castro Bello * 1980
•
Francisco de Oliveira Bello
•
Francisco de Oliveira Bello * c. 1730
•
Francisco de Oliveira Bello * c. 1820
•
Francisco de Oliveira Bello * 1854
•
Francisco Rodrigues Belo
•
Francisco Vaz Belo
•
Frederico Castel-Branco Morgado Belo * 1977
G
•
Gaspar Gonçalves Belo
•
Genoveva Pisco da Silveira Belo
•
Georgina de Oliveira Bello
•
Gonçalo Vaz Belo
H
•
Helena de Almeida Belo * 1999
I
•
Ilda Bello
•
Ilda Carvalho Belo * c. 1910
•
Inácio da Costa Belo
•
Inês Belo
•
Inês Belo
•
Inês de Castro Belo
•
Ines Neto Lizardo de Mendonça Bello
•
Isabel Belo
•
Isabel Belo
•
Isabel Cristina de Oliveira Bello
•
Isabel Maria de Oliveira Bello
•
Ivone Irene Garcia Belo
J
•
Jácome Belo
•
Joana Maria Beirão de Almeida Bello * 1984
•
Joana de Mello Bello * 1963
•
João António de Andrade Bello
•
João Bello
•
João Belo
•
João Belo
•
João Curado Belo
•
João Domingos Belo * 1827
•
João Esteves Belo * 1743
•
Joâo Filipe Castel-Branco Morgado Belo * 1972
•
João Guimarães Bello * 1961
•
João Maria Neves Bello * 1931
•
João Maria de Oliveira Bello
•
João Morgado Belo * 1942
•
João de Moser Belo * 1962
•
João de Oliveira Bello * c. 1750
•
João de Oliveira Bello * c. 1780
•
João de Oliveira Bello * c. 1790
•
João de Oliveira Bello * c. 1810
•
João Pedro de Bellegarde da Silva Bello * 1910
•
João Pinheiro de Almeida Belo * 1995
•
João Pires Belo
•
João Rodrigues Belo
•
João da Silva Bello * 1904
•
João Tamagnini Bellegarde Bello * 1937
•
Joaquim da Cunha Pignatelli de Sena Belo
•
Joaquim Domingos Belo
•
Joaquina Augusta de Sousa Bello
•
Joaquina Pisco da Silveira Belo
•
Jorge Palhares de Almeida Bello * 1922
•
Jorge Silva Bello * 1929
•
José António Tatá Silveira Belo * 1966
•
José Augusto de Oliveira Bello * 1879
•
José Bernardo de Sena Belo
•
José Domingos Belo
•
José Domingos Belo
•
José Duarte Corrêa de Sampaio Bello * 1961
•
José Esteves Belo * 1668
•
José Esteves Belo * 1709
•
José Fernandes Neves Bello * 1922
•
José Filipe Lupi Ravara Belo * 1963
•
José Inacio Teixeira Belo * 1844
•
José Leonel Pita Silveira Belo * 1954
•
José Luis Palhares de Almeida Bello * 1915
•
José Manuel Corrêa de Mendonça Bello
•
José Manuel Moreira Bello * 1915
•
José Manuel Pereira Silveira Belo * 1931
•
José Maria Morais Bello * 1990
•
José Maria de Oliveira Bello * 1860
•
José Mendes de Almeida Bello * 1886
•
José Mendes de Almeida Bello * 1889
•
José de Oliveira Bello * 1850
•
José Rainho Silveira Belo * 1922
•
José Vau de Matos Belo
•
José Veladas Silveira Belo * b. 1872
•
Júlia da Glória de Oliveira Bello
L
•
Leonor de Almeida Belo * 2004
•
Leonor Belo
•
Leonor Maria Lupi Ravara Bello * 1960
•
Leonor Neves Bello * 1923
•
Luis Alexandre Amado de Mendonça Bello * 1970
•
Luís Alves Oliveira Belo
•
Luis Caetano de Mendonça Bello * 1890
•
Luis Eduardo de Mendonça Bello * 1944
•
Luis Eduardo Rodrigues de Mendonça Bello
•
Luis Filipe de Mendonça Bello * 1941
•
Luis Maria de Oliveira Bello * 1865
•
Luís Miguel Gonçalves de Mendonça Bello * 1960
•
Luiz Alves de Freitas Belo * c. 1750
M
•
Mafalda Maria Beirão de Almeida Bello * 1981
•
Manuel Afonso Belo
•
Manuel de Bellegarde da Silva Bello * 1911
•
Manuel Belo
•
Manuel Belo
•
Manuel da Cruz Belo
•
Manuel Ferreira Lima Bello * 1925
•
Manuel Frederico Lupi Ravara Bello * 1961
•
Manuel Inácio Belo * b. 1843
•
Manuel Inácio Silveira Belo * 1927
•
Manuel José de Andrade Bello * 1932
•
Manuel Maria Burnay de Almeida Bello * 1913
•
Manuel Maria Burnay de Almeida Bello * 1944
•
Manuel Maria de Oliveira Bello * 1858
•
Manuel Mendes de Almeida Bello * 1886
•
Manuel Mouro Belo
•
Manuel Rodrigues Lobo
•
Manuel da Silva Belo * 1897
•
Manuel Tomé Belo
•
Manuel Vaz Belo
•
Manuel Vicente Belo
•
Manuela Portales Bello
•
Margarida Belo
•
Margarida Maria de Oliveira Bello * 1886
•
Margarida de Oliveira Bello * 1852
•
Margarida dos Santos Belo * c. 1900
•
Maria Adelaide Guedes Ferrao e Bello
•
Maria Adelaide de Oliveira Bello
•
Maria Adelina de Oliveira Bello * 1863
•
Maria Adelina de Oliveira Bello * 1877
•
Maria Agostinha Domingos Belo
•
Maria Alexandra Rodrigues de Mendonça Bello
•
Maria Álvares Belo
•
Maria do Amparo Mendes de Almeida Bello * 1895
•
Maria Belo
•
Maria Belo
•
Maria Belo
•
Maria Belo
•
Maria Belo * c. 1615
•
Maria Benedita Belo
•
Maria Bernarda Silveira Belo * 1922
•
Maria do Carmo Allen Burnay Bello * 1957
•
Maria do Carmo Burnay de Almeida Bello * 1914
•
Maria do Carmo Champalimaud de Almeida Bello * 1973
•
Maria do Carmo Morais Bello * 2000
•
Maria do Carmo Silva Bello * 1933
•
Maria do Carmos Santos Bello * 1937
•
Maria Carolina da Silva Bello * 1893
•
Maria da Conceição Allen Burnay Bello * 1950
•
Maria da Conceição de Andrade Bello * 1930
•
Maria da Conceição Carreira da Cunha Belo * 1957
•
Maria da Conceição Guimarães Bello * 1960
•
Maria Domingos Belo
•
Maria das Dores Guedes Ferrao e Bello
•
Maria Emília Mendes de Almeida Bello * 1890
•
Maria Emiliana de Oliveira Bello * 1849
•
Maria Ezequiel de Andrade Bello * 1939
•
Maria de Fátima de Andrade Belo * 1946
•
Maria Filomena Carreira da Cunha Bello * 1950
•
Maria Francisca de Calheiros e Menezes Bello * 1992
•
Maria Helena Burnay de Almeida Bello * 1920
•
Maria Inês Gonçalves de Mendonça Bello * 1956
•
Maria Inês Tamagnini de Bellegarde Bello * 1941
•
Maria Isabel Burnay de Almeida Bello * 1926
•
Maria Isabel Ferreira de Lima de Almeida Bello * 1924
•
Maria Isabel Gonçalves de Mendonça Bello * 1963
•
Maria Isabel Gonçalves de Mendonça Bello * 1963
•
Maria Isabel Tavares Bello * 1900
•
Maria de Jesus de Andrade Bello * 1938
•
Maria de Jesus da Silva Belo * 1903
•
Maria José
•
Maria Leonor de Mendonça Bello * 1956
•
Maria de Lourdes de Bellegarde da Silva Bello * 1915
•
Maria da Luz da Cunha Pignateli Sena Belo
•
Maria Madalena Champalimaud de Almeida Bello * 1980
•
Maria Madalena Faria e Melo de Almeida Bello * 1997
•
Maria Manuela Pita Silveira Belo * 1951
•
Maria Margarida Mendes de Almeida Bello * 1896
•
Maria Margarida Silva Bello * 1944
•
Maria de Mello Bello * 1959
•
Maria da Natividade da Silva Belo * 1905
•
Maria Nazaré Veladas Belo * b. 1875
•
Maria de Oliveira Bello
•
Maria de Oliveira Bello * 1871
•
Maria da Piedade Belo
•
Maria do Pilar Bustorff de Almeida Bello * 1948
•
Maria do Pilar Corrêa de Sampaio Bello * 1957
•
Maria Ravara Bello * 1933
•
Maria Rita Sena Belo * c. 1850
•
Maria do Rosário
•
Maria do Rosário Bustorff Silva Bello
•
Maria do Rosário Carreira da Cunha Belo * 1953
•
Maria Silveira Lopes Belo
•
Maria Teresa Allen Burnay Bello * 1951
•
Maria Teresa de Andrade Bello * 1935
•
Maria Teresa de Andrade Belo
•
Maria Teresa Guimarães Bello
•
Maria Teresa Mendes de Almeida Bello * 1888
•
Maria Teresa Ortigão Burnay de Almeida Bello * 1922
•
Maria Teresa Roma Belo * b. 1862
•
Maria Teresa Tamagnini Bellegarde Bello * 1940
•
Maria Tomé Belo
•
Mariana Cândida de Oliveira Belo * 1783
•
Mário Carvalho Bello * 1910
•
Mário Miguel Pita Silveira Belo * 1974
•
Marta Maria Horta e Costa Bello * 1990
•
Marta Maria Morais Bello * 1992
•
Marta Maria de Moser Bello * 1960
•
Miguel de Moser Bello * 1958
•
Miguel Neto Lizardo de Mendonça Bello
•
Mónica Fiuza Bello
N
•
N Belo
•
Nair Bello * 1931
•
Nuno Luis Amado de Mendonça Bello * 1957
•
Nuno Manuel de Mendonça Bello
•
Nuno Manuel de Mendonça Bello * 1957
•
Nuno de Mello Bello * 1961
P
•
Paula Maria Chaves y Bello * 1781
•
Paulo Carvalho Belo
•
Paulo Guilherme de Mendonça Bello * 1962
•
Paulo Vicente Belo
•
Pedro Bello
•
Pedro Belo
•
Pedro Fernandes Belo
•
Pedro Manuel Silva Bello * 1948
•
Pedro Maria Gonçalves de Mendonça Bello * 1964
•
Pedro Miguel Rodrigues Belo * 1985
•
Pedro Monteiro de Macedo
R
•
Raquel Vaz Vieira de Mendonça Bello * 1971
•
Rosa Carolina de Oliveira Bello
•
Rosa de Castro Belo
•
Rosa Domingos Belo
•
Rosa Inácia de Medeiros Bello
•
Rufina de Castro Belo * 1820
•
Rui Maria de Mendonça Bello * 1924
S
•
Sebastiana Belo
•
Sebastião de Calheiros e Menezes Bello * 2005
•
Sebastião Rodrigues Belo
•
Simão Pedro de Sena Belo * 1819
•
Simoa Belo
•
Susana Margarida Castel-Branco Morgado Belo * 1973
T
•
Teresa de Jesus Belo
•
Teresa Rebelo de Andrade Belo
•
Tiago Guimarães Bello
•
Tomás Maria Morais Bello * 1994
•
Tomé Vaz Belo
U
•
Umbelina de Oliveira Bello
V
•
Vasco Martins Belo
•
Ventura Rodrigues Belo
•
Victor Manuel da Silva Bello
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